A
palavra “ecologia” é derivada do
grego “oikos”, que significa ”casa“ e, ”logos“ que significa estudo. Entretanto, juntando as duas palavras
gregas e fazendo a tradução etimológica para o português que quer dizer: ”estudo da casa“. No sentido mais amplo,
pode-se considerar o termo casa como todo o ambiente terrestre; a palavra
ecologia, então passa, a se referir ao estudo do ambiente. Vamos então refletir
sobre essa casa ambiental.
Todavia,
nunca em nenhum momento da história, a questão ambiental esteve tão em
evidência aos olhos da civilização humana, como está atualmente. O que
justifica essa mudança tão repentina? Para uma espécie que, na sua relação com
a terra, acostumou-se a retirar dela o que precisava para sua existência
material, cultural e porque não dizer simbólica.
Será
ética e verdadeira a nossa paixão pelo meio ambiente, pelos outros seres vivos,
incluindo nossos semelhantes? Na verdade, estamos falando de solidariedade
universal, do respeito ilimitado a todo o organismo vivo que anima esse planeta.
Existe de fato responsabilidade frente às consequências dos nossos atos e do
cuidado que se caracteriza como uma relação amorosa, carinhosa, de ternura,
bondade e amabilidade perante as coisas e as pessoas da nossa casa comum, que é
esse planeta terra?
Na
verdade, somos seres que vivem na pele dessa pérola chamada terra. Então, me
intriga pensar nessa forma de amar a natureza. Seria, pois uma paixão e não um
amor a terra, no qual o que está em questão é se estamos sendo prejudicados ou
não nessa relação? Nosso eco paixão é um estado de satisfação individual?
Entretanto,
somente os apaixonados saberão a intensidade da analogia que me proponho a
fazer. No estado de paixão nos apossamos do outro como objeto que, em alguma
medida, nos pertence e usamos ou somos usados por ele. É um jeito de gostar intenso
e de adoecedor o outro. Quando amamos verdadeiramente, queremos ver o outro bem
e feliz. Ocorre-me pensar que num estágio patológico, de gostar do outro, sua
destruição também nos satisfaz.
No
entanto, isso é gozo e não desejo, ou seja, o outro lado do mal. Quantos
relacionamentos sofrem dessa inversão afetiva, isto é, do amor ao ódio e a
descoberta do não amor, da indiferença. Nas nossas almas, onde moraria esse
amor à oikos, nossa casa terra? Vivemos humanamente na casa comum a todos?
Parece que nosso discurso teórico está desconectado da pratica. Falamos mais do
que fazemos.
Portanto,
compaixão seria entender e dividir o sofrimento do outro. Estaríamos dispostos
a ter compaixão pela terra que hoje está adoecida, pelos pobres, pelos
miseráveis e famintos do mundo? Contudo, encerro essa reflexão, deixando o
seguinte pensamento. Será que a forma de como nos relacionamos com a nossa casa,
com nossa maneira de morar nela e de nos relacionarmos com os nossos
semelhantes e seres de outras espécies, realmente está correta? Vamos juntos
pensar nisso?
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