Os tropeços e os fracassos
fazem parte da vida. Agora como nós lidamos com os erros é que vai acabar por
nos definir. Segundo o zoólogo e compositor brasileiro, numa das suas músicas “Volta por Cima” Paulo Emílio Vanzolini
(1924-2013), diz: “reconhece a queda e
não desanima, levanta sacode a poeira e da volta por cima”. Por
conseguinte, errar é importante e inevitável ao mesmo tempo. É errando que se
aprende, sempre digo isso a minha filha caçula de nove anos: “não fique triste, é através dos erros que se
aprende”. O erro nos mostra que estamos fazendo coisas novas e procurando
acertar. Se não tem erros não há crescimento, não há evolução, tudo muito
certinho aí vira mesmice, não tem mais nada que aprender. Estagnou, não
crescemos e nem evoluímos. É graças aos erros e acertos que se deu a evolução
da humanidade.
Durante a vida estamos em
processo de construção. Não existe vivência sem ensaio e, o erro é necessário
para orientar nossas decisões. A experiência nos convida a abandonar as visões
distorcidas sobre o assunto. Julgar um erro pontual como algo ruim, nos afasta
da essência, da aquisição, do conhecimento, que está em constante movimento. E
isso vale para quem lida com pesquisa científica, para o bebê que está
descobrindo como falar, para os jovens estudantes, para o empresário que quer
ver sua empresa crescer, o bailarino que ensaia oito horas por dia. Mas quem de
nós é capaz de admitir que erramos, com a mesma tranquilidade?
Para ilustrar lembrei-me da
história de um empresário que estava com problemas na sua empresa. O diretor
chegou para ele e disse: “vamos precisar
demitir 20% dos funcionários, você tem algum critério que queira aplicar para
essas demissões?” Prontamente respondeu o empresário: “sim, demita os que não erram esses não fazem falta”. Aqui temos o outro
lado da moeda, nunca mostrar o erro como algo negativo, isso pode ser
traumático, principalmente, para a criança. O erro da educação é focalizar no
erro. Quando o professor avalia o trabalho escolar do aluno ele procura saber
quantas questões acertou, segundo os seus critérios de avaliação, como se isso
fosse o mais importante. Quando na verdade, o mais importante é o desempenho e
o esforço do aluno, para continuar errando sem ser estigmatizado. É assim que
se da o processo de ensaio e aprendizagem do conhecimento.
Evidentemente, que tudo tem
a ver com a formação e valores que trazemos da infância. Quando a pessoa é
punida pelo erro, ela tende a ficar mais retraída. Existem duas maneiras de
ensinar alguém. Alias, os adestradores de animais dizem que geralmente o animal
aprende melhor quando ele é gratificado pelo acerto do que quando é punido pelo
erro. Ao ensinar alguma coisa para criança aplauda quando ela acertar, ao invés
de ficar criticando o erro. Esta criança quando chegar à sua fase adulta é
muito mais capaz de lidar com os seus erros do que aquele que foi reprimido quando
crianças. É dever dos pais e professores evitar passar para a criança a ideia
da falta de amor. Sobretudo, por fazer muito mal para a autoestima da criança.
E a auto estima é fundamental para a saúde mental de todos nós. A felicidade
está na capacidade da gente fazer as coisas, independente de acertar ou errar.
O único modo de aprender neste mundo é errando e quanto mais erros cometermos,
maior será o sucesso no futuro.
Portanto, a experiência é a
soma dos erros e acertos que cometemos durante a vida. Com os erros aprendi
mais sobre os acertos. Com as pessoas vivi e revivi o significado de uma bela
amizade. Com o trabalho percebi o quanto amo o que faço. Com o amor me senti
grande, realizado e descobri o quanto é maravilhoso ter alguém do nosso lado, para
dividir nossos momentos prazenteiros. Os caminhos às vezes são confusos,
dolorosos e questionáveis, porém, nunca sem saída. Os erros nos tornam mais
humildes e com eles aprendemos a acertar e nos desculpar, e por que não,
perdoar? Diante dos acertos ou dos erros, diante das alegrias ou tristezas,
diante de qualquer coisa que seja sempre vou amar. Não tenho medo de
envelhecer, só tenho medo de não ter tempo de viver esse amor. Minha
racionalidade justifica que a cada dia envelhecemos mais um pouco. Sinto uma
injusta contradição: envelheço quando meu espírito está mais aguçado, minha
lucidez parece plena e minha ansiedade dominada. Sinto a dialética da vida, minha
alma está serena e calma. Meu corpo já da sinais de sua finitude. Contudo, quanto mais eu sei, mais eu sei que nada sei. Há erros que cometemos.
Verdades que não conhecemos. Mas, entre erros e verdades, encontrei o amor. Talvez esse amor fosse entre os erros que já cometi, o maior acerto. Mas hoje com certeza, posso afirmar que
esse amor é a minha maior verdade.
A felicidade esta na capacidade da gente fazer as coisas ,independente de acertar ou errar !Muito bom !
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