13 de janeiro de 2014

SEXO NÃO É SINONIMO DE AMOR

Muitas pessoas sentem forte atração sexual e confundem isso com amor. Elas ficam tão excitadas com seu objeto de prazer, tão ligadas a essa pessoa, que tem certeza de que isso é o que estava esperando. Para muitas pessoas o outro é tão perfeito em tudo, corresponde exatamente à imagem que elas fantasiaram durante anos. Acham que finalmente encontraram a pessoa certa para amá-la livremente para sempre. Ou pelo menos por um longo tempo. Na verdade, é a mesma coisa. Basta ter um belo corpo, ser sensual, másculo, excitante e forte. Acreditam que tudo isso é sinônimo de amor.

O sexo é um ato biológico natural excitante e nós vivemos numa época de grande liberdade e abertura sexual, os meios de comunicação estão aí para comprovar. Então, por que não? Porque sexo e amor são completamente distintos. Não fazem parte do mesmo impulso. Sexo é um fenômeno físico e o amor é um fenômeno espiritual. O físico, alimentamos e o espiritual, cultivamos. O amor não é uma moeda de trocas, não é uma mercadoria. Amor é uma relação espiritual, sexo é puramente contato físico e instintivo. Não há nenhuma razão particular, exceto que, embora a excitação seja poderosa e aliviá-la faça nos sentir-se bem, contudo, não é amor. Especialmente se o combinado é dar para receber, como se diz: “Te amarei e serei simpático se você me amar e for simpática comigo”. Papo de machão com feminista apaixonada.

Muito dessa confusão sobre amor e sexo provém da maneira esquisita que usamos para falar de sexo. Dizemos ao outro: “quero fazer amor com você”, como se tivéssemos o poder de criar e manipular o amor. Não podemos fazer amor, podemos apenas permutar o amor que já existe em cada um de nós. Também não podemos falar de amor livre, como se ele estivesse por aí para ser desfrutado. No sexo casual, não é o amor que é livre, mas sim o corpo de quem permite o desfrute.

A confusão entre sexo e amor também se origina da natureza da atividade. Para a psicóloga e educadora, Aline Purvinis Musolino, o calor e a proximidade do corpo do amante pode ativar a lembrança de estar junto ao seio da mãe ou nos braços protetor do pai. Frequentemente, no ato sexual, os parceiros exclamarão na sua paixão momentânea que se amam. O que eles amam é o momento que trouxe à memória o sentimento de união com a mãe ou de sentir-se próximo do pai. Isso supondo, é claro, que eles tiveram tal calor físico durante a infância. Algumas crianças, nunca sentiram o calor do seio da mãe ou a força protetora dos braços do pai. Sem essa importante experiência infantil de proximidade física, emocional e espiritual, é quase impossível sentir esse momento, quanto mais desfrutar dessa sexualidade adulta. Ou o amor adulto. Aqueles que não foram tratados com ternura quando crianças acham impossível expressar ou receber carinho quando adulto.

Entretanto, a reestimulação dos sentimentos infantis no ato sexual ajuda a explicar como os amantes podem ser tão apaixonados na cama e tão frios e pouco amorosos momentos depois. Os chamados ficantes. Não é que eles necessariamente não gostem um do outro, exceto pelo sexo. É mais exato dizer que a outra pessoa realmente não importa, já que ela busca no sexo apenas, um substituto da mãe ou do pai, além da necessidade biológica é claro. O fato é que essa pessoa quando criança, não aprendeu amar. Assim aprendemos a pensar que amor é sexo, ou seja, um corpo sensual que nos atrai e nada mais. Atualmente, parece que quem dita às normas da conduta sexual são as indústrias pornográficas. Aumentando a preocupação dos homens sobre o tamanho do pênis, porque afinal a indústria pornográfica sugere que quanto maior, melhor. As mulheres preocupadas em ter orgasmos múltiplos e, com isso, fingem orgasmo como nunca tiveram antes. Tudo isso introduzido e criado pelos meios de comunicação de massa. Infelizmente, isso traz um colorido fortemente acentuado de agressividade e desrespeito pelo ser humano.

Portanto, se tudo que sabemos fazer é simular o amor no sexo, estamos sujeitos a uma vida vazia, marcada pelo sofrimento e solidão. O sexo é apenas um contato físico pessoal em busca do prazer momentâneo, só no amor somos capazes de viver uma relação interpessoal e espiritual com o outro. O mais curioso é que as pessoas não percebem que num relacionamento, o mais importante é a descoberta desse amor, desse aconchego que lhe basta. Aqui o sexo é consequência e não a causa. As histórias que a maioria das pessoas associa com amor estão cheias de frustração, conflito e corrupção. Contudo, descobrir o amor é mergulhar na essência humana. 

Um comentário:

  1. Concordo com você pois só a presença a companhia já nos basta : O mais curioso é que as pessoas não percebem que num relacionamento, o mais importante é a descoberta desse amor, desse aconchego que lhe basta. Aqui o sexo é consequência e não a causa. As histórias que a maioria das pessoas associa com amor estão cheias de frustração, conflito e corrupção. Contudo, descobrir o amor é mergulhar na essência humana.

    ResponderExcluir

POEMA INSTANTE DO POETA JORGE LUÍS BORGES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria ...