23 de novembro de 2016

O HOMEM SONHA COM A PAZ

Já dizia o poeta: “desde o começo do mundo que o homem sonha com a paz, ela está dentro dele mesmo. Ele tem a paz e não sabe, é só fechar os olhos e olhar para dentro de si mesmo”. E o poeta vai além: “tanta gente se esqueceu que o amor só traz o bem, que a covardia é surda e só ouve o que convém”. Na verdade, quando a paz foi ensinada, pouca gente escutou. Baseado no texto dessa música de Roberto Carlos (1941): “todos estão surdos”, reitero esta afirmativa citando uma experiência minha, que só o amor nos transforma. Há cinco anos atras numa bela noite de setembro, as véspera da primavera o ar se encheu de amor em todo o seu esplendor e os anjos cantaram. O seu canto ecoou pelos campos, subiu as montanhas e chegou ao universo dos nossos corações. Naquela noite uma estrela brilhou no céu mostrando qual seria o caminho a seguir. Através desse caminho descobrimos o amor e a paz de espírito que hoje nos preenche. Se vamos ou não seguir adiante, só depende de nós.  

Mas, temos que lidar com as barreiras do orgulho. Talvez isso explique muita coisa. Por exemplo, por que nos machucamos tanto, a ponto de magoar um ao outro? Certa vez um sábio indiano, fez a seguinte pergunta a seus discípulos: - Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas com o outro? – Gritamos porque perdemos a calma, disse um deles. – Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado? Questionou novamente o mestre. – Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça, retrucou outro discípulo. E o mestre insiste na pergunta: - Então não é possível falar-lhe em voz baixa? Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o sábio hindu. Então ele esclareceu: - vocês sabem por que se grita com uma pessoa quando se está aborrecido com ela? O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.

Por outro lado, continua o mestre, o que sucede quando duas pessoas que se amam estão em harmonia? Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque seus corações estão muito perto e suas almas interligadas. Não há distância entre elas. Muitas vezes estão tão próximos os seus corações, que nem falam, somente sussurram, estão entorpecidas de amor. E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendem. É isso que acontece quando duas pessoas que se amam, estão próximas. Por fim, o sábio conclui, dizendo: “Quando vocês discutirem, não deixe que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta”.

Portanto, foi graças a uma amarga experiência, a única suprema lição que tive que aprender: “é saber controlar a ira”. E do mesmo modo que o calor conservado se transforma em energia, assim a nossa ira controlada pode transformar-se em uma função capaz de mover o mundo. Não é que não fico irritado ou perco o controle. O que não posso é dar espaço para a ira. Cultivo a paciência e a mansidão, de modo que, pelo menos tento. Mas quando a ira me assalta, limito-me a controlá-la. Será que consigo? É um hábito que cada um deve adquirir e cultivar com uma prática assídua. Concluo esta reflexão citanto o sábio e idealizador indiano Mahatma Gandhi (1869-1948), que dizia: “tenha sempre bons pensamentos, porque os seus pensamentos se transformam em suas palavras. Tenha boas palavras, porque as suas palavras se transformam em suas ações. Tenha boas ações, porque as suas ações se transformam em seus hábitos. Tenha bons hábitos, porque os seus hábitos se transformam em seus valores. Tenha bons valores, porque os seus valores se transformam no seu próprio destino”. É por esse caminho que procuro trilhar, na paz e no amor de Cristo.

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