20 de setembro de 2012

CONVIVER COM AS CONSEQUÊNCIAS

A vida tornou-se complicada para o ser humano, pelo simples fato de ter que conviver com as conseqüências de suas ações e decisões. Sobretudo, porque fazemos escolhas a todo o momento em nossas vidas. Até mesmo o fato de não escolher, já é uma escolha. Escolhemos sair ou ficar em casa num final de semana, assim como terminar um trabalho hoje ou deixar para amanhã. O fato é que as escolhas tem as suas conseqüências. Seja qual for a minha decisão ela vai trazer alguma conseqüência, para a minha vida futura.

Entretanto, o que precisamos avaliar é que ao decidirmos seguir um caminho, realizar um sonho ou conquistar uma meta, até mesmo mudar de profissão, certamente ira pagar um preço por isso. Muitas pessoas agem movidas pelos seus impulsos, sem uma reflexão apurada sobre as conseqüências de seus atos ou escolhas. Só vamos dar conta depois da ação concluída.

Não quero aqui fazer nenhum juízo de valor, tampouco julgar a escolha de cada um. Mas apenas mostrar que os fatos da natureza seguem uma ordem lógica natural. Por isso é importante refletir muito antes de agir, para ter menos aborrecimento no resultado final. Estar consciente das conseqüências, como nos ensina o budismo, testar todas as coisas e cada idéia ou pensamento, examinar cuidadosamente o mundo que nos cerca, isto é, conhecer em vez de querer acreditar ou esperar. Buda nos ensinou que grande parte do sofrimento tem origem em nosso pensamento e comportamento, somos influenciados pelos desejos: de poder, bens materiais, fama, ciúme e raiva. São fontes de sofrimentos causadas por apego a essas sensações. A obsessão humana com as aparências e com o que as pessoas pensam a seu respeito também são fontes de sofrimento. Por isso a importância de pensar e refletir muito sobre nossas ações. Quando agimos pela emoção, na certa perdemos a razão.
 
A conseqüência da ação do tempo e de nossas escolhas torna-se evidente porque há uma consciência do sofrimento e dos nossos limites, que é percebido e sentido no corpo. Pensando bem a vida para o ser humano é inviável por tudo que ela nos causa de dor e sofrimento. A própria idéia de um ser humano feliz é um contra senso. Não há possibilidade de felicidade sem pensar no sofrimento. Na verdade, a vida material para o ser humano é inviável, uma hora ela acaba, ou seja, vamos morrendo aos poucos. É o apego a matéria que causa o sofrimento e dor, de que fala o budismo. 
 
Todavia, a vida pode ser para nós uma batalha perdida, do ponto de vista biológico. Basta olharmos para o nosso corpo hoje, para que comprove a ação do tempo. Isto para nós mortais tem uma conseqüência dolorosa do ponto de vista estético. Por outro lado, existem pilhas de estudos sobre o comportamento humano, falando das conseqüências graves geradas pela falta de solidariedade e da amizade, do companheirismo e do compromisso com a vida.

A idéia de que o ser humano é o sujeito da história passa por uma corrente de pensamento européia denominada “Humanismo”. Para o Humanismo, o ser humano deve ser valorizado acima de tudo; deve estar no centro das preocupações sociais.

Entretanto, o ser humano surgiu através de uma genealogia lenta, passando pela filosofia e algum tempos depois pelas ciências humanas. Paralelamente ao seu surgimento apareceram os hospitais públicos, as penitenciárias, as necessidades de leis para a punição de infrações, a desigualdade social, a tirania e a violência. Todos esses elementos, somados ao desenvolvimento da Medicina, Psicologia, Psicanálise e a Sociologia. Contudo, a concepção que hoje temos do ser humano é, de um sujeito racional, capaz de pensar por si mesmo, de tomar decisões, de agir por conta própria, de analisar o mundo ao seu redor. 
  
Portanto, não compreendo os mistérios da vida e nem suas razões. Só espero estar certo no que penso e sinto. Que é continuar a cultivar esse amor que tenho, pelo meu próximo. Penso um mundo melhor para todos nós. Talvez, então nesse dia, o ser humano inverta os seus valores atuais e coloque ordem nesse planeta que é a nossa morada. Que possa olhar para o seu semelhante com respeito e admiração, e finalmente como conseqüência desse gesto sublime, todos poderem conviver em Paz e Harmonia. Só assim teremos um mundo mais humano e feliz.

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