Quem
ama conversa com as estrelas, com a lua. Ama contemplar o romper da aurora e
idolatra o por do sol. Para os amantes que se entregam entre quatro paredes,
não desconfiam que elas ouvem suas juras de amor. Só quem ama conversa diante
do espelho e com o espelho. Insiste em escrever cartas de amor ridículas, mas,
se há amor não tem como não ser ridículas. Penso que ridícula mesmo, são
aquelas pessoas que nunca escreveram uma carta de amor. Parodiando Fernando
Pessoa.
Os
afetuosos, arbitrários na generosidade, transpõem os limites da
lei. Discrição e amor partilham da mesma estrada. Afáveis conseguem
se tornar mais eloquentes do que a solidão que tenta emudecê-los. O amor é
maior que a fé, mais vigoroso que a esperança e mais contundente que a
racionalidade. Quem ama vê a vida em cores, sente o perfume da natureza. O amor
busca afeto, é prudente e fortalece a relação. O amor é tido por alguns como o
mais nobre dos sentimentos na medida em que é regado de benevolência, amizade,
carisma, e outros adjetivos do gênero.
Quem
ama, espera e suporta a tortura da ausência. Saudade é nome que se da para o
buraco que o tempo cavou na alma e não encontrou quem o preenchesse. Amantes
são ingênuos. Deixam-se enredar e mal sabem que os cordéis do amor não se
esgarçam facilmente. Ao desdenharem do suplício de serem abandonados, padecem
em alpendres, diante de álbuns, nos cheiros. Nos atos falhos da alegria, muitos
nivelam o fosso em que se meteram devido a dor do abandono. O amor não se
protege e nem protege.
Portanto,
na história da filosofia alguns pensadores refletiram sobre esse sentimento com
o intuito de conceituá-lo de maneira contundente e objetivo. No entanto, suas
teorias remetem a um conceito subjetivo e debilitado na medida em que são
extensões de suas respectivas filosofias, ou seja, ao estabelecer seus
conceitos centrais esses vão servir de base para resolver todo e qualquer
problema que envolva a espécie humana.
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