No livro da psicóloga Junguiana, poeta e escritora
norte-americana Clarissa Pinkola Estés (1945): “Mulheres que correm com os Lobos”, fala do amor, na vida da mulher
depois dos 40 anos. Para Estés, a mente e a alma têm seus próprios ciclos e
estações que passam por diferentes estados de atividade e solidão, de buscar e
encontrar, de descansar, de pertencer e, até, de desaparecer. Quando uma mulher
amadurece, os relacionamentos com ela são diferentes. Até mesmo o
relacionamento que ela tem consigo mesma vai um passo além.
De modo que aos 40 anos é quando a mulher sente
necessidade que não pode ser ignorada: a necessidade de retornar a si mesma.
Este é o ponto emocional em que aprendemos a saudar nossas memórias no momento
certo, a dançar e a nos acalmar com elas. É o momento em que a alma é amada
para além dos nossos erros e da terra. A partir dessas eras, amando nossos
semelhantes, descobrimos um coração sereno com sangue ardente que nos ajuda a
entender que tipo de criaturas somos, com nossas forças e nossas fraquezas.
Porque todos nós temos os dois e isso não é ruim, muito pelo contrário.
O retorno à casa da alma significa tomar consciência
de tudo o que aconteceu em nossa vida anterior e resolver os conflitos criados
nos ciclos anteriores à maturidade. Quando
a mulher toma a decisão de abandonar o sofrimento, a mentira e a submissão.
Quando a mulher diz, do fundo do seu coração: “Chega, paramos por aqui”.
Nem mil exércitos de ego e nem todas as armadilhas da ilusão podem detê-la na
busca de sua própria verdade.
Portanto, é neste momento
que as portas de sua própria alma feminina abrem e o processo de cura começa. O
processo que a devolverá pouco a pouco a si mesma, à sua verdadeira vida. E
ninguém disse que esse caminho é fácil, mas é o único “caminho”, para o
seu crescimento. Essa decisão por si só abre uma linha direta com sua natureza
selvagem e é aí que o verdadeiro milagre começa.
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