O
homem tornou-se um “filósofo” quando
nele despertou a inteligência adormecida, embrionariamente, fenômeno esse que
não se deu ao que sabemos, com nenhum outro ser deste planeta. A inteligência, como
a própria palavra diz, é uma faculdade tipicamente humana. Por meio dela nós percebemos
um secreto nexo ou vínculo existente entre as coisas individuais do mundo,
aparentemente desconexas.
O
ser dotado apenas de sentido orgânico, não percebe senão coisas individuais,
concretas, geralmente classificadas como físicas ou materiais. Os sentidos só
percebem a multiplicidade das coisas, mas não percebem nenhuma unidade no
mundo. O homem, embora perceba também essa mesma pluralidade, objeto em seus
sentidos, mas concebe por meio da pluralidade periférica e da unidade central
do cosmos, ou seja, na sua totalidade cósmica.
No
entanto, só conseguimos perceber a unidade dos fenômenos por meio da
multiplicidade. Por conseguinte, sendo que a multiplicidade é periférica e
aparente, e a unidade é central e real, só um ser que percebe a unidade pode
entender a realidade do mundo. Pois o homem enxerga a realidade do mundo através
das suas aparências, dos fenômenos naturais.
Perceber
a unidade do universo por meio da sua pluralidade é ser filósofo, isto é, philos = amigo, amante – da sophia
= sabedoria. Quem experimenta essa
realidade por meio das aparências, no centro do mundo por meio das suas camadas
periféricas, é um filósofo, um amigo da sabedoria. Portanto, um bandeirante da realidade,
um pesquisador, ou mesmo um perseguidor da verdade. “Conhecereis a verdade – e a
verdade nos libertará”. Palavras ditas por Jesus Cristo.
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