Tudo
começou no dia 8 de março de 1857 quando um grupo de mulheres entrou em greve
numa fabrica têxtil em Nova Yorque. Ocuparam a fabrica para reivindicar a
redução de 16 horas de trabalho por dia, para uma jornada de 10 horas. Estas
operárias guerreiras, que recebiam menos de um terço de salário dos homens
pelas 16 horas trabalhadas. Mas, infelizmente a manifestação foi reprimida com
total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fabrica que foi
incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato
totalmente covarde e desumano. No ano de 1910, durante uma conferência na
Dinamarca, ficou decidido que o dia 8 de março passaria a ser o “dia internacional da mulher”, em homenagem
as mulheres que morreram na fabrica em 1857.
Tal
situação contra a mulher não parou por aí. Convém recordar, que foi em 1862
durante as eleições municipais que as mulheres puderam votar pela primeira vez
na Suécia. A partir de 1871 a Princesa Isabel, foi a ultima princesa imperial
do Brasil e regente do Império por três ocasiões. Conhecida por acabar com a
escravidão no Brasil. Em 1925 Margaret Thatcher, a dama de ferro, foi à
primeira mulher a dirigir uma democracia moderna, eleita primeira ministra do
Reino Unido. Em 1951 foi aprovado pela Organização Internacional do Trabalho a
“igualdade” de remuneração entre
trabalho masculino e feminino. Em 1975 através de um decreto, a data do dia 8
de março, foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas). Outra
grande mulher brasileira, a biofarmacêutica Maria da Penha (1945), que lutou
para que seu agressor viesse a ser condenado. Hoje ela é líder de movimentos de
defesa dos direitos da mulher, em sua homenagem foi criada a “Lei Maria da Penha”. Em 2010 Dilma
Rousseff é eleita a primeira Presidente mulher do Brasil. As mulheres vêm
conquistando o mundo, através de protestos. Depois de tanta exploração estão
dando a volta por cima. Estão mostrando que são fortes o suficiente para
enfrentar o mundo.
Entretanto,
com a segunda Guerra Mundial (1939-1945), o parque industrial foi atingido e a
mulher entrou definitivamente para o mercado de trabalho. Teve acesso a esta
fonte de poder e possibilidade da sua emancipação. Deve-se dizer que durante
séculos, a mulher foi privada do orgasmo por ele não estar vinculado à
procriação. Só mais tarde o orgasmo feminino passou a ser admitido como fonte
de prazer. A mulher que atingia o orgasmo sem o amor correspondente por um homem,
era vista como prostituta ou ninfomaníaca, era tratada como uma mulher
ordinária. Muitas mulheres ainda hoje acreditam que compete aos homens orientá-las
com relação à sua iniciação sexual e se frustram quando percebem que os homens
pouco ou quase nada sabem a respeito do corpo feminino ou de como conseguir levá-la
até a uma situação de excitação e orgasmo. Mesmo a descoberta da sexualidade
através da masturbação é frustrante, limitada, tênue, empobrecida, rápida e
carregada de ansiedade para a mulher.
Por
outro lado, a mulher também está se tornando livre do ponto de vista
profissional. Uma mulher moderna, razoavelmente bem sucedida na vida,
independente, bonito e inteligente, de certo modo assusta os homens. Porque a
maioria deles não tem tanta competência assim e nem maturidade para tanto. O
machão latino, não tem coragem de se propor ou de casar com mulher que ele
sente que é superiora. Ainda hoje conheço mulheres com grande potencial
intelectual que casaram, não digo com homens incompetentes, mas, homens mais
comuns com pouca formação escolar e muito autoritários. Elas submeteram-se
inteiramente para que eles não sentissem feridos no seu amor próprio. Talvez
esteja aqui, o começo de todas as loucuras humanas e preconceitos, que ainda
hoje em pleno século vinte um atenta contra a mulher. Deixar de ser ela mesma,
para ser o que o outro quer, é viver uma vida de obrigação e culpa. Vida de
obrigação causa doenças psicossomáticas. Vale lembrar, que viver com medo é
viver pela metade.
A
mulher é um efeito deslumbrante da natureza. Deus fez a mulher em tudo
encantadora e linda, como a mais consciente obra prima da natureza. Admiro a mulher,
mas, o que mais fascina é sua garra e coragem diante de tantas discriminações
que sofreu e ainda sofre. Tendo em vista, que o primeiro sinal de vida humana
brotou do ventre de uma mulher, suas primeiras palavras foram transformadas em
gestos de amor. Seus lábios nos tocaram, como um afago inundado de carícias e
acolhimento. Nossa primeira lágrima logo foi extinta por ela, juntamente com o
nosso suspiro, frequentemente exalados no ouvido da mulher mãe. Porque o
nascimento não é somente um ato, e sim um processo, que a mulher mãe acolhe em
seu coração para sempre.
Portanto,
a mulher é por natureza consagrada a “deusa
do amor”, pelo encanto e a beleza dos gestos que traduz sua sensibilidade
sedutora. Essa mulher que sorri sofrendo e carrega em seu ventre o fruto do
amor. Seus olhos brilham mais que o sol nascente. Não sei se há palavras
suficientes para descrever a importância da mulher, essa figura tão nobre que a
natureza a sofisticou. O que seria de nós homens e do mundo sem a mulher? O sol
de saudade morreria e a lua de tristeza haveria de se esconder. O planeta não
sobreviveria. Pela mulher qualquer homem consciente, daria sua vida, lutaria
bravamente até a morte. A mulher é emoção incontida, disposta a todo o momento
entregar seu coração palpitante e sua alma generosa. Vale lembrar, que todo
homem tem uma mulher especial em sua vida. Olhando para essa mulher, singela e
pura paixão, às vezes com lágrimas deslizando em seu rosto, seria de bom tom,
que todos os homens escutassem seus corações falando baixinho, “estou feliz por você existir”. E no
mesmo tom agradecesse a Deus por nos dar esse presente. Pois, é através da
mulher que chegamos ao mundo. Foi por causa dessa combinação de genes, que
estou aqui escrevendo, para você mulher, menina dos meus olhos.
Parabéns
a todas as mulheres de todas as idades, de todos os credos, raça ou cor, vocês
merecem todo o nosso respeito, falo na qualidade de homem, como um
representante da categoria masculina. Em particular dedico esta reflexão a
quatro mulheres especiais, que detém da cópia original do meu coração. Com elas
aprendo sempre as coisas do coração e da alma feminina: Maria Eduarda, Danielle
Morais, Vera Galhardi e Lazinha (esta ultima – in memóriam).
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