7 de fevereiro de 2016

SABE POR QUE VIVES?

O homem não necessita senão de um mínimo de conforto na vida quando a sua vida tem uma finalidade nitidamente consciente, isto é, quando ele sabe por que vive, trabalha e sofre. Uma causa grande e digna, claramente apreendida e entusiasticamente abraçada, torna-se grandiosamente fascinante e bela a mais humilde das existências. O homem sem ideal rasteja penosamente pelas tediosas baixadas da vida. O homem empolgado por uma grande causa cria asas e voa jubilosamente por cima de todos os obstáculos. Refiro-me aqui ao homem enquanto gênero humano, capaz de justificar sua utilidade no mundo de dor e amor. Quem aprende com a dor, ensina com amor.

Entretanto, é necessário saber sonhar! Não esses sonhos quiméricos, ocos, mas os grandes sonhos do mundo das excelsas realidades ainda não realizadas, porém, realizáveis pelos audaciosos aventureiros do infinito. O mais duro da vida torna-se suave quando o homem tem plena certeza por que vive e conhece o caminho que trilha. Vida enfadonha e intolerável é somente uma vida sem ideal e sem finalidade. Convém recordar o ditado popular, que o seguro morre de velho. Mas, o aventureiro vive na perpétua juventude. Como argumenta o filósofo espanhol José Ortega y Gasset (1883-1955): “Quem, em nome da liberdade, renuncia a ser aquilo que deveria ser já se matou em vida: é um suicida de pé. A sua existência consistirá numa perpétua fuga da única realidade que era possível”.

Portanto, se eu tivesse cem por cento de segurança, mas não tivesse a liberdade de sonhar os sonhos pelas infindas regiões do além. De que me serviria toda essa tediosa segurança? Basta-me um mínimo de segurança, pois tenho necessidade de muita liberdade de sonhar. A excessiva segurança me faz envelhecer em plena juventude. A vasta liberdade me garante a mocidade em plena velhice. Prefiro ser um velho jovem a ser um jovem velho. Sabe, pois, meus amigos leitores por que vives? Se compreender a razão profunda de sua existência, saberás viver intensamente. Só chegamos a ser uma parte mínima do que poderíamos ser. Um dia olharás para trás, e dirá a si mesmo! Contudo, valeu a pena aprender com a dor, porque hoje ensino com amor.

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