21 de julho de 2016

O POEMA DE VELUG

Quando daqui algum tempo, espero que muito distante de hoje, chegastes aos confins do azul do céu, guardastes justamente nos teus olhos toda cor deste planeta, que enfeitou este amor. Que alegrou a beleza dos rios e dos verdes campos por onde pisou. E as canções de amor que ouvia no silêncio da noite, venham tecidas no seu jeito de ser mulher. Nutrindo as lembranças de quem prover.

Hoje veio uma música a seguir teus passos e pude ver teu brilho, com cauda de um cometa alado que refulgisse os nossos preocupados corações. No balanço da música, brincava com o nosso espaço, renovando os anos passados. No dizer do cantor Arnaldo Antunes (1960): “não quero morrer, pois quero ver como será que deve ser envelhecer”.

Velug construiu em nossa morada um universo novo, em nosso mundo pobre uma riqueza, que o tempo transformou em sinfonias. Com essa musicalidade do seu corpo, é que renovo a gratidão de haurir tuas levezas, minha razão se incendeia. Teus olhos é uma janela acesa de vida, que tritura as ansiedades e acolhe gente que chora neste simples proseador.

Deixa o rio andar ou empurra um rio abstrato, mantendo as vidas da vida. Rasga-me por dentro uma dor alexandrina, em espessidão de cores, cortes de metal, em vagalhões de mar e luz, misturando o céu e a terra. Vinda de outras vidas sangra-me o espírito que a espera. Sentimos uma dor que não dói, mas pode ser fatal. “O Poema de Velug, uma deusa grega, foi consagrada pelo filósofo que escreveu o Poema”.  

Um comentário:

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