A
flor simboliza a vida, que traz esperança e potencializa o amor que em nós
desabrocha para o milagre da vida. Por outro lado, considerando que toda a
mulher pode ser comparada a uma flor e que desta flor brota o amor que
transforma em frutos e que ao amadurecer ele cai e após passar por um período,
vem à semente da qual vai brotar outra árvore com novas flores e frutos.
No
entanto, o ciclo se perpetua e a vida segue seu curso naturalmente. A natureza
detesta a igualdade, cada flor no campo é diferente e única, não existem duas
rosas iguais, mesmo entre as de uma mesma variedade. No amor também funciona
assim, ele surge como único. Quando descobrimos o amor, aceitamos esse desafio
de caminhar de mãos dadas, absolutamente tomados por esse impulso de vida.
Agora somos “Eu e Tu”,
juntos sofremos e juntos existimos, pela força dessa atração vital, recriaremos
um ao outro. Até que a morte nos encontre e desfaça
tudo.
Amar
não consiste em sentir que se ama, mas em querer amar. Sobretudo, porque
fazemos parte da mesma natureza humana, por isso alimentamo-nos do mesmo
sentimento chamado amor. É o prazer de um espírito que penetra na natureza, nela
adivinhando o espírito que a anima. A natureza é sábia e nela encontra-se o
espírito do amor encarnado.
Porém,
neste universo natural surge esse sentimento como uma proposta de comunhão. É o
amor brotando como a força de uma flor, tão intenso que cada qual participa da
vida um do outro, como o espírito que anima a própria natureza. Qualquer
separação dessa força que brota no interior de cada pessoa, representa um
dilaceramento de vidas.
Entretanto,
esse amor que potencializa vem da força do espírito que move a natureza. Por
ser o amor autêntico, criador e inventivo, ele vivifica além de libertar das
indiferenças que nos extermina sem piedade. O amor é um projeto que se abre ao
infinito do outro, que nos faz sentir-se renovados, a ponto de causar prazer
íntimo ao outro e a nós mesmo no cumprimento de nossas possibilidades mutuas,
na serenidade e na luta por um “viver juntos”.
Como
a flor que enfeita e embeleza a natureza, cabe a nós a preocupação ativa pela
vida e crescimento daquilo que amamos. É muito difícil respeitar uma pessoa que
sempre enganamos e amar alguém que não respeitamos. O amor não convive com
falta de respeito e nem acusações que o desabone. Todavia, se uma pessoa nos
diz que ama as flores e vemos que ela se esqueceu de regá-las, não acreditamos em
seu amor pelas flores.
Segundo
o pai da psicanálise Sigmund Freud (1856-1939), argumenta que uma paciente sua
sonha com um arranjo de flores, misturando violeta com lírios e cravos. Na
linguagem da psicanálise, os lírios representam a “pureza”, os cravos o “desejo
carnal” e por
ultimo, não menos importante, as violetas como a necessidade inconsciente da
mulher de ser “violentada” pelo seu homem.
Seria
isso mesmo? Sabemos que numa relação sexual envolve certo sadomasoquismo. Pois
a propósito, aqui trocaremos a mulher violentada, por estimulada pelo seu homem
na busca do amor romântico. Tendo em vista, que o homem se prende aos estímulos
físicos e a mulher aos estímulos românticos. Estabelecida essa junção a
potencia amor se encarna. Agora existem duas almas em pleno êxtase.
Portanto,
a coisa mais humana e sincera que temos que fazer em vida é aprender a dizer
nossas convicções e sentimentos honestos e a viver com as consequências. Essa é
a primeira exigência do amor e nos torna vulneráveis as outras pessoas que
podem nos ridicularizar. Mas nossa vulnerabilidade é a única coisa que podemos
dar ao outro. Contudo, nós mesmos seremos amados por pouco tempo e depois
esquecidos. Mas o amor terá sido suficiente. Existe uma terra da “vida” e uma terra da “morte” e a ponte é o “amor”, a nossa única sobrevivência, o
nosso único significado existencial.
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