29 de fevereiro de 2012

VALORES DILUÍDOS PELA INDIFERENÇA

Segundo Albert Einstein, “o homem de ciência é um descobridor de fatos que já existem na natureza, mas o homem de consciência desperta valores dentro de si mesmo”. Procurando ser amigo da verdade, da justiça, da honestidade, do amor e da fraternidade. Ele procura preservar valores seja através da consciência ou tornando-se um ser humano bom e transformando o mundo num lugar melhor para se viver. O mundo dos fatos citado por Einstein, como ele mesmo afirma, não conduz a nenhum caminho para o mundo dos valores. A educação atual limita-se, quase que exclusivamente aos fatos e, por isso é apenas uma educação de resultados pautada na instrução e quase nada de educação. Tendo em vista, que nenhuma instrução técnica, por melhor que seja, torna o ser humano melhor, porque se limita ao conhecimento de fatos já existentes.
Quando garoto, sempre ouvia um ditado popular que dizia o seguinte: “abrir uma escola é fechar um presídio”. Confesso que na época não entendia muito bem o teor dessa frase. Infelizmente, isso não é verdade. Os grandes criminosos e malfeitores da humanidade não foram analfabetos; muito deles eram homens de elevada erudição, conheciam os fatos da natureza pela ciência, mas não criaram valores pela consciência. Se as nossas escolas fossem centros de educação e não de tecnocratas, robôs, então poderiam abrir escolas para fechar presídios. Se houvesse consciência suficiente, não haveria necessidade de tantos presídios.
Atualmente as nossas escolas não tratam com a mesma seriedade que tratavam alguns anos atrás a nossa educação, pois estão muito limitadas e confinadas num tecnicismo, voltadas para um determinado resultado que a sociedade espera e cobra. Além do mais, somos educados através da ideia de que você deve ser um profissional bem sucedido, ter sucesso, status e fama, senão será marginalizado, um fracassado, não será ninguém na vida. Tem que triunfar mesmo que seja contra seu irmão, seu vizinho ou amigo. Quantas pessoas não são vítimas da ambição dos amigos ou da própria família?  Não há e nunca houve uma educação para a paz para os valores humanos. A educação é sempre para a guerra e tudo isso começa logo cedo nas escolas, dando a entender à pobre criancinha que começa aprender alguma coisa da vida e da escola que somos os melhores do mundo. Evidentemente, se somos educados dessa maneira, é claro que o outro é sempre um inimigo. Se não é já...pode ser daqui a pouco.
No entanto, os governos e as igrejas pecaram por omissão, limitando-se aos fatos e esquecendo-se dos valores. São os valores que transformam radicalmente a natureza humana. Entretanto, o sistema educacional se adaptou e mudou seu foco com o intuito primordial de inserir o jovem no mercado de trabalho. No lugar de homens de bem, forma profissionais qualificados. Desde cedo, o indivíduo é moldado para ser competitivo e desenvolver as características e habilidades necessárias ao perfil profissional requisitado pelas empresas, cujo único interesse é multiplicar o seu capital e engordar a sua conta bancária.

A violência é um sinal, um sintoma de uma sociedade que não criou apreço pelos valores e acabou formando adultos sem referenciais de cidadania e de respeito pelo próximo. A violência é a marca de uma sociedade excludente (que exclui em todos os sentidos, até afetivos). A solução desses problemas, a longo prazo, exige uma verdadeira revolução na maneira de educar nossas crianças. Muito mais importante do que favorecer uma avalanche de conhecimentos e informações às nossas crianças é o fato de nós os formarmos enquanto pessoas humanas, incentivando-os a darem o melhor de si.

Portanto, não é o dialogo que torna viável o entendimento entre as pessoas ou entre os casais numa relação afetiva, mas sim os valores nos quais ambos acreditam. Se os amantes, companheiros, comungam os mesmos valores o diálogo funciona. O diálogo é racional, mas os valores estão além da razão. Os valores estão no terreno da consciência cósmica, do homem integral na sua totalidade. É olhar o outro como o meu igual. É na educação que verdadeiramente se veem refletidos os valores de cada pessoa. Contudo, o que faz o Homem realmente bom é a consciência do seu ser e a vivência do seu agir. Fora disso temos um ser humano egoísta e diluído pela indiferença.

Um comentário:

  1. A muito tempo as escolas tem deixado para os pais a parte que diz respeito a valores.... mas os pais andam ocupados demais, se entregando cada vez menos aos filhos, deixando-os aos cuidados de babás, televisão e computador pois precisam trabalhar para garantir a escola que os ensina a crescer,ganhar e produzir... a cadeia esta formada: cada vez mais cidadãos competentes mas sem os valores que os fariam verdadeiros cidadãos.....

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