Naturalmente
quando se fala de um amor, tem que levar em conta esse sentimento, afinal, não
somos mais aquele garoto, agora somos senhores de respeito onde predomina a
razão e a maturidade. Temos que reconhecer a beleza de um “amor maduro”, sem esquecer-se do possível ridículo do que há de
visível nisto. E ao expor este amor muitos acham graça dos seus sentimentos
juvenis e até duvidam deste. Parece que não tem mais cabimento amar na velhice,
mais tem. Esta possibilidade de chegarmos a essa altura da nossa existência, de
assumir e brincar com esse prazer que o amor nos propicia é um dom. Mais que
isso, assumir o seu tempo, assumir a sua idade, sem medo e vergonha. Na
verdade, sempre desconfiei desde garoto que iria ficar velho, que é a melhor
coisa da vida, ficar idoso. Com o passar dos anos perde-se em alguns aspectos
estéticos e se ganha muito em sabedoria. Portanto, mais um ano de transição só
tenho a agradecer o dom da vida, por sentir o amor tocar a minha alma, pela
saúde que ainda tenho e pela inteligência que guia os meus passos para além do
horizonte.
Os
anos passam e a esperança fica e só tenho a agradecer a Deus e dizer: “Boa noite Pai, já está terminando mais um
ano e agradeço pela vida que me confiou. Nesse momento recolho para o meu
descanso merecido, e aproveito para pensar sobre tudo o que vivi neste ano de
2016. Após essa noite despontará o alvorecer de um novo dia, que iluminará os
nossos caminhos em 2017. De modo que, quero dar um sentido ainda maior para a
minha vida neste ano que se inicia. Obrigado
Pai por tudo, obrigado pela esperança que neste ano animou os meus passos, pela
alegria que senti ao lado de pessoas tão queridas e que hoje fazem parte da
minha história. Obrigado pela alegria que vi no rosto das crianças, do fogo da
esperança que nelas se acende.”
“Pai, obrigado pelo exemplo que recebi do meu
próximo, pelo que aprendi aos meus sessenta e cinco anos de vida, porque, se
não aprende com o amor vai aprender com a dor. Obrigado também por tudo que
sofri e ainda sofro por ter compaixão pelas crianças abandonadas e pelos idosos
vitimas de todo tipo de violência. Pois ainda tenho esperança em dias melhores
para todos. Obrigado Pai pelo dom de
amar, mesmo sem ser compreendido. Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa que
sopra o meu rosto, pela comida em minha mesa, obrigado por permitir-me viver
com saúde todos esses anos, como também pelo meu esforço e desejo de superação,
pois quero ser a cada dia mais humano neste projeto de vida. Desculpe Pai o meu
rosto carrancudo e agressivo, desculpe ter esquecido que não sou o filho único,
mas irmão de muitos. Perdoa a minha falta de colaboração e a ausência do
espírito de servir.”
“Perdoa-me também por não ter evitado aquela
lágrima, aquele desgosto que lhe dei quando ignorei os meus irmãos. Perdoa-me
por ter ofendido e magoado justamente aquela pessoa que mudou a minha vida e
que na sua simplicidade me ensinou que amar é se atirar nos braços da
divindade. A partir dos seus ensinamentos experimentei o paraíso, destinado aos
deuses e aos iluminados. Desculpa ter
aprisionado em mim aquela mensagem de amor. Contudo, estou pedindo força,
energia para os meus propósitos, no ano que está se iniciando, a nossa vida
continua e só a morte pode cessar. Em quanto isto, espero que neste novo ano
que está surgindo, domine um novo sentimento em cada coração, desses seres que
compõem a humanidade. E que a cada novo dia seja um continuo sim numa vida consciente.”
Portanto,
peço a Deus que concedei a serenidade e sabedoria para que possamos viver na
plenitude do amor e da paz, pois para quem não sabe o amor e a paz se sustenta
sobre esses dois grandes pilares. “Serenidade
para aceitar o outro com as suas diferenças, medos e duvidas, procurando
compreendê-lo e assim ajudá-lo. Sabedoria para perceber estas diferenças e
ansiedades e se possível modificá-las semeando amor e compaixão”. Porque
tudo que vive, não vive sozinho, nem para si mesmo. Sozinho é como uma ilha
prestes a afundar no abismo do oceano Como sabiamente argumentou o líder
pacifista indiano Mahatma Gandhi (1869-1948): “tudo o que vive é o teu próximo”. Enfim, “ao contrário do destino, o que o amor une nem o tempo separa”.
Somente o tempo entende o amor. Um Feliz
2017 a todos.
Esse texto toca no fundo do coração ! Li e reli ! Chorei !
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