31 de dezembro de 2024

ADEUS 2024 E BEM-VINDO 2025

Boa noite PAI já está terminando o ano de 2024 e agradeço pela vida que me confiou. Nesse momento recolho para o meu descanso merecido.

Obrigado PAI por tudo, obrigado pela esperança que nesse ano animou os meus passos, pela alegria que senti juntamente com a minha filha Maria Eduarda, que caminhou ao meu lado o ano todo. Obrigado pela alegria que vi no rosto da minha filha e das demais crianças que com ela conviveram.

Obrigado pelo exemplo que recebi dos outros, pelo que aprendi aos meus sessenta anos vividos, obrigado também por tudo que sofri e ainda sofro por ter compaixão pelas crianças e pelos idosos.

Obrigado PAI pelo dom de amar, mesmo sem ser compreendido. Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa que sopra o meu rosto, pela comida em minha mesa, obrigado por permitir-me viver em 2024, pelo meu esforço e desejo de superação.

PAI desculpe o meu rosto carrancudo. Desculpe ter esquecido que não sou o filho único, mas irmão de muitos. Perdoa a minha falta de colaboração, a ausência do espírito de servir. Perdoa-me também por não ter evitado aquela lágrima, aquele desgosto que lhe dei.

Desculpa ter aprisionado em mim aquela mensagem de amor. Contudo, estou pedindo força, energia para os meus propósitos, no ano que está nascendo, a nossa vida não para nunca, só a morte pode cessar. Em quanto isso, espero que neste novo ano que está surgindo, domine um novo sentimento em cada coração, desses seres que compõem a humanidade. E que a cada novo dia seja um continuo sim numa vida consciente. Porque tudo que vive, não vive sozinho, nem para si mesmo. Como disse Gandhi: “Tudo o que vive é o teu próximo”.   

PARA CORRIGIR NÃO PRECISA HUMILHAR

Um velho estava sentado em um banco quando um jovem se aproximou e perguntou: — Lembra-se de mim, professor? O velho respondeu: — Não, não me lembro. Então, o jovem disse: — Fui seu aluno. Curioso, o antigo professor perguntou: — Ah, e o que você se tornou? O jovem sorriu e respondeu: — Bem, eu também me tornei professor. Surpreso, o velho disse: — Que maravilha! Assim como eu? — Sim, como o senhor. Na verdade, me tornei professor por sua causa. O senhor me inspirou.

O velho, intrigado, perguntou: — E quando foi que você decidiu ser professor? O jovem começou a contar: — Um dia, ainda na escola, um dos meus colegas veio à aula com um relógio lindo, novo em folha. Eu queria tanto aquele relógio que decidi roubá-lo. Pouco tempo depois, meu colega percebeu o sumiço e reclamou com o senhor.

O senhor então nos disse: — Um relógio foi roubado durante a aula. Quem pegou, por favor, devolva. Eu não devolvi porque queria muito aquele relógio. Então, você fechou a porta e pediu que todos nos levantássemos para que pudesse revistar nossos bolsos.

Mas fez algo especial: pediu que fechássemos os olhos. Quando chegou a minha vez, você encontrou o relógio no meu bolso e o retirou. Em seguida, continuou revistando os outros, sem dizer uma palavra. No final, você disse: — Podem abrir os olhos. O relógio foi encontrado.

O senhor nunca mencionou quem havia pegado o relógio. Nunca me repreendeu publicamente, nem fez qualquer comentário sobre isso. Aquele dia foi o mais constrangedor da minha vida, mas também o mais importante. Com seu silêncio, você salvou a minha dignidade. Foi naquele momento que entendi o que é ser um verdadeiro educador e o valor de um professor.

O jovem então perguntou: — Lembra-se desse episódio, professor? O velho respondeu, com um sorriso sereno: — Eu me lembro do relógio roubado, lembro-me de ter procurado nos bolsos de todos. Mas, não me lembro de você. Veja bem, eu também fechei os olhos enquanto procurava. E completou: — Se, para corrigir, é preciso humilhar, então não se sabe ensinar.

22 de dezembro de 2024

UM HOMEM CHAMADO JESUS DE NAZARÉ

Há mais de dois mil anos nascia um homem, chamado Jesus de Nazaré, que iria revolucionar o mundo. Trazia ideias profundamente renovadoras para a Humanidade, que seriam discutidas até hoje com profundidades. Mas ele pouco conseguiu. A não ser aumentar ainda mais o ódio daqueles que comeram do pão, do peixe e beberam do vinho. Sua mensagem era de amor entre as pessoas e paz na terra as pessoas de boa vontade.

Mas esse homem não foi feliz no seu gesto de apaixonado pelo seu semelhante. Na letra da música “Todos Estão Surdos” de Roberto Carlos, diz o seguinte: “Tanta gente se esqueceu de que a verdade não mudou. Quando a paz foi ensinada pouca gente escutou”. A letra continua dizendo: “Meu amigo volte logo, venha ensinar o meu povo, o amor é importante vem dizer tudo de novo”. Que o amor só traz o bem, não se discute, nós sabemos. Que a covardia é surda e só ouve o que convém, nós estamos cansados de saber, como muito bem diz a letra: Agora, voltar a ensinar tudo de novo?

Aqui já é um caso para se pensar. Se Jesus Cristo voltar, na certa vão te crucificar de novo e com requintes de crueldades. Não vão querer saber se sua filosofia fala de amor. Todos querem ser amados. Mas quem quer amar o seu próximo, que sou eu um deles? Se tivesse Jesus pregado o respeito entre as pessoas, talvez o efeito fosse outro. Respeitar é mais fácil que amar? Será?

Será que um dia as pessoas vão criar juízo e parar de espalhar o ódio e a tirania em torno de um sentimento tão lindo como o estado amoroso, os raros momentos de êxtases que temos na vida. Ou esse ódio é intrínseco na raça humana? Para o historiador Leandro Karnal, nós somos cordiais, que significa dizer: que em primeiro lugar nós agimos com o coração, inclusive quando odiamos. Nosso ódio também é cordial, passional. Historicamente o nosso mundo foi e continua sendo cercado por um ódio espantoso, implacável quando se trata de perseguição contra alguém.

Portanto, quando enxergar o outro diferente, não comece a dizer que ele está errado, que ele é estúpido, que vai para o inferno. Olhe bem para esse semelhante e diga: “Não compreendo essa pessoa, mas espero que esteja seguindo o seu caminho. Assim como espero também estar seguindo o meu caminho. Porque ser bom não é fazer toda a vontade alheia, é ser justo”.

(Um Feliz Natal a Todos)

9 de dezembro de 2024

CONHECEREIS A VERDADE E ELA NOS LIBERTARÁ

A filosofia nasceu no dia em que o homem tornou-se um ser consciente. O homem é verdade, foi sempre um ser intelectual, mas, em tempos remotíssimos, a sua inteligência se achava ainda em estado potencial, dormente, assim como a futura planta existe, em estado embrionário, ainda como semente, pronta para vir a ser uma árvore.

O homem tornou-se um “filósofo” quando nele despertou a inteligência adormecida, embrionariamente, fenômeno esse que não se deu ao que sabemos, com nenhum outro ser deste planeta. A inteligência, como a própria palavra diz, é uma faculdade tipicamente humana. Por meio dela nós percebemos um secreto nexo ou vínculo existente entre as coisas individuais do mundo, aparentemente desconexas.

O ser dotado apenas de sentido orgânico, não percebe senão coisas individuais, concretas, geralmente classificadas como físicas ou materiais. Os sentidos só percebem a multiplicidade das coisas, mas não percebem nenhuma unidade no mundo. O homem, embora perceba também essa mesma pluralidade, objeto em seus sentidos, mas concebe por meio da pluralidade periférica e da unidade central do cosmos, ou seja, na sua totalidade cósmica.

No entanto, só conseguimos perceber a unidade dos fenômenos por meio da multiplicidade. Por conseguinte, sendo que a multiplicidade é periférica e aparente, e a unidade é central e real, só um ser que percebe a unidade pode entender a realidade do mundo. Pois o homem enxerga a realidade do mundo através das suas aparências, dos fenômenos naturais.

Perceber a unidade do universo por meio da sua pluralidade é ser filósofo, isto é, philos = amigo, amanteda sophia = sabedoria. Quem experimenta essa realidade por meio das aparências, no centro do mundo por meio das suas camadas periféricas, é um filósofo, um amigo da sabedoria. Portanto, um bandeirante da realidade, um pesquisador, ou mesmo um perseguidor da verdade. “Conhecereis a verdadee a verdade nos libertará”. Palavras ditas por Jesus Cristo.

27 de novembro de 2024

AMIZADE COM PRASO DE VALIDADE NÃO É AMIZADE

Deixe ir as pessoas que não estão prontas para amá-lo. Essa é a coisa mais difícil que você terá que fazer na sua vida e também será a coisa mais importante. Pare de ter conversas difíceis com pessoas que não querem mudar. Pare de aparecer para pessoas que não têm interesse em sua presença.  Sei que seu instinto é fazer o melhor para ganhar o apreço das pessoas ao seu redor, mas é uma necessidade que rouba seu tempo, energia, saúde mental e física.

Quando você começar a lutar por uma vida com alegria, interesse e comprometimento, nem todos estarão prontos para segui-lo até aquele lugar.  Isso não significa que você tem que mudar quem você é, significa que você deve deixar ir as pessoas que não estão preparadas para acompanhá-lo.

Se você é excluído, insultado, esquecido ou ignorado pelas pessoas a quem dedica seu tempo, não está fazendo um favor a si mesmo ao continuar a oferecer a elas sua energia e sua vida. A verdade é que você não é para todos e nem todos são para você.

É isso que o torna tão especial quando você conhece pessoas com quem tem amizade ou amor mútuo. Você saberá como isso é precioso porque experimentou o que não é. Quanto mais tempo você gasta tentando ser amado por alguém que não é capaz, mais tempo você perde se privando da possibilidade dessa conexão com outra pessoa.

Existem bilhões de pessoas neste planeta e muitas delas irão conhecê-lo, no seu nível de interesse e compromisso. Quanto mais você se envolve com as pessoas que o usam como almofada, opção de fundo ou terapeuta para a cura emocional, mais você se afasta da comunidade que deseja.

Talvez se você parar de aparecer, eles não irão procurar por você.  Talvez se você parar de tentar, o relacionamento acabe.  Talvez se você parar de enviar mensagens de texto, seu telefone ficará escuro por semanas. Isso não significa que você arruinou o relacionamento, significa que a única coisa que o sustentou foi a energia que só você deu para mantê-lo. Isso não é amor, é apego. É querer dar uma chance a quem não merece! Você merece muito, tem gente que não deveria estar na sua vida, você vai perceber.

A coisa mais valiosa que você tem em sua vida é seu tempo e energia, pois ambos são limitados. O que você dá seu tempo e energia definirá sua existência. Ao perceber isso, você começa a entender por que fica tão ansioso quando passa tempo com pessoas, em atividades, lugares ou situações que não lhe convêm e não deveriam estar perto de você, elas roubam sua energia.

Você começará a perceber que a coisa mais importante que pode fazer por si mesmo e por todos ao seu redor é proteger sua energia com mais vigor do que qualquer outra coisa. Faça da sua vida um porto seguro, onde apenas pessoas “compatíveis” com você sejam permitidas. Você não é responsável por salvar ninguém. Você não é responsável por convencê-los a melhorar. Não é seu trabalho existir para as pessoas e dar-lhes sua vida!

Porque se te sentires mal, se te sentires obrigado, serás a raiz de todos os teus problemas por causa da tua insistência, temendo que não retribuam os favores que concedeu. É sua única obrigação perceber que você é o mestre de seu destino e aceitar o amor que você pensa que merece.

Portanto, você merece uma amizade verdadeira, um compromisso verdadeiro e um amor completo por pessoas saudáveis ​​e prósperas. Então espere e veja o quanto tudo começa a mudar e vai mudar isso com certeza, com gente positiva e com boa energia. Não perca tempo com gente que não vale a pena, a mudança vai te dar amor, estima e felicidade. A proteção que você merece.

24 de novembro de 2024

COMO É CONVIVER COM UMA PESSOA NARCISISTA?

Cuidado com quem namora e casa, pois a maior prisão do mundo é um lar sem paz. A pessoa com quem escolhe partilhar a sua vida afetará profundamente a sua felicidade, bem-estar e percurso geral de vida. É fundamental compreender a importância de escolher um parceiro que contribua para a sua paz, e não aquele que a esgote.

Isto é especialmente verdade quando se trata de narcisistas, que são frequentemente chamados de vampiros de energia tóxica, que são bons a jogar e a manipular pessoas. Os narcisistas podem ser incrivelmente encantadores e convincentes no início de um relacionamento. São especialistas em criar a ilusão de um casal perfeito, muitas vezes chamada de “bombardeamento amoroso”.

Nesta fase, ele vai enchê-la de carinho, elogios e atenção, fazendo com que se sinta ainda mais especial e valorizada. Estes toques e atenção intensa podem ser inebriantes e fazer com que pense que encontrou alguém extraordinário. No entanto, esta é uma tática para ganhar rapidamente a sua confiança e devoção.

Depois de garantirem o seu afeto, os narcisistas começam muitas vezes a mudar sutilmente o seu comportamento. Podem começar a desvalorizá-lo através da crítica, da manipulação e do controle, mantendo ao mesmo tempo uma fachada de charme e preocupação.

Esta mudança gradual pode ser confusa e desorientadora, fazendo com que questione as suas próprias percepções e sentimentos. Os narcisistas são especialistas em gaslighting, uma tática de manipulação concebida para fazê-lo duvidar da sua realidade e torná-lo cada vez mais dependente da sua aprovação e validação.

Nas relações com narcisistas, os altos e baixos podem ser extremos. Posso alternar entre períodos de afeto e validação e períodos de frieza e crítica. Este ciclo cria uma montanha-russa de emoções, mantendo-o desequilibrado e focado em reivindicar a sua aprovação. Esta dinâmica é emocionalmente desgastante e pode levar a uma perda significativa da autoestima ao longo do tempo.

Uma casa com um narcisista é muitas vezes repleta de tensão e conflito. Os narcisistas prosperam no controle e no domínio e, muitas vezes, ignoram as suas necessidades e sentimentos. A sua incapacidade de ter empatia com os outros pode levar à falta de ligação autêntica e de respeito mútuo.

Viver num ambiente deste tipo pode parecer uma batalha constante, drenando a sua energia e minando a sua paz e felicidade. Reconhecer os sinais de comportamento narcisista no início de uma relação é essencial para proteger o seu bem-estar. Procure sinais de alerta como o egocentrismo excessivo, a falta de empatia, a necessidade de admiração constante e a tendência para manipular e controlar.

Confie nos seus instintos e faça da sua paz e felicidade uma prioridade. Estabelecer e manter limites saudáveis ​​são cruciais quando se lida com potenciais narcisistas. Em suma, cuidado com quem namora e casa porque a maior prisão do mundo é um lar sem paz.

Os narcisistas, ou vampiros com energia tóxica, são especialistas em brincar e manipular as pessoas para acomodar as suas próprias necessidades e desejos. Compreender as táticas e permanecer vigilante pode protegê-lo de entrar numa relação que esgota a sua energia e prejudica a sua paz.

Portanto, a sua casa deve ser um santuário de amor, respeito e tranquilidade, não um campo de batalha para dominação e controle. Escolha com sabedoria e dê prioridade à sua paz em detrimento dos outros. Seja aquele que cura as feridas, e não aquele que as provoca.

15 de novembro de 2024

FAZER DO OUTRO UM VEÍCULO PARA A MINHA SATISFAÇÃO

Há uma história muito interessante do rabino de Kotzk. Ele passou por um jovem que estava claramente deliciando-se em um prato de peixe que comia. Ele disse ao jovem: “Por que você está comendo esse peixe?” O jovem responde: “Porque eu amo peixe!” O rabino responde: “Ah, você ama o peixe e por isso o tirou da água, o matou e o ferveu. Não me diga que ama o peixe. Você ama a si mesmo. E porque o peixe é gostoso na sua opinião, você o tirou da água, o matou e ferveu”.

Muito do que chamam de “amor” é “amor a peixe”. E então um casal de jovens se apaixona. Quando os jovens se apaixonam, o que isto significa? Isso significa que ele viu nessa mulher, alguém que ele acredita que poderá prover todas as suas necessidades emocionais e físicas, e ela sentiu que esse homem poderá fazer o mesmo. Isso talvez seja o amor.

Mas ambos estão olhando para as próprias necessidades. Não é amor pelo outro. A outra pessoa se torna um veículo para a minha satisfação. Muito do que chamam de “amor” é “amor a peixe”. Um amor externo não é sobre o que vou receber, mas o que vou dar. Argumentava um professor de ética o Rabino Dessler, que as pessoas cometem um erro grave ao pensar que você dá aqueles que você ama. Que não é verdade!

Portanto, a verdadeira resposta é que você ama aqueles a quem você dá. O meu argumento é que se eu dou algo a você eu investi em você. E já que amor próprio é natural, todos amam a si mesmos. Há uma parte de mim em você que eu amo. Agora que parte de mim está em você? Um amor verdadeiro não está no que eu vou obter, mas no que eu vou lhe dar.

9 de novembro de 2024

QUAL A IMPORTÂNCIA DE TER UM PROJETO DE VIDA?

Pessoas que não têm um projeto de vida veem um mundo cinza, sem cor. Porque elas simplesmente existem, leva a sua rotina no modo automático, sem ter um objetivo, uma aspiração que as faça orientar as suas ações. É completamente diferente daqueles que sabem exatamente onde estão e aonde querem chegar. 

Não importa a idade que você tenha ou por qual momento esteja passando, o fundamental é ter um planejamento que guie os seus próximos passos daqui para frente. Esses indivíduos conseguem se programar muito melhor, sem falar em sua motivação constante.

No entanto, é muito mais fácil manter o foco, o engajamento e o estímulo quando se tem um horizonte na sua frente do que quando você não faz a menor ideia do por que está fazendo aquilo e no que aquela atitude pode levá-lo. Esse não se importar, pode leva-lo a consequência desastrosa no futuro.

Quando se sabe aonde se quer chegar é possível programar a sua caminhada e enfrentar todos os desafios que aparecem com a coragem necessária para seguir em frente. Agora, quando se está perdido, você tende a aceitar qualquer destino, buscar os caminhos mais fáceis e inventar desculpas para desistir perante o primeiro obstáculo.

Pois, no fim das contas, o único elemento que o guia é a sua intuição. Nós sabemos que não é uma das tarefas mais fáceis do mundo, mas, ao traçar esses objetivos, você, sem dúvidas, vai começar a encarar a vida de outra forma. Com muito mais foco e dedicação em busca daquilo que realmente importa.

Portanto, um projeto de vida bem planejado é o caminho entre o “quem eu sou” e “quem eu quero ser”. Através de um processo bem estruturado unindo criatividade, autoconhecimento, planejamento e prática, você aprende a se conhecer melhor, identifica seu potencial, interesses e sonhos, definindo metas e estratégias para alcançar seus objetivos.

31 de outubro de 2024

QUANDO ALGUÉM TE PERDE O LUTO JÁ PASSOU

Quando a pessoa vai se separar da outra, ela pode ter sofrido o luto antes. A relação foi tão desgastante, foi tão irritante, houve tantas discussões, tantas brigas sem razão, tantos desentendimentos, tantas implicâncias, misturada com ciúmes, que a pessoa vai se despedindo aos poucos da outra. A relação afetiva vai se desgastando, até ao ponto de não sobrar mais nada. Até o respeito acabou!

Quando chega nesse ponto que o amor termina, a relação conjugal vira uma cadeia fria, uma vida marcada de obrigações, porque afinal de contas a ideia que se faz do casamento, que é para sempre. As pessoas com o tempo não percebem mais essa relação, não percebe mais o outro. Seja em qualquer relação afetiva.

Quando uma relação amorosa acaba, não resta mais nada para sofrer. Chegou ao fim! A pessoa nem sofre mais por esse amor, simplesmente acabou! Muito pelo contrário, ela se sente aliviada, por tudo que suportou dessa relação tóxica. Naturalmente, passou a relação inteira sofrendo, penando e a separação acaba sendo um reencontro consigo mesma.

As pessoas, principalmente depois de algum tempo juntas, têm dificuldades para dizer, por exemplo: “agora eu não te amo mais”. Eu conheço histórias em que pessoas levaram anos para se convencer de que não estavam mais interessado um no outro. Não precisa, necessariamente, ter que amar a mesma pessoa a vida inteira. Você ama a vida inteira pessoas diferentes.   

O reencontro comigo mesma, lhe faz enxergar que o outro era exatamente o contrário do que você imaginava. Ontem era uma dor, só de pensar que poderia não ter mais esse amor. Hoje é um alívio em saber que não quer mais essa pessoa em sua vida. Um amor que só serve para provocar brigas e cobranças. Portanto, somos egoístas até no momento de amar.

26 de outubro de 2024

COMPREENDER OS COMPORTAMENTOS SUBCONSCIENTES

O nosso subconsciente é como uma corrente subterrânea que molda silenciosamente nossas escolhas e ações. Essa força oculta pode ser tanto uma aliada quanto uma adversária na busca pela vida que desejamos. A partir daí, criamos padrões de pensamento que, embora possam parecer inofensivos, moldam nossa compreensão do que é "normal" e "ideal".

Consequentemente, aceitamos essas narrativas sem nos questionar, adotando crenças que podem nos impedir de explorar nosso potencial máximo. Para conseguir identificar essas influências, é necessário ter uma objetividade única e uma habilidade para questionar as verdades que são amplamente aceitas.

A insatisfação interior que muitos de nós sentimos, pode ser a consequência de vivermos uma narrativa que não é verdadeiramente nossa, mas sim uma imposição da cultura predominante. O subconsciente absorve essas mensagens, guiando nossas escolhas de carreira, relacionamentos e objetivos sem que a gente perceba. É fundamental reconhecer que o subconsciente não é apenas um espectador passivo, mas uma força que molda ativamente nossa realidade.

Ao compreender os comportamentos subconscientes que nos impedem de viver a vida desejada, ganhamos o poder de desafiar e reformular essas narrativas internalizadas. A mudança começa quando questionamos as suposições e exploramos alternativas que refletem genuinamente nossos desejos mais profundos.

19 de outubro de 2024

INVEJA É UM SENTIMENTO DE ÓDIO

Inveja é um sentimento de ódio, pesar ou desgosto provocado pelo bem-estar, prosperidade ou felicidade de outra pessoa. É também um desejo forte de possuir ou desfrutar de algo que outra pessoa tem. A palavra "inveja" vem do latim invidia, que deriva do verbo invidere, que significa "olhar mal" ou "olhar com descontentamento".

A inveja é diferente do ciúme, que está relacionado com relações triangulares e consiste no medo de perder uma relação para outra pessoa. Só que na inveja temos uma sensação de humilhação, de depreciação do outro. A pessoa que nutre a inveja pelo outro, sente-se por baixo, incomodada com as qualidades e o brilho daquela pessoa. O outro se torna insuportável aos olhos do invejoso.

Humilhado, ferido na sua vaidade, e com tendências fortes para a agressividade, desenvolve uma reação de raiva, de revolta contra aquele que provoca a inveja. Portanto, começa aqui uma perseguição implacável contra o invejável que está causando esse desconforto todo no invejoso.

Agindo com um “requinte” de crueldade incrível para que possa destruir o outro que é o seu objeto de admiração e para alcançar seu objetivo expõe o outro ao ridículo perante amigos e à sociedade, sem nenhum pudor para com a privacidade de ambos. Por isso é preciso muita força de vontade para enxergar os nossos defeitos, que são muitos.

A pessoa que tem como meta construir a felicidade ao lado de quem realmente se ama, precisa evoluir muito para aceitar as suas limitações. Conhecer a si mesma e trabalhar seriamente no processo de crescimento individual se quiser chegar a uma boa autoestima. Relacionar-se, com qualidade, é também admirar o outro com maturidade.

13 de outubro de 2024

NÃO IMPORTA QUANTOS ANOS AINDA TENHO

Quantos anos ainda tenho? O que importa isso? Tenho a idade que escolho e que sinto! A idade em que posso gritar sem temor o que penso, fazer o que desejo sem receio de errar, pois trago comigo a experiência dos anos vividos e a força inabalável das minhas convicções. Não importa quantos anos ainda tenho, não quero saber disso!

Alguns dizem que estou velho, outros afirmam que estou no auge. Mas não são os números que definem a minha vida, não é o que dizem, mas sim o que o meu coração sente e o que a minha mente dita. Tenho os anos suficientes para gritar minhas verdades, fazer o que quero, reconhecer velhos erros, corrigir rotas e valorizar vitórias.

Já não preciso ouvir: “Você ainda é jovem demais”, ou “Você está velho demais, o seu tempo já passou”. Quem lhe disse que o meu tempo já passou? E o que é o tempo? Tenho a idade em que as coisas são vistas com serenidade, mas com o desejo incessante de continuar crescendo.

Tenho a idade em que os sonhos podem ser tocados com os dedos, e as ilusões se transformam em esperança. Tenho a idade em que o amor, às vezes, é uma chama ardente, ansioso para se consumir no fogo de uma paixão. Outras vezes, é um porto de paz, como o pôr do sol que se reflete nas águas tranquilas do mar.

Quantos anos ainda tenho? Não preciso contar, pois os desejos que alcancei, os triunfos que obtive, e as lágrimas que derramei pelas ilusões perdidas, valem mais do que qualquer número. O que importa se fiz sessenta, setenta ou mais? O que realmente importa é a idade que sinto, a força que tenho para viver sem medo,

Quero seguir meu caminho com a experiência adquirida e o vigor dos meus sonhos. Quantos anos ainda tenho? Isso não importa! Tenho os anos suficientes para não temer mais nada, e para fazer o que quero e sinto. Mas, qual é a sua idade? Não importa quantos anos ainda tenho, porque aprendi a valorizar o essencial e a carregar comigo apenas o que realmente importa!

7 de outubro de 2024

DO TOQUE AO ÊXTASE CÓSMICO

Todos nós gostamos de abraçar e tocar nosso próximo, mas tocar com amor que é uma raridade na sociedade contemporânea. Abraçar ou tocar o outro com mais amor é uma experiência de contato profundamente humano e extremamente enriquecedor que une os amantes e fortalece a relação, porque nos da chance de partilhar experiências inefáveis. E o sexo é uma das formas mais completas de toque. Segundo alguns pesquisadores, o tato é a linguagem específica do sexo.

Entretanto, tocar significa estimular certos receptores sensoriais da pele, propiciando as excitações adequadas ao orgasmo durante o intercurso sexual para homens e mulheres. Nas mulheres, por exemplo, os pelos pubianos, quando estimulados em sua base, servem para produzir certas alterações quimiocondutoras nas terminações nervosas, que inervam diretamente a pele, que induzem a uma intensificação da excitação sexual. Além de proteger o órgão genital feminino. Por outro lado, algumas mulheres buscam freneticamente no contato físico, compensação para as suas inseguranças emocionais. Esse tipo de comportamento pode enfraquecer as relações afetivas.

Para os orientais, o amor entre duas pessoas realizado através do ato sexual é uma expressão da existência de elevada qualidade, a mais completa forma de toque, que permite ao ser humano a vivência do êxtase cósmico e com ele a percepção da sua transcendência. Por isso dedicam-se a praticar gesto e movimento com a finalidade de tornar o ato sexual mais demorado. No Kama Sutra, livro sagrado dos brâmanes da Índia, publicado cinco mil anos antes Cristo, já se manifestava a preocupação de favorecer o prazer, indicando sessenta e quatro posturas favorecedoras da sexualidade com maior integração entre homem e mulher. Uma forma de prolongar o prazer sexual.

Segundo o autor do Kama Sutra, o filósofo indiano Vatzyayana, que viveu entre os séculos IV e VI antes de Cristo, compilou inúmeras sugestões a fim de que os seres humanos de seu tempo tirassem o melhor proveito das experiências sexuais através de um estado de relaxamento e gozo intenso. Tendo em vista, que o sexo não é apenas um em si mesmo, é uma energia vibrante e poderosa que nos leva ao estado de transcendência e sabedoria. É o viver um no outro. Isso reforça o velho conhecimento tântrico, prática chinesa milenar, bem como outros conhecimentos orientais, ampliando o estado de felicidade e serenidade que experimentam os amantes.  

São raríssimos os casais em que o sentimento extasiante se revela, numa atração que acontece, como entre dois polos de um imã. É evidente a necessidade de unificação, fusão. Por isso que ambos querem ficar juntos, unidos durante horas seguidas. Buscam cumprir a lei de afinidade na qual o amor tem como objetivo interligar os seres amados em todos os níveis: desde corporal, mental e espiritual. A partir daí, a transcendência, isto é, a consciência entre os amantes pode ser vivenciada intensamente.

Todavia, é uma explosão de galáxias. O êxtase cósmico. É o big-bang dos apaixonados. Eu diria: a inundação da autoconsciência. Há um alumbramento. Os amantes tornam-se iluminados. Ficam mais belos. Por isso é impossível esconder o estado amoroso quando ele acontece. Durante os relacionamentos orgásticos, as energias positivas emanadas da dupla amorosa evadem-se e beneficiam o ambiente, deixando um clima de alegria e bem estar. Não há espaço para insegurança.

Portanto, experiência como essa ainda é incomum em nossa civilização. É bom que se diga que não tem nada a ver com promiscuidade ou sexo como descarga de tensão ou sofisticação. Toda a nossa vida é uma busca de amor; entretanto, poucos estão preparados para a entrega e doação que esse ato exige. Amor de verdade não se encontra fácil por aí todos os dias. Para descobrir amor demanda sensibilidade. O amor deixa a pessoa mais plena, leve e conciliada com a vida e com a Divindade Cósmica.

29 de setembro de 2024

A MENTE SEGUNDO A TEORIA DE SIGMUND FREUD

Sigmund Freud e a psicanálise se popularizaram de tal forma que suas ideias são, muitas vezes, veiculadas de modo errôneo e distorcidas, como tudo que passa por um processo de grande divulgação, em especial numa sociedade de massas como a nossa. Tendo em vista, o difícil relacionamento entre Freud e Jung, que virou tema do filme: “Um Método Perigoso”, de David Cronenberg.

De modo que é preciso, antes de qualquer coisa, esclarecer o significado dessa expressão. O que é psicanálise? Em primeiro lugar, é uma teoria que pretende explicar o funcionamento da mente humana. Além disso, a partir dessa explicação, ela se transforma num método de tratamento de diversos transtornos mentais.

São dois os fundamentos da teoria psicanalítica: 1) Os processos psíquicos são em sua imensa maioria inconscientes, a consciência não é mais do que uma fração de nossa vida psíquica total; 2) os processos psíquicos inconscientes são dominados por nossas tendências sexuais.

Nesse sentido, Freud buscou explicar a vida humana (pessoal e individual, mas também pública e social) recorrendo a essas tendências sexuais a que chamou de “libido”. Com esse termo, o pai da psicanálise designou a energia sexual de maneira mais geral e indeterminada.

Assim, por exemplo, em suas primeiras manifestações, a libido liga-se a outras funções vitais: no bebê que mama, o ato de sugar o seio materno provoca outro prazer além do de obter alimento e esse prazer passa a ser buscado por si mesmo. Por isso, Freud afirma que a boca é uma "zona erógena" e considera que o prazer provocado pelo ato de sugar é sexual.

Portanto, repare bem, a libido pode nada ter em comum com as áreas genitais. Posto isso, a psicanálise compreende as grandes manifestações da psique como um conflito entre as tendências sexuais ou libido e as fórmulas morais e limitações sociais impostas ao indivíduo. Esses conflitos geram os sonhos, que seriam, segundo a interpretação freudiana, as expressões deformadas ou simbólicas de desejos reprimidos. Geram também os atos falhos ou lapsos, distrações falsamente atribuídas ao acaso, mas que remetem ou revelam aqueles mesmos desejos.

23 de setembro de 2024

QUANDO EU ME AMEI DE VERDADE - Charles Chaplin (1889 - 1977)

Quando me amei de verdade, percebi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo e no momento certo. E então eu pude relaxar. Hoje eu sei que isso tem nome: Autoestima!

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia e meu sofrimento emocional não são mais do que sinais de que estou indo contra minhas próprias verdades. Hoje eu sei que isso é: Autenticidade!

Quando me amei de verdade, parei de desejar que minha vida fosse diferente, e comecei a ver que tudo que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje eu sei que isso se chama: Maturidade!

Quando me amei de verdade, comecei a entender porque é ofensivo tentar forçar uma situação ou uma pessoa apenas para alcançar aquilo que eu desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou que a pessoa (talvez eu mesmo) não está preparada. Hoje eu sei que o nome disso é: Respeito!

Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável: pessoas e situações, tudo e qualquer coisa que me empurrasse para baixo. No início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje eu sei que se chama: Amor próprio!

Quando me amei de verdade, parei de me preocupar em não ter tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os mega projetos do futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje eu sei que isso é: Simplicidade!

Quando me amei de verdade, desisti de querer estar sempre certo e, com isso, errei muito menos vezes. Foi assim que descobri que isso se chama: Humildade!

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, mantenho-me no presente, que é onde a vida acontece. Hoje eu vivo um dia de cada vez. E isso se chama: Plenitude!

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco ao serviço do meu coração, ela é uma valiosa aliada. E isto é: Saber viver!

18 de setembro de 2024

QUAL É O PROPÓSITO DA LEITURA?

Li muitos livros, mas esqueci da maioria deles. Disse o aluno ao seu Mestre.  Mas então, qual é o propósito da leitura? Esta foi à pergunta que um aluno fez ao seu Mestre. O Mestre não respondeu naquele momento. No entanto, depois de alguns dias, enquanto ele e o jovem estudante estavam sentados perto de um rio, ele disse que estava com sede e pediu ao menino que lhe trouxesse um pouco de água usando um coador velho e sujo que estava no chão.

O aluno levou um susto, pois sabia que era um pedido sem lógica. No entanto, ele não poderia contradizer seu Mestre e, pegando o coador, começou a realizar essa tarefa absurda. Cada vez que ele mergulhava o coador no rio para buscar um pouco de água para levar de volta ao seu Mestre, ele não conseguia nem dar um passo em direção a ele, pois não restava uma gota no coador.

Tentou dezenas de vezes, mas por mais que tentasse correr mais rápido da margem até seu Mestre, a água continuava passando por todos os furos do coador e se perdia no caminho. Exausto, sentou-se ao lado do Mestre e disse: Não consigo tirar água com esse coador. Perdoe-me Mestre, é impossível e falhei em minha tarefa. Não - respondeu o velho sorrindo - você não falhou.  Olha o coador, agora está brilhando, está limpo, está como novo.  A água, que escorre por seus buracos, o limpou.

Quando você lê livros - continuou o velho Mestre - você é como um coador e eles são como a água do rio. Não importa se você não consegue guardar na memória toda a água que eles deixaram correr em você, porque os livros, porém, com suas ideias, emoções, sentimentos, conhecimentos, a verdade que você encontrará entre as páginas e essas limparão sua mente e espírito, e eles farão de você uma pessoa melhor e renovada.  Esse é o propósito da leitura.

2 de setembro de 2024

A FUNÇÃO DA ARTE É SUPERAR A SOLIDÃO

Assim como a gente tem direito a saúde, também temos que ter direito a arte, porque a arte nos ajuda a viver. Quem vai ao teatro e está em contato com o código poético, de alguma maneira essa pessoa tem mais condição de compreender a imperfeição humana. Quem lê Clarice Lispector, Fernando Pessoa, quem lê Fiódor Dostoiévski, quem lê os poetas de modo geral, no mínimo vai sofrer mais bonito.

Porque sofremos? Você não deixa de sofrer, não se iluda. Não deixamos de sofrer, mas quando temos aquela música de Roberto Carlos ou Chico Buarque para cantar, podemos estar chorando, estamos mal, mas, temos a música para cantar. Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu. Aqui cabe, uma metáfora, a de andar de braços dado com o poeta, que viveu a mesma coisa que você viveu.

O poeta é teu irmão, a arte nos ensina, que todos somos irmanados, somos o que a arte da para nós. Numa peça de teatro de Simone de Beauvoir, o ator fala uma coisa linda, que diz assim: “Nós artistas compartilhamos essas experiências, com o público, para que o público reconheça nos seus sofrimentos individuais o consolo da fraternidade". Essa é a grande função da arte, superar a solidão, que é comum a todos nós e que, no entanto, faz com que nos tornemos estranhos uns aos outros.

24 de agosto de 2024

COMO FAZER AMOR SEM SE DESPIR?

Gabriel García Márquez: - Então o que vamos fazer? - O Amor. - Tem certeza? - Sim. - Bem, vou me despindo. - E por que você está tirando sua roupa? - Então, para fazer! - Quem te disse que você tem que se despir para fazer Amor? - Pois que eu saiba é assim que se faz. - Não, essa não é a única maneira de fazer Amor. - E como então? - Apenas deixe a roupa vestida e conversemos até cansarmos, riamos por nada e por tudo, olhemos devagar até tentarmos decifrar.

Comigo você não precisa se despir de corpo, mas de alma, apenas nos olhar até ficarmos sem palavras, e ali, nesse instante em que as palavras são insuficientes para explicar o que sentimos, nesse silêncio infinito finalmente poderemos nos tocar. Percebes? -Tocar-nos? - Sim, tocar-nos com a ternura dócil de uma carícia que se expanda docemente até morrer num abraço. - Ai, que lindo! - Olha, deixa-me segurar sua mão? - Sim. - Sente?

Essa é uma das maneiras de fazer Amor. É sobre isso que falo. Você apenas deixe a roupa vestida e vamos conversar até cansar, vamos só olhar a boca, os cílios, os lábios por um tempo e se o beijo for necessário virá sem pedir licença. Vamos conversar até conhecermos todas as nossas memórias, até sabermos os nossos segredos mais profundos, apenas deixe-me olhar para você até o mais extremo e requintado deleite.

Deixe-me ver a Alma até o cansaço, até que estes olhos se rendam e me obriguem a baixar as pálpebras me incitando a dormir. - E você vai forçá-los a ficar abertos? - Sim, para te olhar a noite toda. - Só você!

19 de agosto de 2024

A METÁFORA DO MITO DA CAVERNA

O Mito da Caverna é um dos textos filosóficos mais lidos de todos os tempos, extraído do clássico de Platão, A República, narra um diálogo entre o irmão de Platão, Glauco, e Sócrates, seu mentor, tratando-se de um permanente convite à reflexão.

É uma poderosa metáfora que explora a natureza do conhecimento, da realidade e da jornada filosófica em direção à iluminação, sendo uma das passagens mais conhecidas e influentes da história da filosofia.

No Mito da Caverna, Platão descreve um grupo de prisioneiros acorrentados em uma caverna desde o nascimento, com suas cabeças voltadas para a parede do fundo. Eles nunca viram o mundo exterior e acreditam que as sombras projetadas na parede pelas figuras que passam são a única realidade.

O mito simboliza a jornada do homem em busca da verdade e do conhecimento. Os prisioneiros representam a condição humana de ignorância e ilusão, presos em uma realidade superficial e enganosa. O prisioneiro que é libertado e se eleva acima da caverna representa o sábio filósofo que busca a verdade além das aparências e das convenções sociais.

Essa alegoria destaca a importância do questionamento, da reflexão crítica e da busca por conhecimento para alcançar uma compreensão mais profunda da realidade. Ela nos convida a questionar nossas percepções e crenças, e a nos libertarmos das limitações impostas pela sociedade e pela ignorância, em busca de uma verdade mais essencial e significativa.

O Mito da Caverna de Platão continua a ser uma metáfora poderosa e relevante, nos lembrando da importância do pensamento crítico, da busca da sabedoria e da expansão do nosso entendimento do mundo ao nosso redor.

11 de agosto de 2024

SAUDADE DO SENHOR MEU QUERIDO PAI

Pai queria te ver, queria olhar teus olhos. Queria agradecer tudo que fez por mim, por tudo que sou por todas as lembranças que carrego comigo, pela vida. Pai, quando eu era criança pensava que pai era super-herói, que pai não tinha dores, nem medos, você era tudo para mim, em qualquer lugar que eu estivesse sempre sabia que podia contar com você Pai.

Queria sorrir e beijar teu rosto agora, pois não o vejo mais. Queria abraçá-lo bem forte e dizer: que bom à gente ter você Pai. Queria contar-lhe uma piada, Pai. Fazer do dia a dia uma festa só para comemorar o seu dia Pai. Para quem já cumpriu a jornada é hora de nós filhos pedirmos perdão Pai.

Por isto ou por mais aquilo Pai. Queria mudar de vez para a cor azul, o cinza do Asilo. Queria dizer meu velho, que nunca me esqueci de você. Eu sei Pai que o senhor vai perdoar sempre ao receber meu abraço. Vai ficar muito feliz. Sinto que nunca vou lhe esquecer. Abandonar um velho, isso não se faz.

Queria lhe dizer meu velho e querido Pai, hoje você mora nas minhas lembranças. Eu sei que o senhor vai me perdoar, por toda dor que lhe causei. Sei que vou chorar muito, por não ter mais o seu caloroso abraço. Meu velho e querido Pai, jamais te esquecerei. Hoje sei o que é ser um velho abandonado. Talvez seja essa, a maior doença que a Modernidade está produzindo.

7 de agosto de 2024

A FOFOCA É A MÃE DA CRUELDADE

Um homem foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse: - Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo seu. Espera – disse o sábio: Antes de contar-me, quero saber se consegue passar essa informação pelas três peneiras. - Três peneiras? Indaga o homem: - O que queres dizer?

Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. - Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade? - Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.

A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não? Envergonhado, o homem respondeu: - Devo confessar que não. 

A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo? – É útil? Na verdade, não. Então, disse-lhe o sábio: - se o que queres contar-me não é VERDADEIRO, nem é BOM e nem é ÚTIL, então é melhor que guardes apenas para ti.

4 de agosto de 2024

ELE SERÁ CAPAZ DE IMAGINAR A VIDA, SEM ELA?

Ele tem muitas razões para pensar, por exemplo, que o grande acontecimento da sua vida foi exatamente esse. Ter conhecido ela. Imagina se ele não tivesse conhecido essa mulher. Poderíamos dizer: “Ah, mas ele teria conhecido outras mulheres”. Mas não é disso que se trata, não é uma questão quantitativa. Era simplesmente o fato de ter conhecido essa mulher. Nada mais! E isso mudou a sua vida completamente. Agora me diz: “Ele será capaz de imaginar a vida, sem ela?”.

Posso dizer que não sei como ele iria viver. Viveria evidentemente, mas não sei como. Sorte da pessoa, que encontra, no momento certo, a incrível oportunidade de um amor na maturidade. Não é qualquer pessoa que pode se orgulhar de finalmente conhecer a alegria no compartilhar sonhos, a mesa, a cama e o carinho com alguém especial. É mais do que certo: “é a linda certeza de que, em qualquer idade, se encontra o amor e a felicidade”.

Que a nossa vida não seja uma vida estéril. Sê útil. Deixa rastro. Ilumina com o resplendor da nossa fé e do nosso amor. Apaga, com a tua vida de apóstolo, o rastro viscoso e sujo que deixaram os semeadores impuros do ódio. E incendeia todos os caminhos da terra com o fogo de Cristo que levas no coração.

25 de julho de 2024

COMO É QUE A SUA SOLIDÃO SE COMPORTA?

Entre as muitas coisas profundas que o filósofo francês Jean-Paul Sartre disse foi: "Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você." Pare e leia novamente! E pense! Você lamenta essa maldade que a vida está fazendo com você, a solidão? Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim.

Como é que a sua solidão se comporta? Ou, talvez, dando um giro na pergunta: Como você se comporta com a sua solidão? O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofrimento, uma doença, uma inimiga.

Aprenda isso: as coisas são os nomes que lhe damos. Se chamar minha solidão de inimiga, ela será minha inimiga. Mas será possível chamá-la de amiga? O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, acha que sim:

"Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim!"

21 de julho de 2024

VOCÊ PENSA O QUE FALA OU FALA O QUE PENSA?

Se meu coração pudesse dizer tudo que sente. Se minha mente pudesse falar tudo que pensa. Eu surpreenderia muita gente. E por falar a verdade ganharia uma sentença judicial. Não é sempre que é preciso falar tudo que pensa, lembre-se que as pessoas também têm sentimentos.

Considero-me um pensador livre que procura não falar tudo o que pensa, mas penso em tudo o que falo. Uma mulher de verdade e inteligente, não tem medo de falar o que pensa, pois ela sempre pensa antes de falar. Uma mulher quando passa dos 30 anos, ela tem atitudes que apenas no olhar percebemos.

Todavia, a mulher inteligente não precisa ser vulgar para conquistar ninguém, ela seduz com roupas apropriadas, com assuntos interessantes, e com um olhar predominante. Me cansão essas beldades metidas a besta, cheias de jovialidade e saradas. As mulheres maduras são até mais intensas, mas na medida certa.

Mulheres inteligentes deixam de serem meninas, quando não se importam mais com o que os outros vão pensar. Mulheres deixam de serem mulheres, quando o seu amor pela vida acaba. Portanto, que todas as mulheres não se esqueçam: "amem como uma menina, e se entreguem aos seus prazeres como uma mulher".

16 de julho de 2024

O HISTORIADOR COMO FOTÓGRAFO DA MORTE

Este artigo propõe uma reflexão sobre o fotógrafo como metáfora do papel do historiador. A fotografia nos convida a apreciar a simplicidade e a encontrar a poesia no ordinário, revelando a profundidade que muitas vezes passa despercebida. É uma forma de expressão que nos permite criar memórias vívidas e contar histórias poderosas com apenas uma imagem.

É possível compreender o historiador como aquele que se utiliza de rastros e vestígios para a construção de imagens por meio das quais as pessoas podem entrar em choque com o seu passado anacrônico, que hoje não existe mais. O que existe é o historiador como fotógrafo da morte. A fotografia, em sua essência, possui o poder de eternizar instantes que não existe mais.

Ao congelar o tempo, revela a beleza oculta nas pequenas coisas. É nessa capacidade de pausar a realidade que reside à magia e encanto da fotografia. Através desse conhecimento que o fotógrafo pode transmitir com profundidade e sensibilidade a essência de um momento, transcendendo a mera técnica e capturando a alma do que é fotografado.

Fotografia nos faz lembrar o passado em preto em branco que colorimos com a saudade do tempo de criança. Faz-nos sorrir com bons momentos vividos no presente, passado nos faz pensar no futuro idealizar, por em pratica aquele momento pensado que se torna presente na vida da gente. Fotografar é segurar os sentidos das emoções: O canto dos pássaros, o cheiro das flores. Os raios de sol, o molhado da chuva.

7 de julho de 2024

A METÁFORA DO JARRO REVELA NOSSA HUMANIDADE

Cada pessoa é única e especial, só depende de abrirmos nosso coração. Minha saudosa mãezinha Dona Lazinha (1904-2010), adorava contar uma história sobre uma senhora idosa. Essa idosa possuía dois grandes jarros, cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava nas costas.

Um dos jarros era rachado e o outro era perfeito. Este último estava sempre cheio de água ao fim da longa caminhada da mina d’água até a casa, enquanto aquele rachado chegava meio vazio. Naturalmente o jarro perfeito era muito orgulhoso do próprio resultado e o pobre jarro rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer.

Depois de dois anos, refletindo sobre a própria amarga derrota de ser rachado, o jarro falou com a senhora durante o caminho: “Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que eu tenho me faz perder metade da água durante o caminho até a sua casa”. A senhora sorriu: “Você reparou que lindas flores têm somente do teu lado do caminho”?

Continuou a idosa: “Eu sempre soube do teu defeito e, portanto, plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado. E todos os dias, enquanto a gente voltava, tu as regava. Por dois anos pude colher aquelas belíssimas flores para enfeitar a mesa. Se tu não fosses como és, eu não teria colhido aquelas maravilhosas flores que enfeita a minha casa”.

Cada um de nós tem o próprio defeito. É preciso aceitar cada um pelo que é, e descobrir o que tem de bom nele. Assim começamos a viver com mais honra e com mais respeito uns pelos outros. Assim teremos um novo mundo. Contudo, compreender e entender o outro são sinônimos de humildade e compaixão. Sobretudo, por ser o amor à essência da alma e da vida.

30 de junho de 2024

A SAMAMBAIA E O BAMBU UMA LIÇÃO DE RESILIÊNCIA

Um dia um homem se deu por vencido. Renunciou ao seu trabalho, a sua relação com a vida. Foi ao bosque para falar com um ancião que, segundo diziam, era muito sábio. Pensou o homem: – Será que ele pode me dar uma boa razão para não me dar por vencido? Perguntou o homem a si mesmo!

Ao encontrar o ancião foi logo perguntando. E o ancião prontamente o respondeu: - “Olhe ao seu redor, está vendo a samambaia e o bambu?” Sim – respondeu o homem. – “Quando plantei as sementes da samambaia e do bambu, cuidei de ambas muito bem. A samambaia cresceu rapidamente. O seu verde brilhante cobria o chão. Mas nada saiu da semente do bambu. Contudo, não renunciei ao bambu”.

Continuou o ancião: - “No segundo ano a samambaia cresceu mais brilhante e abundante e, novamente, nada cresceu da semente do bambu. Mas não renunciei ao bambu. No terceiro ano, ainda nada brotou da semente do bambu. Mas não renunciei ao bambu. No quarto ano, novamente, nada brotou da semente do bambu. Mas não renunciei ao bambu.”

Foi no quinto ano que apareceu um pequeno broto do bambu no solo. Em comparação à samambaia era aparentemente muito pequeno e insignificante. No sexto ano, o bambu cresceu mais de 20 metros de altura. Tinham se passado já cinco anos, lançando raízes que o suportassem. Aquelas raízes o fizeram forte e lhe deram o que precisava para sobreviver. Durante todo esse tempo o bambu esteve, na verdade, lançando raízes.

Portanto, o bambu tem um propósito diferente da samambaia, contudo, ambos são necessários e fazem do bosque um lugar belíssimo. Nunca se arrependa de nenhum dia da sua vida. Os dias bons trazem felicidade. Os dias ruins trazem experiência. Ambos são vitais para a vida. A felicidade o torna doce. As tentativas o tornam forte. As penas o tornam humano. As quedas o tornam humilde. O êxito o torna brilhante! Se você não alcança o que almeja, não se desespere, talvez esteja apenas lançando raízes.

24 de junho de 2024

O MENINO E A ARAUCÁRIA, ÁRVORE SÍMBOLO DO PARANÁ

Araucária ou Pinheiro, essa árvore símbolo, das matas do Paraná, está se acabando por uma simples razão. Porque infelizmente, a gralha-azul está em extinção e ela responde por mais da metade do plantio da araucária no Estado do Paraná.

Por obra da natureza a gralha-azul recolhe o fruto da pinha, come o que lhe basta e armazena a sobra para o verão. Ou seja, guarda os frutos enterrando-os em terreno favorável, após fazer com o bico, inconscientemente, um trabalho de escarificação da semente, favorecendo ainda mais o germinar.

Como a gralha-azul geralmente armazena mais do que pode comer ou como acreditam os pesquisadores, ela esquece onde enterrou os pinhões que acabam germinando e nascendo outra árvore gigante. São novos pinheiros saindo para a vida, para compensar e enfeitar a natureza.

De todas as árvores, e a mais bela! Pois fico te admirando da janela, esse tão belo símbolo do Paraná! Que ornamenta a grota e a estepe que dá bom alimento ao serelepe, e onde o sabiá faz seu ninho. Araucária a árvore de copa alta escolhida pelo João de Barro para construir sua casa. O Pinheiro!

Essa nossa árvore lendária, que também a chamam de Araucária, que tanto embeleza o nosso chão! Entre tantas, bem mais de mil, e verdadeira riqueza do Brasil, que traz tanta vida a região. De seu fruto, que é tão apreciado, há tempos, muito tem se falado, pois eu concordo com toda a razão.

Além da sua tão resistente madeira você enfeita a nossa capoeira e todos os anos, nos dá o pinhão. Mas tanto faz Pinheiro ou Araucária, eu sei que é uma árvore extraordinária, tanto na cidade, como no sertão. Em sua formosura tão rara, com quase nada se compara.

Á você, que enfeita o meu quintal, também é a minha árvore de natal, por mim será sempre estimado. Essa árvore tão útil e de grande beleza, é uma verdadeira joia da natureza, aqui estará livre do machado.

13 de junho de 2024

NÃO EXISTE IDADE PARA OS QUE APRECIAM A VIDA

Sinto e observo um caminhar lento, inseguro, displicente, que um dia já se manteve firme, determinado, capaz de enfrentar o mundo. Sinto e ouço palavras balbuciadas, dificultosas, contarem histórias que fazem rir, chorar, contrariar, emocionar, mas que, um dia, foram dose certa de amor, esperança, continuidade.

Sinto e entendo naquele olhar distantes, saudades de tempos que não voltam e experiências que se eternizam dentro desse olhar. Sinto e recebo o abraço tímido sem força física, mas que já foi fortaleza, única fonte de segurança para um outro alguém.

Sinto, observo, ouço, entendo. É a vida de muitas manhãs, inúmeras noites, infinidade de emoções, de trajetos insistentes e corajosos que os fizeram chegar até aqui para que eu pudesse observar, ouvir, entender, receber e sentir a vida de verdade! Como disse Arnaldo Antunes, numa de suas músicas: “não quero morrer, pois quero ver como será que deve ser envelhecer”.

20 de maio de 2024

QUANDO AMAMOS NA MATURIDADE

Quando amamos na idade madura, já conhecemos de sobra o que é estar apaixonado, por isso, o que queremos nessa etapa da vida é uma coisa muito mais profunda e delicada. Desejamos intimidade, a cumplicidade de dois olhares que se entendem sem palavras, desfrutarem de espaços em comum, mas, ao mesmo tempo, respeitando a individualidade de cada um.

Chegamos aos 60 anos ou mais, com a capacidade de construir um amor maduro, consciente e feliz, fazendo das vivências passadas caminhos renovados para transitar com esperança. Afinal, maturidade pessoal não chega pelos anos nem pelos danos, mas através das atitudes e sabedorias das emoções. O amor maduro agrega ao sentimento uma dose de sabedoria, para construir o que importa de verdade: um presente feliz, digno e apaixonado no qual se descobre um ao outro.

Amor maduro não compreende idade, é digno, vital, energizante. Às vezes, armazenamos fracassos sentimentais tão desoladores, que fechamos as portas do amor para sempre, criando barreiras para esse sentimento. Aí no meio da tarde da vida aparece aquela pessoa livre, tranquila e rica de pensamentos, que nos traz de volta a vontade de continuar amando.

Sorte da pessoa, que encontra, no momento certo, a incrível oportunidade de um amor na maturidade. Não é qualquer ser que pode se orgulhar de finalmente conhecer a alegria no compartilhar sonhos, a mesa, a cama e o carinho. É mais do que certo: é a linda certeza de que, em qualquer idade, se encontra a felicidade. Existem relacionamentos que acontecem na idade madura, nos possibilitando descobrir pessoas inesperadas, em cujos braços gostamos de nos refugiar.

12 de maio de 2024

A MÃE COMPREENDE ATÉ O QUE OS FILHOS NÃO DIZEM

Perder pessoas que amamos é uma experiência terrível e dolorosa. Fica um grande vazio em nossa alma e muitas vezes nunca mais conseguimos preencher esse espaço e a lembrança dos bons momentos. Tudo aquilo que vivemos e aprendemos, consegue nos dar um pouco de conforto. Por que estou puxando para esse assunto nostálgico? Para homenagear todas as mamães, vivas ou não, incluindo a minha que foi embora antes do combinado.

Queridas mamães, estejam vocês onde estiverem nesse plano ou em outro para além desse, olhem pelos seus filhos. Abrande o coração inquieto e sofrido desses jovens. Ajude-nos a encontrar a força que sempre mostrou ter ao nosso lado. Você minha mãezinha querida, que viveu ao meu lado, até aos cento e seis anos de sua vida.

Ensinou-me a força ativa do amor, como uma ação que produz mudança, numa situação existente pela energia humana que nela empregamos. Que esse amor incondicional de mãe, não seja um afeto passivo. Mas, que nos transforme a cada dia em pessoas melhores.

Mas não podemos esquecer que o mês das mães é também o mês de Nossa Senhora de Fátima, que 13 de maio celebramos o seu dia. Uma história de fé que mudou o mundo (em particular para os Católicos). Na hora em que a solidão e o isolamento te cerca, bom mesmo é sentir os cuidados da mãe. Nossa Senhora de Fátima tem cuidados de mãe que ama. A mãe que obtém de Jesus, as forças para nos ajudar a superar e vencer desafios!

Portanto, minha querida e saudosa mãezinha, quando eu era criança encontrei em teus braços a segurança. Muitas vezes quando estava indeciso, encontrava sempre em sua fé a certeza, naqueles momentos que já não sabia mais o que fazer. Foi nos seus exemplos que encontrei a esperança. Não sou fruto do vosso ventre, mas a Senhora me devolveu a vida e sustentou com o seu amor desde o primeiro dia que me adotou. Se hoje estou aqui para prestar essa homenagem ao “dia das mães”, devo a Senhora Minha Querida Mãezinha.  

24 de abril de 2024

POEMA INSTANTE DO POETA JORGE LUÍS BORGES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade bem pouca coisa levaria a serio.

Seria menos higiênico. Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios. Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da sua vida. Claro que tive momentos de alegria. Mas, se pudesse voltar a viver trataria de ter só bons momentos. Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não percas o agora.

Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda chuva e um pára-quedas. Se voltasse a viver viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim de outono. Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres, brincaria mais com as crianças, se eu tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.

Ofereço este lindo poema aos meus leitores e amigos, que me acompanharam, nesse processo de tratamento na Radioterapia - H.C. Unicamp, com suas orações. Vale lembrar, que o autor desse lindo poema – “Instante” - o poeta argentino Jorge Luís Borges (1899-1986), faleceu dois anos depois de escrever essa pérola, aos 87 anos de idade em Genebra, Suíça. Esse poema traduz magnificamente o que disse o escritor francês, François Rabelais (1494-1553): "Conheço muitos que não puderam quando deviam, porque não quiseram quando podiam".

18 de abril de 2024

AS COISAS SÃO OS NOMES QUE LHE DAMOS

O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofrimento, uma doença, uma inimiga. Aprenda isso: as coisas são os nomes que lhe damos. Se chamo minha solidão de inimiga, ela será minha inimiga.

Mas será possível chamar a solidão de amiga? Para o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, acha que sim: "Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim”!

O filósofo alemão Friedrich Nietzsche, também tinha a solidão como sua companheira. Sozinho, doente, tinha enxaquecas terríveis que duravam três dias e o deixavam cego. Ele tirava suas alegrias de longas caminhadas pelas montanhas, da música e de uns poucos livros que ele amava.

Eis aí três companheiras maravilhosas! Vejo, frequentemente, pessoas que caminham por razões da saúde. Incapazes de caminhar sozinhas, vão aos pares, aos bandos. E vão falando, falando, sem ver o mundo maravilhoso que as cerca. Falam porque não suportariam caminhar sozinhas.

E, por isso mesmo, perdem a maior alegria das caminhadas, que é a alegria de estar em comunhão com a natureza. Elas não veem as árvores, nem as flores, nem as nuvens e nem sentem o vento. Que troca infeliz! Trocam as vozes do silêncio pelo falatório vulgar. Se estivessem a sós com a natureza, em silêncio, sua solidão tornaria possível que elas ouvissem o que a natureza tem a dizer.

Portanto, o estar juntos não quer dizer comunhão. O estar juntos, frequentemente, é uma forma terrível de solidão, um artifício para evitar o contato conosco mesmos. Sartre chegou ao ponto de dizer que "o inferno é o outro." Sobre isso, quem sabe, conversaremos outro dia.

7 de abril de 2024

O DISPERTAR DA INTELIGÊNCIA NO HOMEM

Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Palavras ditas por Jesus Cristo. Para o filósofo e educador Humberto Rohden, somente através da posse da verdade é que o homem adquire a verdadeira liberdade. Quem vive na ignorância ou no erro é escravo. De maneira que a verdade em filosofia torna o homem essencialmente livre.

O homem tornou-se o “filósofo atual” quando nele despertou a inteligência adormecida, embrionariamente – fenômeno esse que não se deu ao que sabemos, com nenhum outro ser deste planeta. Os sentidos percebem e a inteligência “concebe” – esse prefixo “com” indica uma ação em conjunto que supõe as coisas, entre as quais existe um vínculo que as une.

Segundo Humberto Rohden, argumenta no livro: ”O Pensamento Filosófico da Antiguidade”, os sentidos, por exemplo, percebem a existência de uma semente e de uma árvore, e nada mais. Estas duas coisas afiguram-se aos sentidos como dois ser inteiramente separados, desconexos, sem nenhuma relação ou nexo um com outro. Por vezes, os sentidos percebem que uma dessas duas coisas vêem depois da outra, como a árvore vem depois da semente, igualmente a ave vem depois do ovo; isto quer dizer que percebem uma sucessão cronológica de fenômenos.

A inteligência, porém, verifica não apenas essas duas coisas interligadas pela percepção sensitiva, mas verifica-se, além disto, uma terceira realidade, um nexo lógico entre os dois primeiros; percebem-se, então, não a existência de ambos independentes entre si, mas também devido à existência do anterior. Em outras palavras, a inteligência possui a faculdade de descobrir que um ser é devido ao outro, de modo que o segundo deve sua existência ao primeiro. A sucessão cronológica é algo pessoalmente externo – o nexo lógico é algo interno.

Verificamos que a sucessão cronológica é baseada na categoria de tempo e espaço, embora o tempo e espaço não se tornem um simples atributo ou modo de agir de nossos sentidos. Essa sucessão cronológica é meramente aparente - ao passo que o nexo lógico é profundamente real. Isto significa dizer que a inteligência descobre algo incomparavelmente mais real e verdadeiro do que os sentidos possam perceber. Desta forma, a percepção sensitiva é meramente evidenciada, de modo que a concepção intelectiva é real. Então, a metafísica é mais real do que a física.

Para o homem simples, sem cultura filosófica, real é sinônimo, ou até homônimo, concreto, individual, material e físico – ao passo que o abstrato, torna-se o imaterial, o metafísico equivalendo para ele, o irreal, o fictício, o quimérico. Existe mesmo uma inteira orientação na filosofia empirista que defende a tese de que real é aquilo que é verificável pelos sentidos, e que tudo que não é sensitivamente verificável não é real. Será isto filosofia – ou apenas jardim de infância da filosofia?

TANTRA É UMA FILOSOFIA HINDU MILENAR

Todos os grandes pensadores da humanidade, sempre se referiram ao sagrado feminino com inferioridade e desdenho, como se a mulher existisse ...