12 de dezembro de 2013

SATISFAÇÃO EM SER LIVRE

A partir do momento em que não se sente livre para sentir o que se sente, ficamos vulneráveis e à mercê de doenças psicossomáticas. Significa a negação das emoções, que é um querer concreto do ser humano. O não aceitarmos na nossa totalidade. O fato de negarmos o que sentimos culmina numa insatisfação, pois a energia emocional continua procurando uma forma de ser liberada. O fato de não estarmos familiarizado com nosso mundo interior e de mantermos nosso foco no mundo exterior, faz com que tenhamos pouca liberdade em permitir sentir ou não nossos sentimentos. Por outro lado, quando o mundo externo não permite que nos expressemos, acabamos por nos bloquear internamente também. Se formos proibidos de expressar a raiva, podemos acumular mágoas, ressentimentos e até mesmo desenvolver outros sintomas físicos ou psíquicos.

Porém, sentir e não poder expressar, contém um grau de frustração diante da liberdade. A pessoa tem permissão para sentir, mas não para deixar claro esse sentimento. O que os outros vão pensar se eu mostrar meus sentimentos? Seja ele positivo ou negativo. Entretanto, temos permissão para sentir, falar, mas não para agir em função do que sentimos. Nosso sentimento fica dissociado da nossa conduta, muitas vezes por não ter aprendido a tomar decisões baseadas nas emoções.

Agir no impulso da emoção, sem controle é típico de quem coleciona determinadas emoções segundo a psicóloga e educadora Ana Maria Cohen, que acrescenta. “Pode-se trocá-las por explosões, brigas, vingança ou mesmo homicídio e suicídio”. A ação baseada no impulso, embora caracterize uma liberdade maior, não é isenta de problemas. Se tiver raiva contida, explode, não importando onde ou com quem. Se tiver medo, paralisa ou foge, agindo impulsivamente. Isso já é um indicador que a pessoa tem um problema emocional de fato.

Portanto, apesar de parecer natural sabermos avaliar nossas sensações e sentimentos, não é bem assim que ocorre. Para tanto, é preciso, em primeiro lugar, saber sentir nosso próprio corpo. Prestar atenção nas sensações, uma habilidade da mente de nos conectarmos com a realidade, pois por meio dela percebemos o que está ocorrendo, tanto em nosso corpo como em nossa mente. Contudo, visualizar, sentir e agir quando conveniente, respeitando o outro e a si mesmo, é o próximo passo na direção da liberdade emocional. Isso acontece quando, ao sentir e poder verbalizar, a pessoa resolve se é conveniente ou não manifestar a emoção e qual a melhor forma de expressá-la. Como diz  o filósofo alemão Arthur Schopenharuer (1788-1870): “quem vive deseja, quem deseja sofre, a vida é dor”.  

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