A
massagem Tântrica veio da Índia, de uma cultura chamada Tantra. Na verdade, o
Tantra aponta para autodescoberta através do corpo. No Tantra tudo é sagrado,
desde o corpo até a sexualidade é sagrada. O corpo é visto como um templo.
Partindo desse pressuposto a massagem Tântrica é uma ferramenta do Tantra que
trabalha energia vital que também é chamada de energia sexual. A finalidade da
massagem Tântrica é harmonizar o centro energético, que visa despertar e
ampliar a sensibilidade do corpo e, consequentemente, intensificar as sensações
de prazer. São toques de carícias suaves e agradáveis pelo corpo todo. Esse
alisar o corpo inteiro estimula a bioeletricidade, harmoniza os chacras e
libera o fluxo da energia pelos canais energéticos.
Durante
anos de nossas atividades sexuais, criamos hábitos e manias nada satisfatórios
para nossa sexualidade. Fazemos sexo sempre na mesma posição, nos mesmos dias
da semana, principalmente para os que são casados há muitos anos. O sexo passou
a ser uma atividade orientada para somente ter orgasmo. Não há uma troca de
contato íntimo e carícias entre os parceiros, que dê um tempero diferente nessa
comida. Abusando um pouco do trocadilho. É tudo muito afoito, frenético e
precário. Desta forma ficamos totalmente perdidos na pressa de chegar lá. Para
usar uma linguagem poética, o melhor do passeio por esse santuário de prazer
acaba por se perder ao longo dessa viagem prazenteira. Penetramos direto na
caverna e não apreciamos a beleza que existe em torno dela.
Que
intimidade pode existir numa relação sexual quando as luzes estão apagadas, ou
quando os olhos estão fechados, com o parceiro perdido em alguma fantasia,
pensando em outra ou em outro? Vale para os dois. Nesse momento o que vale é o
conjunto todo, mente, corpo e espírito. O contato íntimo Tântrico é uma
crescente satisfação sexual no nível físico e emocional, bem como no nível
espiritual. A essência deste momento ímpar é que o sexo que já se encontra em
estado amoroso, pode ser muito mais do que uma simples experiência física. É um
ato muito íntimo que envolve deliciosamente o prazer intenso e prolongado,
levando ambos ao êxtase.
O
filósofo inglês Bertrand Russel (1872-1970), prêmio Nobel de Literatura em 1950,
escreveu um ensaio sobre as três grandes paixões de sua vida. Vou deter-me
somente na primeira das suas paixões para fundamentar o significado máximo
desse estado amoroso que é o símbolo da nossa própria existência.
Argumenta
Russel, “primeiro busquei o amor, que
traz o êxtase tão grande que sacrificaria o resto de minha vida por umas poucas
horas dessa alegria. Procurei-o também, porque abranda a solidão, aquela
terrível solidão em que uma consciência horrorizada observa da margem do mundo,
o insondável e frio abismo sem vida. Procurei-o finalmente, porque na união do
amor vi, em mística miniatura, a visão prefigurada do paraíso que santos e
poetas imaginaram. Isso foi o que procurei e, embora pudesse parecer bem demais
para a vida humana, foi o que finalmente encontrei”. No entanto, para
mergulhar nessa viagem ilustrada por Russel, é importante assinalar que na
intimidade Tântrica não existe começo, meio e fim, como estamos acostumados na
relação sexual rotineira. O que existe é o momento presente a cada etapa dessa
viagem pelos corpos um do outro. Não existe tempo de duração é o encontro com o
“Divino”. Só é dado esse direito aos
santos e poetas, os seres mais sensíveis e iluminados desse planeta.
Portanto,
neste momento de intimidade intensa a mulher é considerada uma “Deusa”, onde o sexo torna-se sagrado e a
união dos amantes atinge um nível espiritual significativo para ambos. Essa
troca de contato íntimo e consensual entre duas pessoas é uma expressão
primária de amor. Por conseguinte, é aqui que o Tântrico aparece como
observador da natureza íntima contida em tudo no universo, procura na união dos
pólos opostos a unidade maior, sem se preocupar com abordagem ética e moral.
Busca a transcendência do “Eu”
através da força máxima do universo que está contida nos mistérios sexuais e
esses mistérios estão contidos dentro e fora de cada um de nós. Que são os
nossos impulsos e atrações. A nossa metade em busca da outra metade perdida.
São as nossas almas em busca de perfeição.
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