4 de abril de 2014

O DIÁRIO DE UM PROFESSOR

Antigamente, para ser um professor bem sucedido, era o bastante saber transmitir conhecimentos e exercer autoridade em sala de aula, ou seja, uma relação vertical com os alunos. Baseada na autoridade desse especialista, o professor. Caso contrario, o professor põe em risco o princípio de justiça. Atualmente, o perfil do professor passa por profundas mudanças. Principalmente, com relação ao conhecimento. Não deve mais transmitir ao seus alunos o que sabe. Seu papel agora é o de instigar os jovens estudantes, colocar os problemas para que eles mesmos resolvam e, assim, levá-los através da espontaneidade, a desenvolver a criatividade no processo ensino-aprendizagem. O aluno agora é que deve ser o centro de uma proposta pedagógica.

Todavia, o bom professor para alguns alunos ainda é aquele que, evidentemente, transmite com profundo conhecimento e notório saber, que discursa maravilhosamente bem, como um político que se preza. O aluno não compreende esse conceito do professor não ser mais o centro de um projeto pedagógico. O chamado professor conteudista. Quando o professor leva o aluno a ler, interpretar, falar e emitir sua opinião, relacionado ao contexto em que foi produzida determinada literatura, principalmente, quando o faz escrever, observa-se uma certa frustração, parece que o professor o decepcionou. A maioria dos alunos preferem que o professor fique em frente ao quadro escrevendo e falando o máximo possível, até porque dessa forma não os importunaria. Além dessas características, o professor tem que estar muito bem informado. Não se exige mais um conhecimento enciclopédico.

Entretanto, esse profissional da educação, deve manter-se atento a toda e qualquer informação. Por conta da internet, são muitas as informações, quase que comparada a velocidade da luz que é de 300 mil km por segundo. Quando falam em aprender ou não aprender, os alunos responsabilizam logo o professor. Por conseguinte, aquele aluno que é aplicado vai aprender mais que o outro. Levando em consideração, que os interessados e estudiosos são poucos. Há um número considerável de alunos turista e desinteressados. Que vão a escola somente para passear e encontrar amigos. Basta olhar as notas do bimestre desses brilhantes e talentosos alunos, para comprovar que realmente não gostam e odeiam quando alguém manda estudar.

Muitas vezes, o aluno pensa que a habilidade prioritária para o estudo seja a leitura de textos, seguida da memorização de conceitos e de conteúdos. Ainda preso à mentalidade antiga do questionário, da memorização de perguntas e respostas, perde-se muitas oportunidades de desenvolver um salutar hábito que poderá utilizar durante toda vida, seja qual for à área do conhecimento ou profissão que irá exercer. O estudante do ensino médio tem por obrigação de dominar mecanismos de leitura e expressão escrita. Quando o professor pede esse tipo de tarefa para seus alunos, o objetivo deve ser aprofundar e dominar determinados assuntos e conhecimentos que o aluno ainda não tem. Propor ao aluno que crie uma espécie de diálogo com o texto estudado e não mera opinião isolada, sem relação alguma com a leitura. Sendo assim, cada um terá consciência de que o saber é para ser partilhado, ele não está fechado e acabado em cada texto que se produz. Todo ensaio literário sempre tem algo a acrescentar.

Entretanto, a produção de texto não pode ser encarada apenas como uma atividade das aulas de Língua Portuguesa ou de Filosofia, isto é, ficar restrita a composição textual que focalize um tema proposto. A partir do momento em que o aluno começa a escrever, com suas próprias palavras, as idéias principais que foram desenvolvidas no texto lido, focalizando os diferentes aspectos abordados, desdobrados em assuntos secundários, mas relacionados. Aqui pode-se tratar de um "resumo" do texto. Se faz o mesmo, porém, usando as palavras contidas no texto, numa analise mais apurada e crítica, pode ser então uma "resenha". Em ambos os casos o aluno estaria recorrendo ao procedimento denominado síntese. Essas duas atividades colaboram muito no domínio de conteúdos e podem ser aplicadas não apenas a textos extraídos de livros, ou de enciclopédias, como também a reportagens de jornais e revistas, paginas da internet etc. Referem-se a qualquer disciplina que o aluno faça na sua escola, por exemplo: em filosofia, a partir do momento em que você precisa obter melhores informações. Essa produção de textos pode ser fruto de pesquisa e não deve ser confundida com relatório. As atividades de leitura e de escrita não são exercidas separadamente. Se forem integradas uma a outra, e a todas as disciplinas que estuda, o ensino-aprendizagem se tornará mais ágil e eficaz. O aluno, no entanto, tem dificuldades de fazer a conexão. Criou-se no ambiente escolar uma divisão perniciosa que só faz prejudicar o ensino: A "redação" fica aqui, a "gramática" ali e a "literatura" acolá.

Portanto, o resultado é o que todos nós sabemos, textos mal costurados, sem nenhum sentido. Desde muito tempo é sabido que quando o aluno obtém sucesso, ele é visto como capaz e inteligente. Se ocorre ao contrário, a culpa é do professor que não explica. Porém, nunca foi fácil ensinar e muito menos educar uma criança. E atualmente as dificuldades aumentaram. Contudo, o intuito, ao tecer esse comentário, não foi o de tirar o animo dos estudantes, apesar da indiferença da maioria dos alunos. Tendo em vista, que o nosso objetivo é ajudá-los a crescer. Nesta reflexão quis apenas dividir com os colegas educadores meus anseios, que são comuns a todos os mestres.

2 comentários:

  1. Anônimo20:32

    Entretanto, esse profissional da educação, deve manter-se atento a toda e qualquer informação. Por conta da internet, são muitas as informações, quase que comparada a velocidade da luz que é de 300 mil km por segundo.
    NUNCA VI UM HOMEM QUE AMA MAIS A PROFISSÃO EDUCAÇÃO QUE VOCÊ, PARABÉNS, BEIJUS

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  2. Parabéns Edu..lindo texto..hoje eu sei que tá muito difícil ser educador..

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