5 de abril de 2020

ENTRE O MEDO E O ISOLAMENTO SURGE O AMOR

Com o advento do Coronavírus, essa Pandemia que assola a humanidade. O medo e o isolamento tomou conta de todos nós. Começamos a tomar conhecimento de nós mesmos, como seres capazes de consciência e liberdade, percebemos nossas diferenças em relação ao restante da natureza. Passamos a sentir solidão, esse medo mórbido tomando conta da nossa individualidade. Ser um, tomar decisões e responder pela vida, são fatos que provocam um sentimento doloroso de abandono e desamparo, só superado na relação com o outro.

Erich Fromm, psicanalista, filósofo e sociólogo alemão (1900-1980) argumenta em seu livro “Psicanálise da Sociedade Contemporânea”, sobre esse estado cruel de abandono e desamparo que os seres humanos vivem: “O homem é dotado de razãoé a vida consciente de si mesmotem consciência de side seus semelhantesde seu passado e das possibilidades de seu futuroEssa consciência de si mesmo como entidade separadaa consciência de seu próprio e curto período de vidado fato de haver nascido sem ser por vontade própria e de ter de morrer contra sua vontadede ter de morrer antes daqueles que ama, ou estes antes dele, a consciência de sua solidão e separaçãode sua impotência antes as forças da natureza e da sociedadetudo isso faz de sua existência apartada e desunida, uma prisão insuportávelEle ficaria louco se não pudesse libertar-se de tal prisão e alcançar os homensunir-se de uma forma ou de outra com eles, com o mundo exterior”.

Dessa necessidade de união nasce o amor. O amor é, pois, o meio procurado e desenvolvido pelo ser humano para vencer o isolamento e escapar da loucura. O amor é fundamental para o ser humano e para a sociedade em geral. Sem amor, o ser humano torna-se árido, incapaz de encantar-se com a vida e de envolver-se com o outro.

Portanto, não se sensibilizar com o abandono dos velhos, a morte das crianças, a miséria do povo, a poluição e a destruição do Planeta, o roubo da cidadania, a morte dos ideais. De modo que, sem amor não há encontro, não há diferenças. Só nos resta a escuridão do individualismo, em particular, para aquelas pessoas incapazes de relações duradouras e profundas. O momento está nos mostrando isso. Como dizia Guimarães Rosa (1908-1967): “qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura”. Foi essa a conclusão que chegamos, com o ataque mortal do “convid19”.  

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