Foi para discutir
questões sobre o significado mais profundo da existência humana que a filosofia
nasceu. Na verdade, ela nasceu como uma coisa concreta, para enfrentar
problemas reais. Seja no corpo ou na alma o sofrimento é concreto e real.
Entretanto, a filosofia traz para a discussão temas como: o que é vaidade, o que
é o amor, o que é o medo, o que é a justiça e por aí vai. Outra característica
importante da filosofia, é que tanto Aristóteles (384-322 a.C.) como Platão
(427-347 a.C.) e antes deles, já viviam na decadência de Atenas.
De modo que se
observarmos a filosofia ao longo da história, ela sempre cresce quando o mundo
está em ruínas, quando a sociedade está em crise. No entanto, não há duvida que
o acumulo de conforto, o acumulo de opções, o acumulo de opiniões e de técnica,
isto gera esse tipo de sentimento, que algumas correntes filosóficas chamam de
liquidez ou pós modernidade. Hoje somos assim, amanhã já não somos mais,
mudamos rápido de opinião. Esse sentimento de desencaixe como diz os
antropólogos, propicia a filosofia. É quando nos sentirmos perdido e começamos
a nos perguntar e ao mesmo tempo duvidar.
Portanto, o peripatético
é esse espírito de caminhar pela cidade, caminhar pela natureza ou pelo mundo,
observando e conversando sobre esses acontecimentos. Passamos uma boa parte do
tempo se perguntando sobre coisas concretas. Não perguntamos sobre coisas
abstratas, por medo de cairmos no abismo do nosso inconsciente, estudado por
Sigmund Freud (1856-1939). De modo que, beleza e inteligência sempre estão em
conflitos. A beleza é o espelho da nossa imperfeição. Estar diante da beleza é
como ouvir o oráculo de Delfos dizendo: “saibas que tu és mortal”.
Dentro de nós está, o macro e o micro cosmos, o homem e o universo, o céu e a
terra. Pois, a natureza é o grande livro da Vida, no qual devemos aprender a
ler.
Nenhum comentário:
Postar um comentário