12 de novembro de 2023

OSCILAMOS ENTRE A ÂNCIA DE TER E O TÉDIO DE POSSUIR

Arthur Schopenhauer (1788-1860) foi um filósofo alemão do século XIX, considerado pessimista e sombrio. Para ele, a solidão e a capacidade de bastar-se a si mesmo, são uma das qualidades mais valiosas para a felicidade de um indivíduo. Até aí não nenhuma objeção.

A grande obra de Schopenhauer é composta de quatro volumes: o primeiro livro é dedicado à “Teoria do Conhecimento”, o segundo, à “Filosofia da Natureza”, o terceiro à “Metafísica do Belo”, e o quarto à “Ética”. Argumentava ele que: "Grandes homens são como as águias - constroem seus ninhos na solidão elevada".

Segundo Schopenhauer, viver é sofrer, e não ache que exista uma entidade superior, um Deus que ordenou tudo e que dá um sentido para a nossa vida. Para ele o que nos move é a nossa “vontade”. Ela é uma espécie de essência do ser humano, uma energia que está para além da racionalidade. É como se fosse uma energia que nos move a viver e nos impulsiona, lançando-nos no mundo para que possamos fazer o que fazemos e ser o que somos.

Isso nos faz ser únicos. O mundo é a nossa representação. Ninguém vê o mundo como o outro vê, e de certa maneira, estamos presos em nossas representações. Essa vontade que nos faz viver desperta em nós desejos, e quando vamos em busca dos mesmos, e o que pode saciá-los é a satisfação e o prazer do encontro.

Porém, quando olhamos para o mundo, para nossa representação nada pode saciar, e a vida tornar-se uma constante oscilação entre a ânsia de ter e o tédio de possuir. E a vida é isso; um ciclo que se repete uma frustação? Se não tem Deus, não tem sentido, não tem satisfação, e o que nos resta então? É assim que o filósofo alemão em pleno século XIX, via o mundo.

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