14 de fevereiro de 2017

A FILOSOFIA NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

Há grande interesse de várias áreas de estudos pela filosofia, entre elas a pedagogia, a linguística, a psicologia, a biologia entre outras, no entanto, ainda para muitos alunos e para alguns profissionais destas áreas ela parece tão distante e complicada, deixando grandes dúvidas sobre sua importância para a formação do homem na sua totalidade. Na pedagogia que tem como objeto a educação, a filosofia tem grande valor, e é nesta perspectiva que este trabalho irá direcionar seu olhar. Ao fazer a leitura do texto: “A Contribuição da Filosofia para a Educação” do filósofo e educador Antônio Joaquim Severino, percebe-se que a filosofia e a educação são interligadas desde suas origens, e a ligação entre as duas é de extrema importância no momento de se refletir sobre a educação, mesmo que, a essa relação hoje seja vista de forma deturpada, separada, desvinculadas uma da outra o que tem dificultado muitos estudos nesta área. Pois se sabe que muitos dos problemas que se tem hoje no campo educacional, só pode ser resolvido a partir de uma abordagem filosófica.

Desde o século VI antes de Cristo, quando ocorreu o surgimento da filosofia, ela foi posta como uma nova ordem de pensamento. Nela, há liberdade de pensamento, portanto, torna-se uma tarefa impossível encontrar uma definição pronta. Encontraremos uma constante busca pelo aprender a filosofar. Como diz o filósofo alemão Emmanuel Kant (1724-1804): “não há filosofia que se possa aprender; só se aprende a filosofar”. O fato de amar a sabedoria é entendido como reflexão do homem acerca da vida e do mundo. Sendo assim, entenderemos que a filosofia não é o saber mesmo, ou seja, ciência e sabedoria ao mesmo tempo, e sim, o desejo, a procura por este saber.

A essência da filosofia é a procura do saber e não sua posse. Se for a procura e não a posse, podemos dizer que o trabalho filosófico é um trabalho de reflexão. A palavra reflexão vem do verbo latino “reflectere”, que significa voltar atrás. Filosofar, portanto, significa retomar, reconsiderar os dados disponíveis, revisar, examinar detidamente, prestar atenção e analisar com cuidado. Com efeito, entendemos que a filosofia é o meio pelo qual o homem se torna crítico, pois, é a partir do momento em que passa a pensar, a refletir, analisar os conceitos da sociedade, que se vê como um membro com possibilidade de viver e de alterar o funcionamento desta. Somente assim que conseguimos expor ideias novas e interagir sobre o meio em que vivemos.

No entanto, a filosofia afirma que é a partir do convívio e da ação do homem com e sobre a realidade, que ele se forma e se estrutura. Sendo assim, constata-se que o senso comum a respeito da educação é o de uma formação fragmentária, incoerente, desarticulada, enfim, totalmente desprovida de certeza. Historicamente, pode-se ver que a educação vem sofrendo modificações, as quais, por sua vez, visam torná-la mais adequada à realidade. Enquanto na consciência filosófica acontece o contrário, pois, é uma concepção com total coerência, unidade e articulação. E ainda fornece à educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada.

Entretanto, compreende-se que a educação está aberta a questionamentos. Por isso, acredita-se que a filosofia é uma das muitas alternativas para se tentar pensar a educação como instrumento de transformação social. A reflexão filosófica sobre a educação é que da o tom a pedagogia, garantindo-lhe a compreensão dos valores que, hoje, direcionam a prática educacional e dos valores que deverão orientá-la para o futuro. Então, se constata que a pedagogia nada mais é do que uma concepção filosófica da educação, a qual deve ser exercida na práxis, para obter seus melhores resultados.

A relação da filosofia com a educação existe desde o mundo grego. Os filósofos gregos, em busca da virtude humana, foram os que deram início às discussões sobre a filosofia da educação e seu sentido no mundo. Pode-se dizer que a filosofia da educação surgiu do forte vinculo entre a filosofia e a pedagogia estabelecido no decorrer dos anos, pois a filosofia, preocupada com as formas do conhecimento perfeito, orientou o homem segundo a razão, inferindo um pensamento pedagógico que busca a perfeição. Presente na dicotomia e na relação que parece animá-la, a filosofia da educação na segunda metade do século XX tematiza o contraste entre cultura científica e cultura humanística.

A diversificação, bastante clara nos últimos anos, permeia de um lado a filosofia de cunho descritivo e, de outro, a filosofia de tipo histórico e ontológico. Todavia, a filosofia da educação, no seu acontecer histórico, esclareceu muitas dúvidas, contribuindo para transformações qualitativas na sociedade. Torna-se importante retomar e discutir o sentido do filosofar nos cursos de formação de professores, para que os futuros profissionais da educação possam atribuir novos significados às práticas docentes. Acredita-se que a filosofia leva ao trabalho de pensar, refletir, raciocinar e, assim, despertar o senso crítico e, consequentemente, auxiliar a construir uma nova visão de sociedade, onde, pressupõe-se que a educação é a principal responsável pelas transformações da mesma.

Portanto, a filosofia desperta no educador o interesse da busca de novos horizontes, neles tem a oportunidade de refletir sobre a educação, nesta visão consegue-se ultrapassar a mera busca de metodologia, didáticas e outros tipos de sistematização para a pratica educativa. Começa-se a pensar e a buscar soluções para as inquietações que surgem. A filosofia da educação torna-se importante neste sentido, pois é por meio dela que teremos oportunidade ou buscaremos conhecimentos que nos darão base para exercemos nossas profissões com responsabilidades. Todo educador deveria buscar estes conhecimentos e conhecer realmente o sentido de educação e sua relação com a filosofia. A reflexão filosófica sobre a educação é que da o tom a pedagogia, garantindo-lhe a compreensão dos valores que, hoje, direcionam a prática educacional e dos valores que deverão orientá-la para o futuro. Contudo, acredito que é essencial a busca pelo conhecimento filosófico, pois ele consegue envolver o educador plenamente na busca de resposta e de soluções em sua prática educativa.  

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