12 de outubro de 2021

PENSAR NO AMOR COMO UM JEITO DE VIVER

Quem ama conversa com as estrelas, com a lua. Ama contemplar o romper da aurora e idolatra o por do sol. Para os amantes que se entregam entre quatro paredes, não desconfiam que elas ouvem suas juras de amor. Só quem ama conversa diante do espelho e com o espelho. Insiste em escrever cartas de amor ridículas, mas, se há amor não tem como não ser ridículas. Penso que ridícula mesmo, são aquelas pessoas que nunca escreveram uma carta de amor. Parodiando Fernando Pessoa.

Os afetuosos, arbitrários na generosidade, transpõem os limites da lei. Discrição e amor partilham da mesma estrada. Afáveis conseguem se tornar mais eloquentes do que a solidão que tenta emudecê-los. O amor é maior que a fé, mais vigoroso que a esperança e mais contundente que a racionalidade. Quem ama vê a vida em cores, sente o perfume da natureza. O amor busca afeto, é prudente e fortalece a relação. O amor é tido por alguns como o mais nobre dos sentimentos na medida em que é regado de benevolência, amizade, carisma, e outros adjetivos do gênero.

Quem ama, espera e suporta a tortura da ausência. Saudade é nome que se da para o buraco que o tempo cavou na alma e não encontrou quem o preenchesse. Amantes são ingênuos. Deixam-se enredar e mal sabem que os cordéis do amor não se esgarçam facilmente. Ao desdenharem do suplício de serem abandonados, padecem em alpendres, diante de álbuns, nos cheiros. Nos atos falhos da alegria, muitos nivelam o fosso em que se meteram devido a dor do abandono. O amor não se protege e nem protege.

Portanto, na história da filosofia alguns pensadores refletiram sobre esse sentimento com o intuito de conceituá-lo de maneira contundente e objetivo. No entanto, suas teorias remetem a um conceito subjetivo e debilitado na medida em que são extensões de suas respectivas filosofias, ou seja, ao estabelecer seus conceitos centrais esses vão servir de base para resolver todo e qualquer problema que envolva a espécie humana.

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