Segundo
o escritor irlandês Oscar Wilde (1854-1900): “a educação é uma coisa admirável. Mas é sempre bom lembrar, de tempos
em tempos, que nada daquilo que realmente vale à pena saber pode ser ensinado”.
Isto porque no mundo globalizado a educação perdeu o seu sentido. Neste
contexto macro-econômico a educação não é prioridade. Parece que é importante
se preocupar em assegurar a abertura da economia mundial e reverter gradativamente
os índices de desemprego. Por conseguinte, o que o mundo globalizado pede hoje
dos povos e dos governantes, é que se esforcem para preparar mão-de-obra
qualificada. Ninguém se preocupa hoje em dia em ser culto, educado, com boa
formação em humanismo e com um pensar crítico, para sabermos o que é prioridade
para nós, na atual globalização mundial.
Lendo
alguns desses autores, que discutem a economia mundial, criou-me certa
indignação, ao dizerem que conhecimento não é para o povo e não garante
realização e satisfação pessoal a ninguém, mais do que poder consumir que na
opinião deles, é mais importante que o saber. Bens de consumo é uma meia
verdade! Haja visto, as produções culturais em cinemas, músicas e televisão
norte-americana. Abastecem com 70% a programação mundial de TVs. Na verdade, é
70% de besteirol puro, a chamada cultura das massas! É isso que o povo consome
e quer consumir? Com esse raciocínio recheado de tabelas, índices e percentuais
que certos políticos saem por aí disseminando um pensamento que é só dele. Com
um tom seguro e veemente de quem faz ciência, de quem fabrica a realidade. A
contragosto é visto pela massa como sendo natural que os governos não invistam
em educação, para conter a inflação, gerar investimentos e garantir a inserção
no mercado global. Pura sandice, não passa de uma ideologia barata.
Entretanto,
acredito com meu corpo e com minha mente que no Brasil, existem pensadores e
teóricos mais lúcidos, e que eles estão, em grande parte, trabalhando na
educação. São pesquisadores, filósofos, cientistas, artistas, ativistas, ou
seja, pessoas sérias e que levam a educação a sério. São os educadores de hoje
que estão na berlinda dos tempos, resgatando e promovendo valores que
humanizem, ao menos um pouco, o que não tem volta que é essa corrida para a
globalização. Ainda nos resta uma esperança de salvaguardar, de um lado, um
campo epistemológico, e de outro, a qualidade dos processos coletivos de
produção da cultura, dos valores e da beleza. É preciso restabelecer a saúde do
nosso idioma que é mal falado. Penso que a humanidade como um todo precisa se
responsabilizar por acudir urgentemente este empobrecimento global da
subjetividade, onde se prefere ler Harry Potter (uma série de sete romances de
fantasias que narra as aventuras de um jovem bruxo cheio de problemas - cultura de massa), em detrimento do que vem do
saber popular e dos grandes nomes da literatura, da música, da pintura, etc.
Precisamos
resgatar uma humanidade que pensa, que sente e que cria, pois, é uma tarefa de
todos, mas nesse processo, o condutor especial e privilegiado ainda é o
professor. O agenciador dos focos coletivos de enunciados, principalmente
quando rejeita o papel de formador de homogeneidade. O professor é o fio
condutor na rede dos processos de formação do saber e da cultura.
Principalmente no contexto acadêmico, na escola, que se constrói na ação com
outros. Pois é ali que a criança se exercita, adolescendo e formando-se adulto.
E quem ajuda muito nessa transformação e construção ainda é a figura do
professor. Mas não cabendo mais ao professor o papel de detentor e transmissor
de conhecimento pronto e acabado, o que se espera hoje daquele que conduz o
aluno na busca do conhecer-se e de conhecer o universo é muito mais do que só
transmitir. É despertá-lo para uma nova realidade.
Portanto,
um só professor não move um oceano de eventos e fatores. Mas, cada um na lida
cotidiana com a educação, com as equipes, com os alunos e com toda a comunidade
acadêmica, agenciando pontos de partida e viabilizando o percurso, de modo a
enriquecer todo o processo. Movemo-nos nas micro-políticas. Plantamos a dúvida
em alguns, deixamos outros encontrarem certezas, outros tantos se descobrirem
através dos próprios erros. Acompanhamos atentamente o surgimento de brotos de
conhecimento e de sabedoria na alma dos nossos alunos. Eu sei que ocorre assim,
pois carrego comigo até hoje, claramente sonoras ainda, palavras que ouvi dos
meus mestres e que falam comigo, mostrando, instruindo, asseverando,
alertando-me, instigando a dúvida, amparando minhas descobertas mais
importantes, nos meus quase vinte anos como educador. Hoje saem das sombras da
minha mente essas lembranças, que trazem a voz viva daqueles que fizeram eco em
minha formação educacional. Contudo, através dos meus mestres, revela o que sou
hoje e os sonhos que plantaram em mim. Acredito que a convivência no amor nos
transforma e recria um ao outro.
Acredito que a convivência no amor nos transforma e recria um ao outro...........Sabe que amo suas ideias, e tudo que escreve, aprendi te amar, conhecendo suas ideias, e nossos longos papos, muito aprendi com você....bjim
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