4 de julho de 2014

AMIGOS QUE FICAM E AMIGOS QUE VÃO

Começo essa reflexão sobre o que é ser um amigo de verdade, citando o soneto do poeta português Luís Vaz de Camões (1524-1580), onde ele fala de uma forma poética que prevalece através dos tempos. Sua estrutura é simples, porém, a sua construção é difícil pela profundidade do pensamento e pelo sentimento solene de Camões: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança. Todo mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, diferente em tudo da esperança. Do mal ficam as mágoas na lembrança e do bem, se algum houve as saudades”.

Entretanto, existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples fato de terem cruzado o nosso caminho. Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas cheias passarem, mas outras apenas vemos entre um passo e outro. A todas elas chamamos de amigo. Há muitos tipos de amigos. Talvez a melhor comparação que faço para ilustrar essa reflexão é usar o exemplo da árvore. Cada folha de uma árvore caracteriza um amigo.

O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e a amiga mãe. Mostram o que é viver e que a vida é um dom divino. Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós. Passamos a conhecer toda família de folhas, aos quais respeitamos e desejamos o bem. Mas, o destino nos apresentam outros amigos, os quais não sabiam que iriam cruzar o nosso caminho. Muitos desses denominados amigos do coração, gostamos de conversar e de saber como estão. Porque são sinceros e verdadeiros. Sabem quando não estamos bem, sabem o que e como nos fazer feliz.

Às vezes, um desses amigos do peito dispara o nosso coração e então é chamado de amigo intimo. Esse da brilho aos nossos olhos, põe música em nossos lábios, causa palpitações ao nosso coração e da sentido a nossa existência. Assim como também, há aqueles amigos por um tempo, talvez por umas férias ou mesmo por um dia ou uma hora. Esses costumam colocar muitos sorrisos em nossa face, durante o tempo que estamos por perto.

Por falar em estar por perto, não podemos esquecer-nos dos amigos distantes. Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que quando o vento sopra, eles aparecem novamente entre uma folha e outra. O tempo passa, o verão se vai, o outono se aproxima, e perdemos algumas de nossas folhas. Algumas nascem no outro verão e outras permanecem por muitas estações. Mas, o que nos deixa mais feliz ainda, é que as folhas que caíram continuam por perto, alimentando nossas raízes com suas alegrias e entusiasmos pela vida.

Hoje guardo na lembrança, momentos maravilhosos de amigos que cruzaram o meu caminho. Desejo a todas as pessoas especiais que passaram pela minha vida, folhas da minha árvore: Paz, Amor, Sabedoria, Serenidade e Saúde para continuarem firme na . Hoje e sempre, simplesmente por que: Cada pessoa que passa em nossa vida é única. Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada.

Portanto, esta é a maior responsabilidade de nossa vida, é a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso. Porém, antes de os amantes se unirem, podem topar com pedras, sofrimentos no meio do caminho. Dar sentido a vida é fazer até as mínimas coisas com o máximo de amor. Tendo em vista, que dois corpos não ocupa o mesmo lugar no espaço. Um amor não substitui o outro. Assim como a amizade é um amor que nunca morre. Contudo, alguns amigos ficam até o fim ao nosso lado. Enquanto outros se vão para sempre.

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