Para o filósofo e educador Marcel Camargo: "sempre
vai existir alguém que queira o que o outro despreza. Se alguém não cuidar,
outra pessoa vai. Se alguém não valorizar, outra pessoa vai. Entende uma coisa,
sempre vai existir alguém disposto a fazer o que outra pessoa não faz".
Muitas
vezes as pessoas vão perdendo alguém aos poucos, uma vez que estão por
perto, mas, na verdade, nunca estão realmente com essa pessoa. Ninguém suporta
por muito tempo ficar perto de alguém que não se importa consigo e nem retribui o
carinho de alguém que não oferece apoio e nem permanece inteiro, em nenhum
momento dos dias, como se tudo fosse mais importante do que a pessoa que está e
sempre esteve ali ao seu lado.
Cabe,
portanto, a nós mesmos perceber quando ali nada mais faz sentido, cabe a
nós mesmos perceber que é um suicídio lento e gradual permanecer junto de quem
não se esforça para reconhecer a nossa dedicação e nem aquilo que fazemos pela pessoa.
Amar alguém sem ter amor-próprio nunca dá certo, pois assim sempre haverá
alguém dando sem receber.
É
preciso não nos esquecermos de que podemos sempre recomeçar, inclusive longe de
quem tanto nos parecia vital, de quem parecia ser indispensável, longe daquele
ambiente sufocante que achávamos insubstituível. Não se trata de ser um desistente,
trata-se de sobrevivência, do corpo e da alma.
Acreditar
que seremos o suficiente para alguém, que merecemos retorno emocional na mesma
medida, que existe felicidade possível, que amar e ser amado é algo a que temos
direito, tudo isso nos acordará por dentro, para que possamos trazer para junto
das nossas vidas as coisas e as pessoas que acrescentarão sonhos e verdades ao
que temos de mais especial dentro de nós.
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