15 de novembro de 2024

FAZER DO OUTRO UM VEÍCULO PARA A MINHA SATISFAÇÃO

Há uma história muito interessante do rabino de Kotzk. Ele passou por um jovem que estava claramente deliciando-se em um prato de peixe que comia. Ele disse ao jovem: “Por que você está comendo esse peixe?” O jovem responde: “Porque eu amo peixe!” O rabino responde: “Ah, você ama o peixe e por isso o tirou da água, o matou e o ferveu. Não me diga que ama o peixe. Você ama a si mesmo. E porque o peixe é gostoso na sua opinião, você o tirou da água, o matou e ferveu”.

Muito do que chamam de “amor” é “amor a peixe”. E então um casal de jovens se apaixona. Quando os jovens se apaixonam, o que isto significa? Isso significa que ele viu nessa mulher, alguém que ele acredita que poderá prover todas as suas necessidades emocionais e físicas, e ela sentiu que esse homem poderá fazer o mesmo. Isso talvez seja o amor.

Mas ambos estão olhando para as próprias necessidades. Não é amor pelo outro. A outra pessoa se torna um veículo para a minha satisfação. Muito do que chamam de “amor” é “amor a peixe”. Um amor externo não é sobre o que vou receber, mas o que vou dar. Argumentava um professor de ética o Rabino Dessler, que as pessoas cometem um erro grave ao pensar que você dá aqueles que você ama. Que não é verdade!

Portanto, a verdadeira resposta é que você ama aqueles a quem você dá. O meu argumento é que se eu dou algo a você eu investi em você. E já que amor próprio é natural, todos amam a si mesmos. Há uma parte de mim em você que eu amo. Agora que parte de mim está em você? Um amor verdadeiro não está no que eu vou obter, mas no que eu vou lhe dar.

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