A fé
faz com que enxergamos com o coração. A fé é a ligação de tudo. Liga-nos a
Deus, liga-nos a Jesus Cristo, liga-nos com o Santo de nossa devoção. É preciso
ter fé para ver as coisas acontecerem. Quem tem fé, pode-se dizer que tem Deus
no coração e a alegria de viver. É preciso ter fé para mais tarde não sofrer. A
fé é um sentimento capaz de reunir gerações e povos diferentes, mas com o mesmo
objetivo e assim são os devotos que tem fé em seu santo do coração. Em novembro
de 2015, visitamos a Basílica de Nossa Senhora da Aparecida, para agradecer uma
graça alcançada. Faz exatamente um ano. Ainda na rodovia Presidente Dutra ao
ver o Santuário de Aparecida, a emoção tomou conta dos nossos corpos. Chegando à
Basílica, vimos pessoas e romeiro de todos os cantos do país, pobres, ricos,
jovens e velhos, todos envolvidos num único sentimento, a “Fé”. Naquele momento tive a certeza de que a Fé toma conta de
nós, nos tornando mais fortes e confiantes.
Olhando
para aquela imagem simples e aparentemente frágil, parecia que ela usava de
alguma força para concretizar o impossível aos nossos olhos, “A Fé”. Ali naquele momento de oração,
ficava evidente que não importa o que aconteça, nada pode espedaçar e destruir
aquilo que acreditamos. Foi nessa atmosfera, que senti que nós seres humanos
não estamos sozinhos neste mundo, a mercê de forças ocultas. A fé é a ligação
de tudo. Vale lembrar, que aquela imagem de Nossa Senhora da Conceição
Aparecida, exposta na Basílica de Aparecida, tem 36 cm de altura e pesa 2 kg e
550 gramas. Ela ficou por muitos anos na capela do porto de Itaguaçu.
Construída em 1745, a Basílica velha foi a primeira a abrigar a imagem de Nossa
Senhora Aparecida, sendo considerada símbolo de fé e devoção. Mas, um jovem de
19 anos, que passa diante da imagem em 1978, quebrou o vidro de proteção e
retirou a mãe Aparecida e saiu correndo com ela nos braços. Aconteceu o que não
poderia, ele caiu e no momento da queda soltou a imagem que se partiu em 200 pedaços.
O coração dos fies e de muitos brasileiros ficaram espedaçados, quando em nota
os padres comunicaram a população.
A
tristeza tomava conta de todos aqueles que presenciaram a cena. O episódio se
deu em 1978, quando os fragmentos foram levados ao “Museu de Artes de São Paulo” (MASP), para a escultora e
restauradora “Maria Helena Chartuni”
(1942), uma mulher que se considerava não religiosa e cética. Ao todo foram 33
dias e noites em contato muito próximo a imagem. Segundo a ilustradora
brasileira Maria Helena, em depoimento afirmou, que ao contrário do que
pensavam seus colegas e religiosos, foi Nosso Senhora Aparecida que restaurou
sua vida. Que lhe deu uma volta de satisfação. O entendimento da sua vida após
esse contato com a Santa lhe trouxe mais tranquilidade e hoje se sente mais
amparada. Isto é, o entendimento da vida mudou completamente. Revelou em uma de
suas entrevistas para a TV Aparecida, que hoje a Nossa Senhora toma conta da
sua vida.
Depois
de se passar 41 dias do atentado, exatamente no dia 31 de julho de 1978, foram
concluídos a restauração, devolvendo a imagem da mãe na suas características
originais, fortalecendo ainda mais a nossa fé. No entanto, poucos sabem que a
imagem foi encontrada em 1717 nas águas escuras do rio Paraíba, por três
pescadores: “João Alves, Felipe Pedroso e
Domingos Garcia”. Eles entraram para história da Igreja Católica, por ter
pescado na rede as duas partes da imagem. Primeiro veio o corpo e em seguida
rio abaixo veio à cabeça da Santa. Os três pescadores foram os primeiros
agraciados pela ação divina em Nossa Senhora Aparecida. Com a imagem já no
barco, eles que até então não tinham conseguido pescar nenhum peixe, de repente
puxaram a rede pela terceira vez e notaram que agora estava pesada e cheia de
peixes. Não souberam explicar o fenômeno que desafiou as leis físicas da
natureza. São inúmeros os milagres registrados até hoje em Aparecida.
Concluo
essa reflexão sobre a Fé, com um versinho do jornalista e escritor brasileiro Caio Fernando
de Abreu (1948-1996): “Porque a vida
segue, mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente
apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E
a gente lembra. E já não dói mais, mas da saudade. Uma saudade que faz os olhos
brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a
cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar para trás”.
Contudo, faz um ano que visitamos o Santuário de Aparecida. Querida Nossa
Senhora Aparecida, que nunca nos falte sonhos. Que nunca nos falte sobriedade.
Que nunca nos falte a fé e esperança. O restante que nos seja dado por
acréscimo.
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