6 de outubro de 2015

COMO RECUPERAR-SE DO FRACASSO?

O fracasso é sempre uma experiência dramática porque mexe com a nossa vaidade e também com a autoestima. A vaidade porque é comum o fracasso entre as pessoas e sempre vai ter alguém por perto observando, o que é pior, assistindo e às vezes por inveja torcendo contra. Por outro lado, a autoestima da qual todos nós fazemos um julgamento de nós mesmos, onde esperávamos um resultado positivo e muitas vezes isso não acontece. Por exemplo, é comum assistir na mídia o fracasso de alguns clubes de futebol, nos campeonatos nacionais. Tanto nos clubes grandes como nos pequenos é inevitável o fracasso. O atleta que foi ídolo no seu clube e continua jogando, porém, agora não apresenta mais o mesmo futebol arte, por conta do desgaste físico e emocional. Perante a opinião pública ele é considerado um fracasso para o seu time.

Entretanto, no caso dos clubes, é comum culpar o técnico pelo fracasso dos seus jogadores. Ninguém pode jogar bem todos os dias, ser campeão sempre. Os clubes têm os seus percalços, assim como todos nós os temos. A questão maior é a vaidade de cada um exposta ao público. A situação fica ainda mais dramática para o clube, aos olhos da sua torcida que não vão aos estádios. E o mais grave, que tem como regra esmagar o fracassado, agredindo seus atletas. Assim também acontece com a política, quando um governo fracassa, neste caso é a população que sofre as consequências. Em cada seguimento social o fracasso mexe com a autoestima das pessoas. São experiências muito difíceis de recuperar, por conta das críticas que o fracassado recebe. De modo que não é nada fácil resolver esse tipo de problema. Na vida profissional de cada um o dilema é ainda pior, sobretudo, por comprometer a relação afetiva do casal e dos demais familiares. Falo com conhecimento de causa.  

Por outro lado, se pensarmos na questão da educação é complicado e igualmente dramático como no caso da família. Uma política educacional mal planejada pode trazer grandes consequências para os jovens no futuro e traduzir o esforço do professor num fracasso absoluto. Simplesmente porque o governo não assume os seus erros na práxis educacional. A nossa cultura não é necessariamente um saber fazer, mas, um saber transitar por esses conhecimentos. Para que cada pessoa possa lidar melhor com o seu fracasso, quando ele bater a sua porta. Lembrando-se que quando falamos do conhecimento, estamos falando de um saber compreender para melhor fazer. No caso da cultura ela é incorporada nesses saberes, isto não quer dizer total ausência de fracasso, mas, caminhar com prudência.

O educador mesmo usando da firmeza, da ousadia e a necessária coragem de interferir, ele sabe que tem a chance de fracassar, que essa possibilidade existe. Quando se fala do bom professor não é porque ele é melhor que o outro, mas, porque erra menos. Outro exemplo para ilustrar: aquela pessoa que monta a cavalo e nunca caiu. Principalmente, quando usa de arrogância e garbo, achando que é muito competente e boa em montaria. Quando ela cai pela primeira vez do cavalo, toma um susto terrível e isto mexe dramaticamente com a sua autoestima, além de mexer também com o orgulho e a sua vaidade. Ao montar novamente, não pode mais achar que nunca vai cair do cavalo. Agora ela monta ciente que pode cair. Aprendeu a lição.

Portanto, talvez esse seja o momento, comparado com a nossa vida, deixar o egoísmo de lado, para tornar-se um adulto mais consciente da realidade. Ou seja, caminhar pela vida, fazer o que é preciso, viver de acordo com nossa dignidade, sabendo que podemos fracassar a qualquer momento, que não somos o máximo. Temos que aprender a superar o fracasso. De modo que algumas pessoas ainda não aprenderam atualizar a sua vida, presas ao passado vivem com sentimento de culpa e a dor do fracasso. Enfim, acreditar faz a gente inventar um mundo novo. Ser feliz é viver de acordo com sua natureza. Deixa o rio andar e siga o seu curso natural. Qual o pano de fundo da vida, senão vivê-la?    

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