Para situarmos no tema, porém,
antes vamos entender essa dinâmica da sexualidade e espiritualidade. Sabemos
que os limites da sexualidade são os limites do corpo. A sexualidade começa em
qualquer parte do corpo e não termina, vai de um lado para outro. A mente entra
em delírio. A espinha dorsal concentra-se no momento do toque. Muito comum na
dança dos dois corpos. Choca-se com a sexualidade do outro corpo. Emaranha-se e
se confunde. Expande-se e faz de cada um de nós o que nós somos. Nesta hora o
mundo se enche de encanto, já é a manifestação do sagrado. Que entra pelo labirinto
do desejo. Explode nas artimanhas da libido, realizando-se no prazer. Vale
lembrar, que o outro é a minha extensão. Por isso que somos a linguagem de
Deus. É assim que a divindade se manifesta nos humanos.
O corpo conhece o desejo sexual e
a sensualidade. Isto é algo que está presente espontaneamente dentro do corpo.
O corpo busca a satisfação dos seus desejos, e é o ser humano ou a consciência
da alma que determina o modo como o desejo sexual se aplica e se manifesta.
Mais uma vez, o corpo é inocente. Ele apenas conhece a sensualidade e o desejo.
Até aqui não há nada de errado. Porém, isso pode ser uma fonte de divertimento,
alegria e prazer. Mas o corpo, por si só, não pode escolher de que forma ele
vai expressar a sua energia sexual. O ser humano na sua totalidade que está a
cargo disso e o corpo precisa do seu comando. De modo que, quando você quer
experienciar à sexualidade da forma mais amorosa, o ponto de comando reside no
coração. Quando você deixa que seu coração se encarregue da sua energia sexual,
ele encontra a sua expressão mais prazerosa, porque aguça a espiritualidade.
De fato o sexo é uma fonte de
energia muito poderosa, gerando cargas magnéticas em todo o seu ser, em face
das potencialidades criativas de que se reveste. O sexo é um recurso da lei de
atração, na perpetuação das espécies, é inerente à própria vida, a serviço da
felicidade e da harmonia do Universo. Vale lembrar, que a sexualidade é a dança
conjunta das energias masculina e feminina. Originalmente, a sexualidade é mais
do que um ato físico. Ela podia ser uma dança na qual todos os níveis ou
aspectos dos casais participassem. Mas, nem sempre é assim. Um aspecto da dança
sexual que eu gostaria de distinguir é o nível emocional. A união sexual é um
ato profundamente emocional. Se você ignora este aspecto, você não está
completamente presente no ato e se fecha para o verdadeiro significado da
sexualidade. Se não tiver conhecimento sobre estes mecanismos evolutivos, você
acaba por se alimentar de más energias, como o ciúme, a raiva, a insegurança, a
mágoa, a inveja e o medo.
Portanto, o indivíduo plenamente
atuante sabe que esta magia é que nos da prazer e nos estimula a viver, elimina
o tédio e eleva a existência além do espaço e do tempo. Essa energia trocada
promove o meu encontro com a divindade, é o mesmo que estender as mãos com
total confiança e tocar “Deus” na
pessoa do outro, pois, cada pessoa é imagem e semelhança do “Criador”, traz consigo uma centelha
divina. Contudo, a religião tende a valorizar o que as pessoas possuem por
fora, enquanto que a espiritualidade busca o divino dentro de cada um. Ser
espiritualizado é tornarmo-nos responsáveis por entender que para tudo que
fazemos, há uma reação e um propósito. Como diz o teólogo e filósofo, bispo de
Hipona, Santo Agostinho (354-430): “Aquele
que ama tudo é permitido”.
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