Um
dia desses uma pessoa que era da minha confiança, disse-me: “você está ficando
velho, tornando-se uma pessoa amarga e teimosa”. Responder a essa pessoa, seria
curvar-se diante da ignorância. Gente nasce não pronta e vai se fazendo ao longo
da vida. O que fica velho são coisas. Gente não envelhece, gente se renova a
cada ano que passa. Não estou ficando velho, estou me tornando sábio. Deixei de
ser alguém que apenas agrada os outros, para transformar-se em alguém que me
agrado em ser quem sou. Parei de procurar aceitação dos outros para me aceitar.
Não
estou ficando velho como disse equivocadamente essa pessoa. Estou me tornando
assertivo, seletivo com lugares, pessoas, costumes e ideologias. Já deixei ir
apegos, dores desnecessárias, pessoas tóxicas, almas doentes e corações podres,
não é por amargura, é simplesmente por saúde. Não adianta querer ter saúde
mental se você se envolve com pessoas que te adoecem.
De
modo que, parei de viver histórias e comecei a escrevê-las, deixei de lado os
estereótipos impostos, parei de levar bagagens inúteis na minha bolsa, agora
levo livros que embelezam a minha mente e daqueles que leem o que escrevo.
Troquei os drinks alcoólicos por xícaras de café, esqueci-me de idealizar a
vida e comecei a vivê-la.
Não
estou ficando velho, engano de quem assim me vê. Levo na alma o frescor da vida
e no coração a inocência de quem diariamente se descobre. Carrego nas mãos a
ternura de um casulo, que ao abrir-se expandirá as suas asas a outros lugares
inatingíveis, para aqueles, que só procuram a frivolidade do material. Do status e do sexo casual. Desconhecem os mandamentos do amor.
Portanto,
levo no meu rosto o sorriso, que se escapa travesso ao observar a simplicidade
da natureza. Levo nos meus ouvidos o canto das aves alegrando o meu caminhar. Não
estou ficando velho. Estou ficando seletivo, apostando no meu tempo para o intangível,
me dando a mim mesmo. Tem gente que se desgasta o tempo todo querendo ter
razão, ao invés de querer ser feliz.
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