Por
que a vida alheia nos seduz tanto? Estaria nossa vida muito monótona ou vazia?
Falar e ouvir o mal é uma delícia, desde que não sejamos o alvo. No entanto,
sempre fomos detratores, é uma característica humana. Ao falarmos mal de alguém
imediatamente começamos a estabelecer o fato de que, eu e você, depreciamos
aquela terceira pessoa. Estamos aqui estabelecendo uma aliança, medonha e
perversa contra o outro. Nós não somos aquela terceira pessoa. Isto cria a
nossa identidade. Isto cria uma relação de amizade, porque você também não
gosta daquele. Somos solidários no maldizer contra o outro. Quem fala mal do
outro está fazendo detração, ou seja, está se considerando melhor ou superior à
aquele que está sendo depreciado.
No
momento em que tenho acesso a internet posso emitir opinião sobre medicina,
educação e filosofia. E se alguém me disser que estou errado eu digo: “é sua opinião”. É muito difícil separar
o limite da liberdade de expressão do limite da injuria, da calunia e da
difamação. Em nome da liberdade de expressão a gente acha que pode dizer tudo
sobre todos. Ora, as palavras ferem, as palavras podem reduzir as pessoas, as
palavras podem agredir, as palavras podem representar inclusive diminuição de
questões profissionais das pessoas. Um caso clássico em jornalismo da escola
que foi caluniada a partir da fantasia de uma criança. E após o depoimento de
outras pessoas, esta escola foi destruída. Os professores e dirigentes foram
destruídos. Na verdade, foi um engano, uma fofoca difamatória de pessoas maledicentes,
sem nenhum escrúpulo.
Liberdade
de expressão é garantida pela Lei e é um dos grandes privilégios da nossa vida,
porém, saber que as palavras ferem e destroem é fundamental na responsabilidade
da imprensa e de todo cidadão que fala em publico, que publica ou comenta. Esse
cuidado nós temos que ter. O humor, a ironia popular, a charge, destilar seu
veneno contra o outro, é uma espécie de arma contra quem a gente não tem nenhum
poder. A detração política tem uma função. O problema se ela é apenas o ataque
e o problema maior é dar mais atenção à vida pessoal do candidato, do que as
suas propostas. Parece que a vida pessoal do candidato é muito mais relevante
que suas propostas.
Portanto,
a grande maioria das pessoas é de um mau-caratismo espantoso. Vira e mexe
ouvimos dizer: “sou como você e, rindo
nós nos consideramos superiores ao alvo de detração”. Quando na verdade, se
fôssemos sábios, não atacaríamos a ninguém, nem faríamos piadas de ninguém, nem
teríamos preconceitos com ninguém. Se fôssemos sábios, não haveria detração nem
problemas no mundo causado pelo preconceito. Em vez de risos nervosos por
piadas preconceituosas, riríamos com as crianças, com o mar, com o sol.
Contudo, os fracos não tentam, os fortes insistem, os sábios tem esperança por
isso, os fracos nunca ganham os fortes sempre perdem, e os sábios sempre
alcançam. A humildade é a arma dos sábios. Enfim, viver para o amor e para a
paz é uma sabedoria dos humildes.
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