11 de março de 2017

O POETA E A PRINCESA

O amor é como o sol. Uma nuvem pode escondê-lo, mas nunca apagá-lo. Quando daqui algum tempo, espero que muito distante, chegaras aos confins do azul do céu e guardaras justamente no olhar da princesa toda cor deste planeta, que com rosas vermelhas enfeitou o amor que o poeta fotografou. Que alegrou a beleza dos rios e dos verdes campos por onde ela pisou. E as canções de amor que ouvia no silêncio da noite, entre uma melodia e outra o poeta lia nas estrelas as inspirações que escrevia.

Vem mais um dia semear esperança num coração solitário. Uma semente caída de uma árvore pode produzir outra árvore, porque a natureza é feita dessa energia descrita no amor. Só um sonho vagarosamente pela noite adentra e não amanhece se a realidade não vier contemplar o despertar desse amor. Por esse passado o poeta e a princesa, viveram a eternidade de um coração inspirado. Como uma força cósmica, todas as tardes vêm semear esperança neste coração solitário.

O silêncio para o poeta é marca de sua inspiração. Falar da princesa é como pintar a natureza. Uma música veio seguindo os passos da princesa e o poeta pode ver o brilho em teus olhos, como a cauda de um cometa riscando o céu estrelado em noite fria de inverno. O balanço da música brincava com o espaço solitário do poeta, renovando os anos passados em cada nota musical. Ambos não querem morrer, pois querem ver como será envelhecer.

A princesa construiu na cabeça do poeta uma nova moradia. Embriagados pelo amor da fonte universal, olham o vento brincando no quintal, embalando as flores do jardim e transformando tudo em sinfonias. Com essa musicalidade do corpo, é que renova a gratidão de haurir a leveza, que a razão incendeia. Os olhos é uma janela acesa de vida, que tritura as ansiedades e acolhe gente que chora como este simples poeta.

Já dizia o poeta: “deixa o rio andar ou empurra um rio abstrato, mantendo as vidas da vida”. Rasga por dentro uma dor que machuca em cores, a vida passa como cortes de metal, em vagalhões de mar e luz, misturando o céu e a terra. Vinda de outras vidas sangra o espírito que o amor espera. O poeta ouve o que as coisas dizem. Sua fala é a voz das coisas. E as coisas se transformam em poesia. O poeta entra no universo das coisas e faz amor com as palavras. Eis que surge a princesa e penetra no corpo do poeta e o novo evangelho se anuncia: “o amor se fez carne”. Agora, ambos estão vivos e a prova de que permanecem no amor é a saudade que eterniza a memória de seus corações. Nesses versos mostra que a vida anterior que retorna em forma de dor que não dói, mas pode ser fatal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

POEMA INSTANTE DO POETA JORGE LUÍS BORGES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria ...