1 de abril de 2014

A TRANSFORMAÇÃO EM CAOS

Como seres humanos, nossas raízes estão mergulhadas na natureza, não apenas pelo fato de que a química do nosso corpo ser constituída, essencialmente, dos mesmos elementos que o ar, o pó ou a grama. Participamos da natureza de outras tantas maneiras, como: através da mudança de estação, do dia ou da noite, que refletem no ritmo de nossos corpos, como; na fome, na satisfação de trabalhar, no sono e no despertar, assim como também, no prazer sexual e na sua gratificação.

Embora de forma metafórica, a Bíblia apresenta a harmonia inicial da criação da natureza e do homem. Após criar os animais, Deus disse: “Façamos emergir um novo tipo de criatura, o ser humano, à nossa imagem e semelhança. Moldemos uma criatura que, em certos aspectos, seja igual ao animal, precisando comer, dormir e acasalar-se. E igual a mim em outros pontos, elevando-se acima do nível animal. Os animais contribuirão com sua dimensão física e a essa outra criatura lhe soprarei uma alma racional”.

E assim, coroando a criação, são feitos os seres humanos, em parte animais, em parte divinos. Todos os seres em harmonia, tudo em perfeito equilíbrio com a natureza. Acontece que o homem acabou por afastar-se do plano harmonioso e sereno do mundo natural. Segundo os relatos em Gêneses; não foi Deus que criou o homem deste jeito, mas foi ele que abusou da sua liberdade e matou o seu próprio irmão. Em nome do progresso envenenou-se os rios e mataram os peixes; poluíram-se o céu, o ar, e morreram os pássaros que havia sido criado para o homem conviver em harmonia. Com a guerra, o ódio, a inveja, a ganância, o homem seguiu perturbando o mundo e a natureza, foi desequilibrando tudo: o ar, as águas, as plantas, a própria consciência envenenada por pensamentos de egoísmo, de injustiça e destruição. Por conseguinte, o desequilíbrio emocional é fruto desse manicômio que ousamos chamar de sociedade, um ambiente frustrante criado pelo próprio homem.

Portanto, o homem profundamente frustrado perdeu seu referencial e mergulhou numa busca desenfreada de algo sobrenatural, nas crenças religiosas e no ocultismo. Os egípcios investigaram os mistérios dos astros. Os gregos e os romanos procuraram tutela em deuses criados por eles mesmos; e os maias, no seu calendário, com um deus tutelar para cada dia do mês. Ao longo dos tempos, todos os povos experimentaram a atração do mistério, com suas lendas, feitiços, casas mal-assombradas, lobisomem, saci-pererê, demônios, alastrando-se até nossos dias com surtos das seitas mais diversas. Apesar do imenso progresso científico alcançado através dos séculos, o homem constitui ainda hoje, para si mesmo, um mistério. Os erros se multiplicam, pois os caminhos apontados são tantos que acabam levando o homem desprevenido a uma nova Torre de Babel. 

Um comentário:

  1. Com a guerra, o ódio, a inveja, a ganância, o homem seguiu perturbando o mundo e a natureza, foi desequilibrando tudo: o ar, as águas, as plantas, a própria consciência envenenada por pensamentos de egoísmo, de injustiça e destruição. Por conseguinte, o desequilíbrio emocional é fruto desse manicômio que ousamos chamar de sociedade, um ambiente frustrante criado pelo próprio homem..O ser humano ainda está o perdido diante de tudo que tem

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