12 de julho de 2014

ENCONTROS E DESENCONTROS

Percebo que as pessoas estão muito exigentes em relação ao amor.  Qualquer passo em falso: Adeus!  Não aceitamos erros alheios. Não aceitamos qualidades no outro que, para nós, sejam defeitos. Queremos que todos estejam conectados com nossas expectativas. O que nos é possível, não nos interessa. Almejamos o perfeito. O irreal. O ilusório. Queremos sempre o melhor, mesmo que o “melhor” não se adéqua à nossa vida.

Vivemos na verdade, a era da Intolerância. Do imediatismo.  Da falta de paciência. No meio do caos, esquecemos o essencial: para se relacionar, é preciso estar aberto. Ser tolerante e compreensivo. Ter uma boa dose de bom senso. Entender que pessoas não são descartáveis. Não existe manual, nem informações no rótulo.  Quer saber? Todo mundo tem lá seus “defeitos”. Mas, nessas horas, não existe nenhuma garantia que vai dar certo. No máximo, uma terapia ou um bom ombro amigo para se reajustar.

Agora, minha pergunta: porque andamos, assim, tão exigentes? Será culpa da tecnologia e sua crescente evolução? Será falta de autoconhecimento e amor próprio? Será que, no fundo, temos medo de amar e nos boicotarmos com situações que nunca vão dar em nada? Pode ser um pouco de cada coisa. Outro dia li uma frase interessante: o dilema da mulher moderna é saber, ao certo, o que ela procura. Porque, se ela procurar, vai achar. No entanto, se uma mulher vem sonhando em ter um caso amoroso com um homem, se ela vem pensando nisso algum tempo, na verdade, está plantando uma semente mental que um dia poderá germinar. 

Não vamos colocar a culpa no outro. Se as coisas não estão dando certo, temos grande responsabilidade sobre elas.  Não vamos começar nosso discurso manjado que queremos viver o amor, quando, na verdade, só atraímos problemas, somos instáveis na subjetividade e avessas a responsabilidade. Se isso acontece uma vez ou outra, tudo bem. Não damos sorte no amor, ninguém foge do fracasso amoroso.

Mas se o padrão prevalece, então, está na hora de revermos nossos conceitos. Nós achamos na verdade, o que procuramos. Todavia, encontramos Alguns amores nos trazem infelicidade, angústia e ansiedade, o melhor a fazer é dar uma pausa e pensar a relação de fora. Repensar quem somos. E o que realmente queremos.

Sabemos que ninguém gosta de aceitar suas culpas, muito menos admitir quando faz escolhas erradas. Fugir do amor com medo de sofrer ou com medo de perceber que ter um relacionamento não traz garantia nenhuma de felicidade. Viver o amor nada mais é do que conhecer a si mesmo profundamente e entender quem a gente é. E o que nos faz bem.

Portanto, antes de colocar a culpa da sua vida amorosa no outro. No destino ou em algum karma. Que seja em qualquer lugar fora de você, pense bem. Nós encontramos fora o que na verdade, mora dentro de cada um.

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