Vivemos
cada qual, o amor, da maneira como conseguimos compreendê-lo. No mais das vezes
de forma limitada, sem nos dar conta do tão pouco que dele sabemos. Parece que
não relacionamos a confusão, inquietude e solidão que por vezes nos assola, com
nossa inabilidade em lidar com o amor. Amamos amiúde de forma equivocada,
portanto, necessário se faz que reorganizemos esse sentimento, tão essencial a
nossa felicidade.
Darmos
atenção a ele é a única maneira de chegarmos a compreendê-lo, e assim
experimentar sua a realização. Confundimos o amor com sentimento de posse,
desejando de forma incoerente aprisionar, reter, quando ele em sua própria
essência é a encarnação da liberdade. Talvez daí provenha toda sorte de
desencontros e a razão maior de tanto sofrimento. O Homem nasceu para
realizar-se no amor e nele encontrar a possibilidade de alcançar a harmonia
genuína que se manifesta no poder da criação.
Há
que se dedicar com zelo a perceber a sutileza do movimento desta emoção,
essencialmente humana. Sentimento que se expressa através do ritmo cósmico, que
abrange a totalidade do universo, enquanto plenifica a unidade; que se perpetua
pela eternidade, enquanto esgota-se no momento da paixão. O amor exige muito
mais de nós do que a lei jamais ousaria exigir. O verdadeiro amor nunca diz: “Agora já está bom. Já cumpri todas as minhas
obrigações”. O amor não para, empurra-nos à frente.
Quando
amamos, queremos fazer mais que nossa obrigação. Queremos fazer tudo quanto
está ao nosso alcance. Uma vida significativa só pode resultar da experiência
do amor e isso duplica o compromisso e dedicação. O amor faz bem para os que dele se
ocupam. Temos de nos ocupar com o amor, suar por ele, trabalhar por ele. O
amor não chega embrulhado em papel de seda, pronto, com todas as peças no
lugar.
Portanto,
o amor não é uma emoção, um sentimento, não é sempre terno e doce. É um
compromisso com a outra pessoa. O compromisso do amor, seja em que nível for, tem
de ser uma coisa permanente, um apostar na vida. O amor funciona, por isso ele é ternura. Mas, conhecer
e amar nunca é simples. Somos criaturas da ilusão. Diante do amor, a
questão básica é: você quer realmente amar?
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