4 de outubro de 2017

NADA CORROMPE MAIS DO QUE O PODER

Estamos no mês da criança e aproveito para trazer esta reflexão sobre a violência cometida contra os baixinhos. No entanto, as crianças são o começo de tudo, e é contra elas que nós, adultos, cometemos as piores violências a fim de prepara-las para que sejam cidadãos normais, como nós, normopatas, com muito orgulho! Será? Enquanto isso, destruímos os sonhos desses nossos futuros herdeiros. Ouvimos e vemos na televisão todos os dias, histórias de abuso de poder feita pelo o adulto, contra a criança.

Na Roma antiga, o pai tinha inclusive o direito de matar um filho, sem dizer por que e sem a menor punição. O que chamamos de democracia é um engodo, artifício utilizado para enganar pessoas de bem. Vivemos em uma sociedade onde só tem direito quem tem poder. Nada corrompe mais do que o poder, basta olhar para os nossos políticos. É dado tanto poder aos pais, para que eles tenham força na ingrata tarefa de preparar mais cidadãos mutilados para o sistema. Dar força ao autoritarismo, à família ainda patriarcal e, sobretudo realimentar o circuito com a força cega destes preconceitos descabidos, milhões de vezes repetidos é transformar crianças em pessoas frias no futuro.

Entretanto, “se a culpa é tua, eu não preciso fazer nada”. Essa é a essência do jogo de poder no mundo dos adultos chamado: “a culpa é tua”. Como não há briga de um só, o jeito certo de começar a briga não é dizer a culpa é tua! O jeito certo seria dizer: “O que está acontecendo entre nós?” A mulher facilmente se torna o bode expiatório do homem e vice-versa; nem toda mulher é boazinha e, algumas infernizam a vida do homem de uma forma espantosa. Um erra porque caiu no buraco e, o outro erra porque viu que ele ia cair e não fez nada. Não existe o certo ou errado nas relações humanas. Ambos fazem o inferno na vida um do outro.

Sendo assim, a maldade do adulto é facilmente assimilada pela criança. É esse o exemplo que queremos passar para as nossas crianças? Quero sublinhar bem o quanto em nossa educação a agressão é em parte cultivada e em parte entortada, desde a infância. E os nossos costumes sociais aprovam de todo essa educação. Não estou falando da violência brutal de alguns pais, que também existe. Estou falando da violência do cotidiano, do dia a dia de todos nós, de comportamentos aceitos como normais.

Portanto, é assim que vamos fazendo as coisas feias, gerando na criança sentimentos ruim de revolta, de opressão, de injustiça, a ponto da criança ficar imaginando: “o por que fazem isso comigo?” “O que eu fiz para ser tratado assim?” Alguns vão encolhendo cada vez mais, ficam cada vez mais tímidos, bonzinhos, até se apagam; outros vão se fazendo cada vez mais rebeldes, mais violentos, mais barulhentos, mais agitados, a maioria se faz apenas normopatas, sustentáculo e continuador destes costumes deprimentes. E é isso que damos o nome de educação? Educar quer dizer “conduzir”. Contudo, estamos girando em círculos não sei há quanto tempo! Enfim, ser criança é criar um mundo só seu, ver o lado positivo da vida e acreditar que tudo é possível, é saber amar o próximo antes mesmo de conhecer o seu nome.

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