9 de setembro de 2016

UM CORAÇÃO CATIVANTE

Um coração que cativa é aquele que desperta na gente o prazer da presença. Só vamos aprender o gosto pela vida, no encontro com o outro. Tanto homens como mulheres, estão se esquecendo de que as relações humanas precisam ser nutridas e adubadas. A saúde do ser humano e da sociedade está estritamente ligada a uma situação feliz dos casais e dos familiares. Conhecer para melhor amar. Porém, é com a mulher que o homem vai aprender a contornar situações. É com a mulher que o homem vai encontrar sua identidade masculina. A natureza sabe fazer isto muito bem através da sensualidade dos rios, por isso o rio é acolhido, vai serpenteando pelos verdes campos, contornando as montanhas espalhando vida em abundância por onde passa. De modo que o homem age no ímpio e na força, porém, a mulher é mais suave e cativante no coração. É o homem que precisa entrar no mundo da mulher.  Para perceber a docilidade de um coração cativante. Naturalmente é o que faz a natureza com o rio.

Precisamos aprender com a mulher a contemplar uma flor. Se você quer aprender a ser feliz, faça aquilo que a flor faz. A flor transforma o mais árido terreno numa sensibilidade que nos impressiona. Ao olharmos a delicadeza de uma pétala de flor, não da para imaginar que veio da terra, tamanha é sua beleza e doçura. Como a flor consegue transformar o adubo que é azedo em pétalas doce? Tão doce que as abelhas colhem a necta da flor para fazer o mel. Tudo isso sem falar do perfume da flor. Quanto mais esterco colocar no pé da flor mais perfumada ela fica. Talvez seja por isso que a flor é usada para enfeitar o altar, as festas e até o velório. A flor traz na sua essência essa simbologia. Se não aprender o que a flor nos ensina, não sentimos a vida pulsar. As flores têm semente de flor, os amantes têm semente da divindade. Cada flor é única, foi o tempo que perdeste com tua flor que a fez ser tão importante. Se tu me cativas, será para mim a única no mundo. Como afirma o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944) no seu livro Pequeno Príncipe: “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.  

O que é cativar? É aquele momento em que meu coração se abre e recolhe você inteirinha com suas qualidades e seus defeitos, com seu passado e seu presente. Prende você dentro do meu coração e o torna livre para amar. É descobrir os meus valores e os valores do outro é entrar no mundo do outro é sair do seu mundinho fechado. Mundo das aparências. Agora compreendo, tenho uma flor e acho que ela me cativou. Porque torna-se eternamente responsável por aquilo que cativas. O sacramento do amor é a arte de ensinar os amantes a transformar nó em laços. O amor faz transformar qualquer nó num laço. É preciso criar laços, referenciais de amor. Criar rituais para que o nosso mundo seja único. Na multidão poderás encontrar pessoas até mais bonitas, porém, você é única para mim, isto é criar laços afetivos. Porém, só enxergamos bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos. De modo que, cativar é preservar e nunca desistir.

Portanto, não vou desistir de mim e tampouco mudar minha essência. Sei cativar as pessoas porque conheço o meu valor que me custou chegar até aqui. Passei por caminhos escuros, até encontrar a luz. Mostraram-me tantas mentiras, mas continuei verdadeiro na minha missão de cativar corações. Sofri a covardia de quem se achava valente e dizia amar, mas continuei firme no meu propósito de vencer o medo. Abandonaram-me e sozinho consegui me encontrar. Para algumas pessoas fui o fruto da maldade, e mesmo assim, continuei na bondade. Só queria viver e ser feliz. Apresentaram-me a dor e aprendi a ser flor. Tinha uma missão. Apresentaram-me o desamor e aprendi que só o amor vence a solidão. Contudo, quero viver num paraíso onde o mundo é um só sorriso, onde a paz é sem fronteiras, onde o amor é sem barreiras, cavalgar pela relva espalhando o pólen da flor, navegar nas ondas do amor. Há! se o mundo compreendesse, que o amor cultiva a paz, talvez esse mundo não seria desta maneira e as guerras não existiriam mais. Minha bela flor, o bastante é ser feliz. Como diz a música de Nelson Cavaquinho e Jair Costa, Eu e as Flores: “quando eu passo perto das flores quase elas dizem assim: vai que amanhã enfeitarei o seu fim”

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