Todos
nós já tentamos apagar da nossa mente uma memória desagradável, uma experiência
traumática, uma palavra infeliz. No entanto, esquecer é mais complicado para o
cérebro do que lembrar. É como se esse órgão fascinante estivesse determinado a
sussurrar na nossa consciência: “Lembre-se,
lembre-se, porque as suas lembranças são a essência da sua experiência”. Embora
seja verdade que essa realidade possa parecer desesperadora, deve-se notar que
tudo tem uma finalidade no universo da neurociência.
De
modo que a memória constrói quem somos. Se pudéssemos apagar um capítulo da nossa
história, deixaríamos de ser quem somos. Porque, afinal, nós somos nossas luzes
e sombras, nossos sucessos e também nossos erros e fracassos. No entanto, isso
não significa que os filósofos e psicanalistas não se perguntem por que isso
acontece. Por que o cérebro não pode apagar um fato específico? Podemos não
lembrar tudo, mas com certeza não esquecemos daquelas pessoas, que nos marcaram
com seus gestos de carinho e amor.
Todavia,
por que esquecemos algumas coisas e outras persistem, como a luz de um farol,
levando-nos repetidamente às mesmas margens de memória e sofrimento? Como diz o
professor de psicologia Jarrod Lewis-Peacock, autor desse estudo sobre a mente
humana, no Departamento de Neurociências da Universidade do Texas em Austin: “Não há problema em dizer que o tempo vai
curar tudo, que isso também passará. As pessoas esquecem. Agora, isso funciona
quando você não é o protagonista desse fato, porque quando você é, não há
passagem de tempo que o faça esquecer; você está no meio de algo que não muda”.
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