Segundo
o filósofo e psiquiatra canadense Eric Berne (1910-1970), criador da “Análise
Transacional”, ele acredita que exista na nossa estrutura corporal uma
cadeia biológica que leva da privação emocional e sensorial a mudanças
degenerativas e até a morte por causa da apatia. Neste sentido, a fome de
contato físico, de abraço e de aconchego tem a mesma relação com a
sobrevivência de um organismo humano quanto à fome de alimento. No livro “O
Tocar”, do antropólogo e humanista inglês Ashley Montagu, nos mostra o
fantástico valor psicológico, afetivo e social do contato físico. Ele pouco
fala de sexo. Fala de envolvência, carinho e contato como ações que estimulam a
idade vital. O melhor estímulo conhecido para a defesa do sistema imunológico
são as trocas de carícias bem feitas e bem recebidas.
No
entanto, as pessoas estão cada vez mais se tornando apáticas. O diálogo de boa
qualidade não existe mais, está escasso. Os nossos gestos de carinhos são
estereotipados, tornam-se gestos vazios, feito automaticamente, meio
robotizado, sem nenhuma conexão com o outro. É como se eu não tivesse presente.
Mesmo o trabalho de alguns professores na educação é gelado, frio, somos
indiferentes, mantemos uma relação de blindagem com os alunos. Temos a coragem
de chamar essa linha de ensino de aprendizagem de educação, assim como chamamos
a restrição da espontaneidade do aluno de educação. Por tudo isso é que
acredito no poder do calor humano e na manifestação do coração através do
contato físico e nas trocas de carícias. Não ficar apenas na intenção e na vontade
de ser gentil.
Portanto,
sempre que possível realçar verbalmente as qualidades do outro, pois esse é um
comportamento lícito para que se concretizem as diversas manifestações de
carícias. De dizer ao outro que está encantado e que é muito bom estar juntos,
quando isto for verdadeiro, do coração, faz-se necessário que haja a fala
informando a sua intenção, valido para todos os seguimentos sociais. Assim é
nas relações, como na vida em geral, muitas coisas se perdem por não expressar
ou pedir naquele momento em que há o envolvimento de um pelo outro. Nós humanos
somos imperfeitos por natureza, não somos melhores e nem piores que o outro.
Olhar o lado bom do outro, antes de perder energia em lamentar ou criticar o
que é preciso mudar. Criar e recriar sempre e continuadamente novas sensações,
novas emoções, novas manifestações de carícias através de uma expressão simples
de afeto, como carinho, ternura, compaixão e companheirismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário