30 de abril de 2015

PARA ONDE CAMINHA O SER HUMANO?

Estamos vivendo numa encruzilhada histórica e não damos conta que mais do que nunca o mundo continua em nossas mãos. Falta mais consciência frente a duas grandes questões que é sem dúvida alguma: a consciência social e a consciência ecológica. Uma está ligada a outra, uma não acontece sem a outra. Tendo em vista que elas não são frutos do acaso. Pelo contrário, essas duas questões são a mais fina flor da civilização. Desafia as novas gerações, que mal sabem que vivemos essas duas grandes crises e muito menos conseguem decifrar a sua origem. A educação tem a tarefa de aprofundar as causas disso. Mas, como, se o governo está acabando com a educação e com os seus mestres?

Tudo se discute neste mundo, porém, menos uma coisa não se discute. Não se discute a democracia e ela está aí, como se fosse uma espécie de santa de quem nós esperamos um milagre. Mas que está aí como referência a democracia. E ninguém repara que vivemos uma democracia sequestrada, condicionada e amputada. Porque o poder do cidadão, ou seja, o poder de cada um de nós limita-se a tirar um governo de que não gostamos e por outro no lugar, que talvez venhamos a gostar. As grandes decisões são tomadas numa outra esfera e todos sabem qual é. As grandes organizações financeiras internacionais como o Fundo Monetário Internacional (F.M.I.), o Banco Mundial e outras organizações mundial de comercio, nenhum desses organismos são democráticos. Por conseguinte, como podemos então, continuar a falar em democracia se aqueles que efetivamente governam o mundo, não são eleitos como direito democrático pelo povo? Quem é que escolhe os representantes para governar essas instituições pelo mundo? Onde está então a democracia?

Entretanto, o futuro parece nos comprometer se não houver mudanças radicais e significativas da nossa postura diante dos fatos. O nosso existir por si só já é algo misterioso. Afinal, quem somos nós? Qual o sentido da nossa existência? O que significa dizer que somos livres? E até que ponto nós podemos conhecer essa realidade? Contudo, aqui está a nossa existência em questão. Pois, tais interrogações, dentre tantas outras, incidem sobre a compreensão que possamos ter das nossas vidas, como das nossas relações com os outros e afetam a nossa visão do mundo, se nós pararmos para pensar em desvendar os mistérios da vida e do mundo. Porém, sem nos acomodarmos, só faz perguntas quem questiona a pretensa obviedade das coisas. Para tanto, precisamos saber que não sabemos absolutamente nada. Isto nos põe em condições de aprender um pouco da vida.

Portanto, a crise ensina que o caminho certo é o da inclusão e do amor. A violência do mundo é fruto de uma geração que não sabe partilhar e que entende que a melhor defesa é o ataque. A conseqüência de tudo isto é a morte da liberdade. Reclama-se que as novas gerações são livres e, por causa disto, descambam para a libertinagem. As novas gerações apreciam muito a liberdade. Por ela renuncia-se ao bem estar absoluto e à concentração máxima. Nada é mais divino que a liberdade, mesmo com uma vida mais simples, sóbria e austera. Liberdade, porém, para todos e em todas as dimensões. É bom ser livre, mas também é trabalhoso ser livre. Ou todos são livres ou ninguém é livre. Este é o futuro. O futuro será de quem for capaz de olhar todos e tudo dentro de uma visão de complexidade. Minha liberdade é muito importante, desde que ligada com a liberdade do outro. Qualquer projeto de vida pressupõe o crescimento de todos. A aceitação do pluralismo de ideias, de filosofias, de religiões, da moral, é uma exigência desta nova encruzilhada histórica. Livres sim, mas junto com tudo e com todos. 

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