Esta afirmativa não é minha e sim de Zygmunt Bauman (1927-2017). Ele foi um
sociólogo, pensador, professor e escritor polonês, uma das vozes mais críticas
da sociedade contemporânea. Criou a expressão “modernidade líquida” para classificar a fluidez do mundo onde os
indivíduos não possuem mais padrão de referência. O autor diz que vivemos em
uma modernidade líquida, mas o que quer dizer isso? A água, ao mudar de
recipiente, modifica sua forma, mas mantendo a ideia que a classifica como
água. Assim é o mundo pós-moderno para Bauman, em constante mudança as coisas
tornam-se líquidas, não tem mais uma forma definida. Pois bem, mas para a
existência de um mundo líquido haveria um mundo sólido? O pensador vai buscar
em Karl Marx (1818-1883), a ideia da solidez do mundo moderno. A solidez está
ligada a uma rigidez nos conceitos, a ideia da velocidade do mundo pós-moderno
não é vista da mesma forma aqui, fazendo com que as mudanças sejam menos perceptíveis.
A
transição do mundo moderno para o mundo líquido, então, vem do fracasso das
relações humanas. Somos intolerantes e mesquinhos com os outros. A vida em
sociedade é feita de pequenas e grandes mentiras. No entanto, o errado é sempre
o outro. As promessas modernas provindas de uma racionalidade que se inicia no
Renascimento e atinge seu ápice no século XIX com os incríveis avanços
científicos e políticos provindos da Revolução Francesa e Industrial. Ao entrar
no século XX, a ciência e essa ideia da razão como o propósito da existência
humana encontram seus dias de trevas. Apesar de iniciar o século XX com um
otimismo incrível proporcionado pela Belle Époque (expressão francesa que
significa bela época), o voo alto da razão faz queimar suas asas, assim como
ícaro, e implode duas grandes guerras que matariam mais de 60 milhões de
pessoas no mundo. A ideia de que a razão e a ciência salvaria o mundo fracassa.
A modernidade cria a guerra.
Como
dito, comum a nossa racionalidade jogara culpa por esses grandes eventos em uma
irracionalidade, herança iluminista que não nos deixa culpar aquilo que,
segundo eles, esse mal está na nossa essência (a estorinha do escorpião e o
sapo). Contudo, é justamente essa razão levada a níveis extremos que
proporcionou as duas grandes guerras: A bomba atômica, a linha de produção do holocausto,
tudo fruto da razão. De modo que,
o mundo pós-moderno nasce a partir do fracasso nas relações humanas. Criamos um problema e aumentamos o nosso desespero.
Portanto, estamos assistindo relações
amorosas que podia ser de boa qualidade, fracassar. Relações de amizade se
deteriorando e o espaço para a solidão aumentando cada vez mais. Pessoas
fechadas no vazio do seu mundo e projetando no outro a razão do seu fracasso.
Na política não é diferente, basta dar uma olhada nas manchetes, para ver o
caos que se instalou na vida dos 14 milhões de desempregados, sem falar do
restante da população brasileira. Tudo isso fracassou na sua racionalidade.
Contudo, na chamada modernidade líquida há ainda a herança maldita da
racionalidade, mantendo sua essência e assumindo as mais diferentes formas, a
todo instante, tentamos desviar sua culpabilidade. Não seria o amor, por
exemplo, a única saída para vermos um mundo mais humano? Onde o meu olhar
tocasse o seu e as almas se unissem na totalidade da sua essência, para a paz e
a felicidade humana? Pense nisso!
Eduardo Morais.. Quando a alegria de outra pessoa for a sua alegria, você terá entendido o significado do AMOR...
ResponderExcluirAs relações humanas estão sendo trocadas por coisas que um dia estaremos vendo o quanto perdemos de viver momentos que deixamos passar e nunca mais viveremos...e de repente passou , a vida corre os dias passam os sentimentos mudam...