Já
dizia o poeta: “desde o começo do mundo
que o homem sonha com a paz, ela está dentro dele mesmo. Ele tem a paz e não
sabe, é só fechar os olhos e olhar para dentro de si mesmo”. E o poeta vai além:
“tanta gente se esqueceu que o amor só
traz o bem, que a covardia é surda e só ouve o que convém”. Na verdade,
quando a paz foi ensinada, pouca gente escutou. Baseado no texto dessa música
de Roberto Carlos (1941): “todos estão
surdos”, reitero esta afirmativa citando uma experiência minha, que só o
amor nos transforma. Há cinco anos atras numa bela noite de setembro, as véspera
da primavera o ar se encheu de amor em todo o seu esplendor e os anjos
cantaram. O seu canto ecoou pelos campos, subiu as montanhas e chegou ao
universo dos nossos corações. Naquela noite uma estrela brilhou no céu
mostrando qual seria o caminho a seguir. Através desse caminho descobrimos o
amor e a paz de espírito que hoje nos preenche. Se vamos ou não seguir adiante,
só depende de nós.
Mas,
temos que lidar com as barreiras do orgulho. Talvez isso explique muita coisa.
Por exemplo, por que nos machucamos tanto, a ponto de magoar um ao outro? Certa
vez um sábio indiano, fez a seguinte pergunta a seus discípulos: - Por que as
pessoas gritam quando estão aborrecidas com o outro? – Gritamos porque perdemos
a calma, disse um deles. – Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao
seu lado? Questionou novamente o mestre. – Bem, gritamos porque desejamos que a
outra pessoa nos ouça, retrucou outro discípulo. E o mestre insiste na pergunta:
- Então não é possível falar-lhe em voz baixa? Várias outras respostas
surgiram, mas nenhuma convenceu o sábio hindu. Então ele esclareceu: - vocês
sabem por que se grita com uma pessoa quando se está aborrecido com ela? O fato
é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito.
Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente.
Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao
outro, através da grande distância.
Por
outro lado, continua o mestre, o que sucede quando duas pessoas que se amam
estão em harmonia? Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque seus
corações estão muito perto e suas almas interligadas. Não há distância entre
elas. Muitas vezes estão tão próximos os seus corações, que nem falam, somente
sussurram, estão entorpecidas de amor. E quando o amor é mais intenso, não
necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se
entendem. É isso que acontece quando duas pessoas que se amam, estão próximas.
Por fim, o sábio conclui, dizendo: “Quando
vocês discutirem, não deixe que seus corações se afastem, não digam palavras
que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que
não mais encontrarão o caminho de volta”.
Portanto,
foi graças a uma amarga experiência, a única suprema lição que tive que
aprender: “é saber controlar a ira”.
E do mesmo modo que o calor conservado se transforma em energia, assim a nossa
ira controlada pode transformar-se em uma função capaz de mover o mundo. Não é
que não fico irritado ou perco o controle. O que não posso é dar espaço para a
ira. Cultivo a paciência e a mansidão, de modo que, pelo menos tento. Mas
quando a ira me assalta, limito-me a controlá-la. Será que consigo? É um hábito
que cada um deve adquirir e cultivar com uma prática assídua. Concluo esta
reflexão citanto o sábio e idealizador indiano Mahatma Gandhi (1869-1948), que
dizia: “tenha sempre bons pensamentos,
porque os seus pensamentos se transformam em suas palavras. Tenha boas
palavras, porque as suas palavras se transformam em suas ações. Tenha boas
ações, porque as suas ações se transformam em seus hábitos. Tenha bons hábitos,
porque os seus hábitos se transformam em seus valores. Tenha bons valores,
porque os seus valores se transformam no seu próprio destino”. É por esse
caminho que procuro trilhar, na paz e no amor de Cristo.
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