Qual
a reação das pessoas diante de uma das datas mais importante do calendário
cristão? Esta resposta que parece simples, mas não é. Se levarmos em conta o
contexto social e histórico da humanidade, teremos a resposta. Segundo o
sociólogo e padre Francisco Lima Soares, explica que existem aproximadamente
sete bilhões de pessoas no mundo, mas apenas 2,9 bilhões celebram o Natal como
a festa do nascimento de Jesus Cristo. Para ele o ritual cristão tem dois
sentidos: “espiritual e comercial”.
Qual o nosso sentido existencial neste mundo coisificado pelos valores
materiais. O cristianismo vai nos mostrar que temos sentido quando saímos do
mundo sensível para o mundo espiritual ou metafísico. Entender que o nosso ser
é mais importante que o ter.
Esta
mudança de comportamento no mundo moderno se deve ao alcance científico e
tecnológico provocado pelo homem, cujo resultado foi à inversão dos valores de
um povo. Esqueceram que dia 25 de dezembro ainda é Natal. O menino Jesus que
nasceu nesse dia, a mais de vinte séculos, deve estar preocupado com o mundo em
que viveu e, apesar de toda a sua imensa sabedoria não deve entender as razões
de tamanhas mudanças. Não deve estar entendendo como podem, as mesmas pessoas
no dia do Natal se cumprimentarem de coração aberto, com um sorriso nos lábios
e passado os encantos do Natal, estão todos amardos e prontos para destruir o
outro. Completamente desprovidos de generosidades, condescendência, bondade e
compaixão. Parece que essa história de amor vivida no Natal está acabando e as
relações humanas estão se deteriorando. Há uma descrença generalizada.
“Construa a sua Arca”, é uma linda “história de amor” contada pelo ator,
produtor e diretor de cinema Morgan Freeman (1937), parece uma oportunidade e
ele faz a seguinte indagação: “Se alguém
rezar pedindo paciência, acha que Deus dará paciência? Ou Deus dará a oportunidade de ser paciente? Se pedirmos coragem, Deus nos da coragem ou nos da à oportunidade de
sermos corajosos? Se alguém pede que
a família seja mais unida, acha que Deus vai unir a família com amor e alegria?
Ou da a eles a oportunidade se amarem?”
Nesse sentido, o Natal é uma oportunidade para consolidarmos no amor com o próximo.
Com fé e determinação é que vamos continuar neste projeto que começou com Jesus
Cristo a mais de dois mil anos.
Jesus
Cristo não pode entender porque o Natal funciona apenas como uma trégua, diante
de uma imensa desigualdade social, discórdias afetivas e familiares, da guerra
que as pessoas travam diariamente contra seu próximo e a si mesmo. Ele que
viveu entre nós e é o símbolo da nossa existência, ainda não perdeu a esperança
em nós. Ele acredita que a qualquer momento nós iremos perceber que a guerra e
o ódio é um grande equívoco. Não podemos pedir a Deus que acabe com as guerras e
com a maledicência humana. Para isso Deus mandou o seu filho para nos mostrar
que o mundo foi feito de uma maneira que o ser humano possa encontrar seu próprio
caminho para o amor e para paz, ao lado do seu semelhante.
Portanto,
a mensagem que Jesus nos deixou foi à seguinte: “cumpra o projeto que Deus determinou que é amar sempre, demonstrando
gestos de gentileza e respeito pelo outro”. Ser justo e não julgar o outro
pelas suas fraquezas. Pensar muito sobre suas ações. Sentir o que realmente
sente pela vida, pois somos um ser de luz e de amor. Como dizia Paulo de Tarso:
“a inteligência da letra mata o espírito
se além dessa letra mortífera não vier o espírito vivificante e o despertar
desse espírito não vem pela letra”. Nesse sentido, meditar é mergulhar
nesse espírito iluminado. Contudo, o nosso desejo é fazer o possível para que
este amor permaneça e assim aperfeiçoamos neste projeto de vida e devolvemos
para Deus o dom que nos confiou e estampou em cada um de nós, como a sua imagem
e semelhança. Não compreendemos os mistérios do criador e nem suas razões. De
modo que vou levar adiante minha missão que é falar de amor e paz. Ainda quero
ver um mundo melhor, pautado no respeito e na compaixão. Um Feliz Natal a todos,
no verdadeiro sentido da palavra.
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