O
rosto do mundo interroga o meu ser. Todas as divindades das águas, das
florestas, das montanhas, estremecem-me a vida, seja no erotismo dos bailados
do alvorecer ou nas cores das preces do acaso. O espetáculo de maravilhas que
me penetra a alma tem a musicalidade do silêncio das coisas espirituais. As nossas
fotos reinventam a santidade das coisas. Estão vivas, moram dentro de mim. A
prova de que fizeram minha carne é que sinto saudade desse amor da foto.
Minha
alma é uma câmara escura abrigando a sensualidade das coisas, filtrando sonhos
que se desenham nas paredes alvas de mim. Desespera-me não poder mostrar os
brilhos e cores de minhas emoções. Faço, então, uma celebração de vida que
fotograficamente eternizamos e que hoje ecoa o sangue do meu espírito. Uma
transfusão de êxtases. Portanto, enquanto os Ipês não florescem, permanecem as
fotos que desse amor um dia registramos.
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