Cada pessoa é única e especial, só depende de abrirmos nosso coração. Minha saudosa mãezinha Dona Lazinha (1904-2010), adorava contar uma história sobre uma senhora idosa. Essa idosa possuía dois grandes jarros, cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava nas costas.
Um dos jarros era rachado e o outro era perfeito. Este último estava sempre cheio de água ao fim da longa caminhada da mina d’água até a casa, enquanto aquele rachado chegava meio vazio. Naturalmente o jarro perfeito era muito orgulhoso do próprio resultado e o pobre jarro rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer.
Depois de dois anos, refletindo sobre a própria amarga derrota de ser rachado, o jarro falou com a senhora durante o caminho: “Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que eu tenho me faz perder metade da água durante o caminho até a sua casa”. A senhora sorriu: “Você reparou que lindas flores têm somente do teu lado do caminho”?
Continuou a idosa: “Eu sempre soube do teu defeito e, portanto, plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado. E todos os dias, enquanto a gente voltava, tu as regava. Por dois anos pude colher aquelas belíssimas flores para enfeitar a mesa. Se tu não fosses como és, eu não teria colhido aquelas maravilhosas flores que enfeita a minha casa”.
Cada um de nós tem o próprio defeito. É preciso aceitar cada um pelo que é, e descobrir o que tem de bom nele. Assim começamos a viver com mais honra e com mais respeito uns pelos outros. Assim teremos um novo mundo. Contudo, compreender e entender o outro são sinônimos de humildade e compaixão. Sobretudo, por ser o amor à essência da alma e da vida.
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