7 de agosto de 2011

A SOCIEDADE CONDENA O AMOR

A nossa sociedade nos leva à uma simples conclusão, ou seja, de que amar não compensa. Curiosamente as pessoas, na maioria das vezes, não querem compromissos amorosos, mas também não querem ficar sozinhas. No livro O Medo a Liberdade, Eric Fromm argumenta com admirável clareza sobre essa questão da liberdade social. O indivíduo passa a sentir-se livre em sentido negativo. A suposta liberdade adquire, então, o significado de destruição da personalidade. É nesse complexo de sentimentos e atitudes que se dá a mais grave das enfermidades de que padece o mundo contemporâneo.
A organização social de efeito capitalista tem modos de convívio social baseados na competição e rivalidade. Essa sociedade vê no amor o seu pior inimigo. Fala-se tanto em cristianismo, onde se prega o amor ao próximo e certamente esse não é o sentimento mais presente entre nós. O amor não é absolutamente a força maior que fomenta a humanidade em nossa História e pouco influi na organização atual do mundo moderno.
Dificilmente vamos encontrar na sociedade patriarcal e capitalista, qualquer atividade, seja qual for o empreendimento que comece com grandes expectativas e esperanças e que, contudo, fracasse com tanta regularidade quanto o amor. Se isso se desse com qualquer outra atividade, todos estariam ansiosos por saber das razões do fracasso, por aprender como poderia fazer melhor ou evitar tal fracasso. Mas ninguém tem essa tendência como meio adequado para superar essa falência amorosa. Procurar entender e examinar as razões dessa falência e passar a estudar a significação do amor em nossa vida.
Amar o próximo é a coisa mais difícil de se concretizar em nosso mundo, não porque os nossos instintos sejam maus e nós sejamos monstros de egoísmo, mas porque sobre nós se exerce continuadamente a vigilância policial dos familiares e também dos não familiares. Até parece que o amor em nosso mundo é uma questão de obrigação. Quando se fala em liberdade de amar, todos ficam de cabelo em pé e pensam logo em safadeza, irresponsabilidade ou práticas de pornografia. Precisamos continuar na eterna ignorância de sentir o quanto a gente é bom e gostoso de acariciar. A sociedade parece alimentar em todos os cidadãos decentes o sentimento de que gente é perigoso e quanto mais longe ficar é melhor.
Quando descobrirmos que “gente” é bom e começarmos a proceder de acordo, no mesmo ato e no mesmo instante, estaremos iniciando a destruição dos tabus da sociedade em que vivemos. Atualmente não temos tempo para amar. Em nosso mundo, com dez horas de trabalho e transporte, com as outras de sono e refeição, mais as obrigações de família e diversão, não sobra nenhum tempo para amar. Esse é o modo mais simples e direto do nosso mundo impedir o amor. Não dando tempo para ele.
Como as pessoas não têm tempo para amar, elas amam sem tempo, tudo na base do improviso, muito precário, então o amor fica uma droga. Quero estar com a pessoa que amo, mas ela não pode, tem outros compromissos. Os encontros amorosos são apressados, ambos impacientes e apreensivos, uma relação que não traz nenhuma satisfação e a impressão de todos é que o amor não vale a pena, não compensa sofrer tanto para não ter a pessoa amada ou quando se tem, parece que  é pela metade.
Portanto, a imensa maioria das pessoas tem muito medo de se sentir fora do mundo habitual e por isso não ama. Vivem com medo, é como se vivesse pela metade. E quando alguém lhe diz “eu te amo”, logo vem à frase pronta: “precisamos no conhecer melhor” e com a obrigação de amar durante o tempo devido, em horas convenientes, no lugar certo. Como o amor nessas condições não acontece quase nunca, as pessoas em vez de condenarem as obrigações, condenam o amor. Ainda, por desencargo de consciência a frase chapada permanece: “precisamos nos conhecer”. Quando e em que momento? Porque, na verdade, a nossa sociedade não está interessada em gerar amor, mas sim em sufocá-lo.       

UMA HISTÓRIA DE AMOR QUE SÓ O TEMPO ENTENDE

Vou dividir com você essa História de Amor, porque ela tem muito do que vivi nesses últimos anos e mais precisamente nos últimos meses. Até ...