Todo
o conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão. O conhecimento é uma forma
de compreender a verdade, é um apanhado de elementos limitados pela nossa
possibilidade de apreender e assimilar. A aprendizagem é uma relação entre o
indivíduo e seu meio. É construído a partir da ação do sujeito sobre o objeto
de conhecimento, interagindo com ele, sendo as trocas sociais condições
necessárias para o desenvolvimento do pensamento. Buscar-se aprender conteúdos,
aprofundar julgamentos, metodologias que ajudam o sujeito a desenvolver a
habilidade de continuar aprendendo, num procedimento contínuo e simultâneo de
questionar-se. A chamada maiêutica socrática. A arte de perguntar.
Devemos
procurar desenvolver a consciência de que o ser humano é ao mesmo tempo
indivíduo, parte da sociedade e parte da espécie (ética do gênero humano). A
condição de “ser humano” relaciona-se
ao desenvolvimento das autonomias individuais, das participações em sociedade e
do sentimento de pertencer à condição humana. Além do mais, devemos como
educadores assumir o compromisso de propiciar momentos para a construção da
cidadania planetária, baseada na responsabilidade universal, frente à
complexidade do mundo contemporâneo, como exigência de articular a
heterogeneidade dos contextos, as subjetividades, as identidades e os saberes.
A educação deve ser questionadora, indagando sempre as incertezas ligadas ao
conhecimento.
Na
sociedade onde a competitividade é o ponto forte, temos que buscar a paz entre
os cidadãos. A educação para a paz deve ser basicamente uma meta a ser
atingida. A paz converte-se num processo contínuo e acessível em que a
cooperação, o recíproco entendimento e a confiança em todos os níveis ajustam
as bases das relações interpessoais e intergrupais. Na educação para a paz
devemos buscar mudar o modo de sentir, que muda o modo de pensar, que muda o
modo de falar, que muda o modo de agir. A cultura da paz baseia-se no diálogo,
que visa abrir questões, estabelece relações, compartilha ideias, questiona e
aprende, compreende, faz emergir ideias, busca a pluralidade de conceitos.
Por
conseguinte, ao incorporarmos a cultura da paz em nosso cotidiano, nos
disponibilizamos ao diálogo, a escuta, a tolerância, a generosidade, ao
comprometimento, mas, também à consciência do inacabamento, ao reconhecimento
de ser condicionado e da dupla existência da verdade. Tendo consciência do
processo de inacabamento, constatamos que a educação é uma formação continuada.
Contudo, a paz é um processo contínuo e permanente em nossas vidas. Concluo com
uma frase do monge budista e líder espiritual tibetano Dalai Lama (1935): “Descobri que o mais alto grau de paz
interior decorre da prática do amor e da compaixão. Quanto mais nos importamos
com a felicidade de nossos semelhantes, maior o nosso próprio bem-estar. Ao
cultivarmos um sentimento profundo e carinhoso pelos outros, passamos
automaticamente para um estado de serenidade. Esta é a principal fonte da
felicidade”.
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