Eu
gosto do simples, como por exemplo: um abraço apertado, um muito obrigado,
aquela pessoa que gosta de você e lhe diz: “cuide-se”.
Considero-me um fiel admirador de pessoas simples, porque para mim são as mais
belas, aquelas que se deixam guiar pelo bom senso, pela sua intuição e por
aquele coração que não conhece artifícios.
É
curioso e inspirador saber que, atualmente, tanto nas abordagens de
desenvolvimento pessoal quanto no campo das grandes organizações, tornou-se
moda “resgatar” o valor do simples.
De fato, muitos especialistas em marketing e publicidade, têm um lema que quase
nunca falha “simplifique e algo
acontecerá”.
Gosto
do cheiro das pessoas comuns, é a fragrância de respeito, um “bom dia” com um grande sorriso, um “ter cuidado” com grande sinceridade. Sem
falsidade, são essas pessoas que falam com a alma cheia de compaixão. Como
argumentava o poeta espanhol Antonio Machado (1875-1939): “é típico de homens com cabeças pequenas atacar tudo o que não cabe em
suas cabeças”.
É
sem dúvida um bom exemplo para descrever este tipo de personalidades para quem
as coisas simples não têm significado. Eles confundem o simples com “o simplista”. Agora, a simplicidade não
tem nada a ver com os ingênuos e muito menos com os tolos. Na verdade, esse
conceito contém um grande poder do qual quase não estamos cientes.
Muitas
vezes se diz que a vida é como uma teia de aranha. Nossas linhas são misturadas
em ângulos estranhos, tomamos caminhos errados, nossos esforços não
correspondem ao que foi alcançado e, em última análise, foram anexadas a estas
realidades assustadoramente complexos e assustadores. Por que nos custa muito
nos deleitar com a simplicidade dos atos cotidianos? Por que a vida é tão
complicada?
De
certa forma, tem muito a ver com o que indicamos há pouco. A alma simples e o
olhar humilde são dimensões que não se encaixam muito bem em uma sociedade que
associa o complexo ao efetivo e, consequentemente, a felicidade. A complexidade
associada a esta ideia de felicidade dourada que, na realidade, nem sempre é
cumprida.
Algo
que devemos ter em mente é que as coisas grandes acontecem quando os pequenos
se saem bem e, para isso, nada melhor do que praticar a arte da simplicidade em
nossos atos diários. Movendo-se com calma, estar ciente do que nos rodeia e
fazendo uso do senso comum e da intuição são, sem dúvida, as melhores
estratégias para desfazer cada nó de nossas complexidades vitais.
Todavia,
devemos confiar um pouco mais em nosso instinto e sermos receptivos à voz do
coração. Às vezes, deixamos passar boa parte de nossa “cota de vida” imersa em esforços frustrados que nos separam
completamente do que realmente queremos. Portanto, lembre-se que a complexidade
não deve ser admirada, deve ser evitada, porque a arte de saber quais coisas
devemos ignorar será a única maneira que nos permitirá encontrar o que realmente
merecemos. A saber: “amor, liberdade,
integridade e realização pessoal”.
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