28 de junho de 2023

AMOR NÃO COMBINA COM DOR, EMBORA A DOR O ACOMPANHA

De onde vem à crença de que o amor tem que ser acompanhado de dor? Por que um sentimento tão nobre e desejado tem que ser sofrido? No entanto, a literatura está repleta de histórias de amor nas quais era o impedimento da vivência desse amor que fazia com que ele fosse sofrido. Atravessar todos os obstáculos para alcançar o ser amado, já desenhava uma história repleta de dor, segundo afirma a psicoterapeuta holística Celia Lima.

Trazemos assim a ideia de que um amor “verdadeiro” deve ser acompanhado por alguma ou muita dor. Muitas vezes nos perguntamos por que Joana e João continuam juntos se brigam tanto? E alguém vai dizer: “é por que se amam”, sacramentando assim a crença de que para haver amor tem de haver conflito e sofrimento. É essencialmente o medo que faz com que as pessoas não deem um tempo para si mesma: “medo de não ser amada, medo da solidão, medo de não ter a quem dirigir seu amor”.

Algumas pessoas se atiram em “qualquer” relacionamento sem respeitar seus valores e seus limites. Atiram-se antes pelo medo de não ser aceita do que propriamente por amor, porque confundem, misturam seus medos com sentimentos que elas sequer têm certeza de que sentem, mas enfim, “não estão sós”. E então se iniciam os embates porque o outro não é exatamente o que você esperava. Mas o outro insiste que você deve ser de outro jeito para que ele seja feliz. E o “amor” vai rimar com dor, fazendo perpetuar essa crença.

As pessoas só estarão realmente preparadas para relações amorosas sem dor quando os outros pilares de sustentação da vida estiverem firmes e claros dentro delas. E permanecer voluntariamente sozinho para que esse encontro consigo mesmo, possa proporcionar esse preparo. Temos que escapar da literatura do amor romântico e colocar os pés na realidade, em que o dia de hoje é que é o “para sempre”.

A liberdade para amar sem sofrimento é você quem se concede. Isso não significa a ausência de ajustes nos relacionamentos, mas quando percebemos que somos capazes de viver bem conosco mesmos, perdemos o medo da solidão afetiva. A confiança é a base de qualquer relacionamento. Confiar no amor um do outro é saber usufruir dos prazeres quando estão juntos. É como estar nos braços da divindade.  

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